quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A ADCAP e as eleições para os Conselhos Fiscal e Deliberativo do POSTALIS


A ADCAP tem apontado uma série de questões alusivas ao POSTALIS, que vão desde o aparelhamento político do instituto até controversas aplicações de recursos e o péssimo resultado geral da gestão, materializado no crescente déficit, que já acumula prejuízos bilionários a serem cobertos pela ECT e pelos trabalhadores. A percepção desse quadro gravíssimo já motivou a ADCAP, em conjunto com a FINDECT e a ANAPOST, a postularem uma intervenção preventiva da PREVIC no POSTALIS.

Mesmo diante deste quadro, a ADCAP espera que o POSTALIS possa ser saneado, de forma a garantir devidamente nossas complementações de aposentadorias e os demais benefícios previstos.  

Levando isso em conta, a ADCAP realizou prévias entre seus associados para escolher os candidatos que seriam apoiados pela Associação nas eleições para o Conselho Deliberativo e para o Conselho Fiscal do POSTALIS. Foram selecionados o Sérgio Bleasby, para o Conselho Deliberativo, e o Angelo Donga, para o Fiscal.

O Sérgio Bleasby e o Donga contarão com o apoio da ADCAP para realizarem suas campanhas. Ambos são associados e possuem suas plataformas e ideias a respeito do POSTALIS, conforme mostram os respectivos blogs:

http://sergiobleasbynopostalis.blogspot.com

Nestas eleições do POSTALIS, que ocorrerão no período de 09/02 a 03/03/15, a ADCAP espera que os participantes e os beneficiários façam uma boa escolha, afinal precisamos no instituto de pessoas competentes e capazes de dizer não para o “"Grupo do Amém”".
Participe! Debata o tema! Vote!


Atenciosamente,


Maria Inês Capelli Fulginiti,
Presidente da ADCAP Nacional.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Evite que as mensagens da ADCAP sejam direcionadas para a caixa
 “LIXO ELETRÔNICO”


Alguns associados tem reportado que as mensagens da ADCAP são movidas automaticamente pelo outlook para a caixa “LIXO ELETRÔNICO”. Isso pode ocorrer com todas as mensagens ou com algumas delas e com outras não.

Para evitar que isso aconteça, basta:

- clicar com o botão direito do mouse sobre uma mensagem da ADCAP;
- selecionar Lixo Eletrônico;
- selecionar Nunca Bloquear Remetente ou Adicionar Remetente a Lista de Remetentes Confiáveis (conforme sistema operacional instalado);

Ao fazer isso, o endereço adcapnacional@adcap.org.br será, automaticamente, incluído entre os Remetentes Confiáveis em seu outlook. 


Veja: 






Atenciosamente,
Diretoria Executiva da Nacional da ADCAP. 


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Articulação Política de Fundos de Pensão


Matérias do jornal O Globo de domingo (23/11) e desta segunda (24/11) trazem informações sobre direcionamento de aplicações de fundos de pensão, abrangendo o POSTALIS, sobre o "Clube do Amém" e sobre como os representantes de alguns fundos estão se organizando para combater a ingerência política em seus fundos. Como informa uma das matérias, a ADCAP participa desse grupo, que se preocupa com a governança das instituições.

Lava-Jato levanta suspeita sobre articulação política de fundos de pensão
Denúncias envolvendo o ‘Clube do Amém’ indicam direcionamento de investimentos para negócios suspeitos

POR ALEXANDRE RODRIGUES E DANIEL BIASETTO
23/11/2014 6:00 / ATUALIZADO 23/11/2014 10:09

RIO - O “clube” de empreiteiras descrito por investigados nos processos decorrentes da Operação Lava-Jato não é a única consequência do aparelhamento político de estatais como a Petrobras. Os fundos de pensão de funcionários de estatais e servidores públicos, que administram juntos um patrimônio de mais de R$ 450 bilhões, são descritos como integrantes do chamado “Clube do Amém”, apelido dado por participantes e funcionários dessas entidades que encaminharam denúncias de má gestão à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal e à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), órgão regulador do setor. As denúncias apontam o direcionamento de investimentos dessas entidades fechadas de previdência complementar para negócios suspeitos, em que geralmente dividem com outras fundações do setor público prejuízos milionários.

Como operam os fundos de pensão





CRÉDITOS: FONTES: ABRAPP, PREVIC, ENTIDADES DO SETOR

Investigadores da Lava-Jato já encontraram indícios de ramificações do esquema do doleiro Alberto Youssef em fundos de pensão. Em outubro, o advogado Carlos Alberto Pereira Costa, um dos principais auxiliares de Youssef, disse em depoimento que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, frequentou uma empresa em São Paulo entre 2005 e 2006 para tratar de negócios com fundos de pensão com um operador do doleiro. Carlos Alberto Costa menciona, ainda, um suposto pagamento de propina a dirigentes da Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras. A PF também encontrou e-mails em computadores de pessoas ligadas a Youssef atribuindo à influência de Vaccari a aplicação, em 2012, de R$ 73 milhões das fundações Petros e Postalis, este último dos funcionários dos Correios, na empresa Trendbank, que administra fundos de investimentos, causando prejuízos às fundações. Vaccari negou as acusações. Também em 2012, o Postalis teve prejuízo ao aplicar R$ 40 milhões num fundo no banco BNY Mellon, por meio de uma gestora de investimentos indicada a dirigentes da fundação por operadores de Youssef.

No início deste mês, em novo depoimento à Justiça, Alberto Youssef afirmou que Carlos Habib Chater, dono de postos de combustíveis em Brasília que distribuiu propinas a políticos em nome dele, também opera com outro doleiro, Fayed Traboulsi. Uma das vertentes da Lava-Jato apura possíveis relações financeiras e societárias entre Youssef e Traboulsi, investigado na Operação Miqueias, em 2013. Essa investigação da PF desvendou um esquema de lavagem de dinheiro e má gestão de recursos de entidades previdenciárias públicas envolvendo principalmente investimentos em papéis relacionados ao banco BVA, que sofreu intervenção do Banco Central em 2012 e teve a falência decretada este ano. Traboulsi foi apontado como o dono da Invista Investimentos Inteligentes, que intermediou aplicações de vários fundos de pensão, principalmente de prefeituras, no BVA.

BVA ATRAIU MUITOS FUNDOS

A quebra do BVA é um dos exemplos mais recorrentes nas denúncias de participantes dos fundos de pensão sobre o direcionamento de investimentos da entidade por personagens como Traboulsi e Youssef por meio de conexões políticas. Cerca de 70 fundos de pensão investiram R$ 2,7 bilhões no BVA e perderam pelo menos R$ 500 milhões com a derrocada do banco, cujo crescimento exponencial em pouco tempo estava justamente na capacidade de atrair investimentos das entidades de previdência do setor público. A concentração de recursos dos fundos de pensão não era tão visível porque se desdobrava numa enorme teia de operações indiretas, que terminavam até em aplicações deles no capital do próprio banco.

É o caso da aplicação das fundações Serpros, dos funcionários do Serviço Federal de Processamentos de Dados, e Refer, dos empregados da Rede Ferroviária Federal no Fundo de Investimento em Participações (FIP) Patriarca — que, por sua vez, detinha 24% das ações do BVA. Após a liquidação do banco, o Serpros teve uma perda de 97% das cotas de R$ 50 milhões que havia aplicado nesse fundo. Já a Refer perdeu aproximadamente R$ 40 milhões.

Uma denúncia enviada pela Associação dos Aposentados e Pensionistas do Serpros (Aspas) e pela Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar) à Previc no ano passado sobre o caso BVA aponta “uma possível articulação entre os fundos para a realização de aplicações nem sempre de acordo com o interesse dos participantes”. As entidades estimaram que, dos R$ 146 milhões aplicados pelo Serpros no Patriarca e em outros fundos do BVA, sobraram cerca de R$ 20 milhões. E estranharam semelhanças dos investimentos como os da Refer.

O secretário de Finanças do Sindicato dos Empregados de Previdência Privada do Rio (Sindepperj), Aristótelis Arueira, coleciona outros casos de FIPs ligados ao BVA que deram prejuízos a vários fundos de pensão. Ele relacionou pelo menos sete numa denúncia que encaminhou para a Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (Delefin) da PF no Rio, que abriu um inquérito para investigar a Refer. Segundo ele, a Refer integra um grupo de fundos que têm seus investimentos direcionados pelos partidos que controlam as estatais que os patrocinam. No caso da Refer, os gestores são indicados por PR e PT:

- O caso BVA mostra uma lista de fundos idêntica àquela que também foi investigada no escândalo do mensalão. De lá para cá, nada mudou. O aparelhamento continua o mesmo: políticos indicam dirigentes e ficam de Brasília indicando em que operações os fundos devem entrar. E os gestores dizem “Amém”. Se o fundo perde, alguém ganha na outra ponta.
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http://oglobo.globo.com/brasil/representantes-dos-funcionarios-das-estatais-se-queixam-da-previc-por-fiscalizacao-lenta-ineficaz-14636955


Representantes dos funcionários das estatais se queixam da Previc por fiscalização lenta e ineficaz

Participantes formam grupo para combater aparelhamento político da fundação, dominada por PT e PMDB

POR ALEXANDRE RODRIGUES E DANIEL BIASETTO
23/11/2014 6:00 / ATUALIZADO 23/11/2014 13:22

RIO - As suspeitas de uma articulação política para direcionar fundos de pensão levantadas pela Lava-Jato coincidem com as denúncias de funcionários de estatais que contribuem para essas entidades. Um grupo de participantes de Petros (Petrobras), Postalis (Correios), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Previ (Banco do Brasil) realizou um encontro em São Paulo no último dia 12 para trocar informações e reforçar a participação nos órgãos de fiscalização das fundações para combater a ingerência política. Eles pretendem realizar um fórum com participantes de vários fundos no início de 2015.

Uma das integrantes do grupo, a presidente da Associação de Funcionários dos Correios (Adcap), Maria Inês Capelli, reclama da lentidão da Previc, reguladora do setor, à qual entregou um pedido de intervenção no Postalis. Ela denunciou como causa de prejuízos o aparelhamento político da fundação, dominada por PT e PMDB. A fundação coleciona operações controversas, como a perda de R$ 190 milhões com papéis lastreados em títulos de dívida da Argentina e a compra de notas relacionadas à dívida externa da Venezuela. Segundo Maria Inês, o Postalis acumula déficit atuarial de R$ 2,7 bilhões desde 2013:

- É como perder R$ 10 milhões por dia. Os trabalhadores dos Correios estão apavorados com as aposentadorias em risco. É preciso acabar com o aparelhamento político que toma conta dos Correios e do Postalis.

A presidente da Associação dos Participantes de Fundos de Pensão, Cláudia Ricaldoni, discorda:

- A Previc tem tomado bastante cuidado com todas as denúncias. Não concordo com os que acham que o órgão é lento e irregular em suas fiscalizações.
A Previc informou que, “como autarquia de supervisão, não trata publicamente de situações específicas, em face da necessária preservação de fatos e dados”.

Para Silvio Sinedino, presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras e um dos conselheiros eleitos da Petros, tudo indica que os interessados em lesar os fundos preferem pequenas operações divididas entre várias entidades, que são mais difíceis de rastrear e chamam pouca atenção. Ele explica que, em vários fundos, gestores podem movimentar até 5% do patrimônio sem autorização do conselho deliberativo.

- Essa regra dá uma liberdade enorme, principalmente em fundos grandes. O equivalente a 5% num patrimônio como o da Petros é R$ 4 bilhões. Conseguimos aprovar mudança no estatuto e baixar isso para 0,5%, mas mesmo assim isso significa R$ 400 milhões. É muito dinheiro - diz.

Para Sinedino, só uma orientação externa explica o investimento de R$ 100 milhões de Postalis e Petros em debêntures lastreadas em matrículas da Universidade Gama Filho, no Rio, que fechou as portas em 2013 descredenciada pelo MEC. A universidade já estava mergulhada em dívidas e havia sido recusada por dois grandes grupos educacionais.

O currículo de alguns gestores dos fundos alimenta as denúncias de aparelhamento. Vários já passaram por outras fundações com indicações políticas ou de sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Desde o início do governo Lula, em 2003, ex-integrantes do sindicato dos bancários de São Paulo dominam os principais fundos: Previ, Petros, Funcef e Postalis. João Vaccari Neto, o tesoureiro do PT, é originário desse grupo, assim como Wagner Pinheiro, ex-presidente da Petros e atual presidente dos Correios, que indicou o presidente do Postalis, Antonio Carlos Conquista. Este, por sua vez, já foi gestor da Petros e da Fundação Geap (de servidores federais).

FUNDOS NEGAM COORDENAÇÃO

Procurados pelo GLOBO, Petros, Postalis, Funcef, Refer e Serpros negaram ter negócios ligados aos doleiros Alberto Youssef e Fayed Traboulsi ou participar de qualquer grupo coordenado de entidades para fazer investimentos parecidos. A Refer disse ter sido informada da abertura de inquérito pela PF, ainda em fase inicial, mas atribuiu as denúncias do Sindepperj a uma “guerrilha” que seus integrantes estariam promovendo em busca de cargos na fundação e em outros fundos de pensão. A Refer afirmou que move processos judiciais contra dirigentes do sindicato. O Serpros informou que aguarda na Justiça a chance de reaver os investimentos no Fundo Patriarca e argumenta que não havia “nenhum indicativo que desaconselhasse a operação” quando da análise do investimento. Ainda segundo o Serpros, foram investidos no BVA apenas 2% do patrimônio da fundação, dentro do limite interno estabelecido.

A Petros negou operações relacionadas a Alberto Youssef e afirmou que todos os seus investimentos passam por análises técnicas internas e, no caso de títulos de crédito, exigem avaliações externas e garantias. De qualquer forma, está reavaliando processos. A entidade argumenta que, por se tratarem de grandes investidores de longo prazo, é comum que fundos de pensão privados e estatais participem de um mesmo investimento. Argumento parecido foi usado pelo Postalis, que também negou aparelhamento político. Segundo a fundação, a indicação de seus gestores é feita pelos Correios com base em critérios técnicos. A Funcef afirmou que possui “um modelo de governança exemplar no setor previdenciário” e que não tem atualmente entre seus gestores oriundos de outros fundos.

Em nota enviada ao GLOBO neste domingo, a Previ negou que esteja sendo alvo de uso político ou de má gestão e ressaltou que o fundo é "é reconhecido pelo seu avançado modelo de governança corporativa, com a composição de todos os seus órgãos colegiados de forma paritária entre patrocinador e participantes, estes elegendo seus representantes de forma direta".
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Oposição quer investigar ‘Clube do Amém’ que atua na gestão de fundos de pensão das estatais
Aparelhamento político leva instituições a investir recursos em negócios suspeitos
POR SIMONE IGLESIAS
24/11/2014 6:00 / ATUALIZADO 24/11/2014 8:20

BRASÍLIA - O “Clube do Amém” entrou na mira da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Amanhã, o líder do PSDB, senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), cobrará agendamento de audiência pública com a presidente da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão, Cláudia Ricaldoni, e com Carlos de Paul, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). Conforme revelado ontem pelo GLOBO, há um esquema de aparelhamento político na gestão dos fundos de pensão das estatais, apelidado de “Clube do Amém”, que leva essas instituições a investir os recursos em negócios suspeitos.
O tucano apresentou requerimento para as entidades irem ao Senado esclarecer denúncias de gestão fraudulenta de recursos do fundo de pensão Postalis, dos funcionários dos Correios.
- A agenda da comissão está carregada, mas vamos ter que apressar a aprovação desse requerimento e agendar a audiência pública para este ano ainda. Essas novas denúncias mostram que não há limites para o PT. Não se trata mais de fatos isolados, mas de um modus operandi de um partido que resolveu fundar seu poder na corrupção como estratégia de ocupação - disse Aloysio Nunes.
Os partidos de oposição se reunirão amanhã para analisar o que mais pode ser feito para que se investigue os investimentos temerários que vêm sendo feitos pelos fundos de pensão. Segundo o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN), a pauta da CPMI da Petrobras está congestionada e, mesmo que sejam apresentados requerimentos para apurar as denúncias, a tendência é que nem cheguem a ser apreciados, já que os trabalhos da comissão deverão se encerrar dia 22 de dezembro. Por isso, avaliou, a discussão deverá se iniciar na CAE e ser levado, em 2015, a uma nova CPI.
- Esse é um caso clássico da máxima “onde há fumaça, há fogo”. Há anos, muito antes de o PT chegar ao governo, circulam indícios de aplicação incorreta dos recursos e de manipulação na gestão dos fundos por petistas - afirmou o senador do DEM.
As denúncias de irregularidades partiram da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Serpros e pela Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão à Previc no ano passado. Segundo as entidades, há “uma possível articulação entre os fundos para a realização de aplicações nem sempre de acordo com os interesses dos participantes”. As associações alegam que as aplicações feitas pelos gestores levaram à perda de recursos.

'Clube do Amém': funcionários de estatais criam chapas de oposição para aumentar fiscalização
Correntes críticas às diretorias dos fundos de pensão aumentam fiscalização sobre gestores
POR ALEXANDRE RODRIGUES E DANIEL BIASETTO
24/11/2014 6:00 / ATUALIZADO 24/11/2014 8:21


RIO - A insatisfação com a ingerência política nos fundos de pensão e os casos frequentes de investimentos malsucedidos levou funcionários das estatais a formar chapas para ocupar cadeiras nos conselhos deliberativos dessas entidades. O objetivo é tentar aumentar o poder de fiscalização sobre os gestores de seus patrimônios bilionários. Esse movimento começou no início deste ano, quando funcionários do Banco do Brasil, da Petrobras e da Caixa Econômica Federal elegeram conselheiros com posições críticas à direção dos três maiores fundos de pensão do país: Previ, dos empregados do BB; Petros, da Petrobras; e Funcef, da Caixa. Juntos, eles administram um patrimônio de mais de R$ 300 bilhões destinado ao pagamento de futuras aposentadorias complementares de funcionários das estatais que são suas patrocinadoras.
CONSELHEIROS CRIARÃO FÓRUNS
Agora, esses conselheiros pretendem criar um fórum de participantes de vários fundos de pensão para trocar informações e experiências sobre como aumentar a fiscalização interna das fundações e promover mudanças nos estatutos para reduzir a influência das patrocinadoras, e, portanto, do governo. As primeiras reuniões deverão acontecer em janeiro de 2015.
Como O GLOBO informou ontem, participantes e funcionários dos fundos de pensão têm feito denúncias a órgãos de ingerência política nessas entidades a Polícia Federal, Ministério Público Federal e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). O Sindicato dos Empregados de Previdência Privada do Rio de Janeiro (Sindepperj) apelidou a suposta coordenação política de direcionamento de investimentos dos fundos de “Clube do Amém”.
Na maioria dos fundos de pensão, a direção das estatais, influenciada pelo governo ou por partidos da base aliada, indica o mesmo número de conselheiros que os eleitos pelos participantes. No entanto, a patrocinadora exerce o controle de fato com a prerrogativa de indicar o presidente do conselho, que tem voto de desempate. Acontece que, em vários fundos, esse instrumento não era utilizado porque não se mostrava necessário. Conselheiros eleitos por funcionários que fazem parte de sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT, dedicam-se com afinco à eleição de conselheiros nos fundos de pensão. Uma vez no colegiado, passam a acompanhar o voto dos indicados pelas patrocinadoras.
Em maio deste ano, participantes da Previ e da Funcef venceram chapas de sindicalistas ligados ao PT e assumiram cadeiras no conselho deliberativo das entidades. São representantes de grupos de auditores de carreira do Banco do Brasil e da Caixa.
Na Petros, sindicalistas ligados à Associação dos Engenheiros da Petrobras e do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindpetro-RJ) já haviam conquistado, em 2013, duas cadeiras fazendo oposição à Federação Única dos Trabalhadores (FUP), que tem um conselheiro eleito e vários dirigentes da fundação indicados pela Petrobras.
A influência política é maior nos fundos cujas regras de governança dão menos poder de decisão aos representantes dos participantes. Na Previ, por exemplo, os funcionários têm direito a eleger conselheiros e alguns diretores. Não há voto de qualidade da patrocinadora, mas os principais cargos seguem sendo indicados pela direção do Banco do Brasil, ligada ao PT, como os de diretor-presidente, diretor de Participações e diretor de Investimentos.
PREVI TEVE LUCRO EM 2013
Já na Petros, todos são eleitos pelo conselho deliberativo, onde a Petrobras tem o voto de desempate.
- A gente percebe que em vários negócios controversos a Petros está sempre com Postalis ou Funcef. A Previ quase não aparece - explica Silvio Sinedino, conselheiro eleito da Petros e um dos integrantes do grupo de participantes dos fundos de pensão.
Fundos com maior participação de pessoas independentes têm melhor resultado. Em 2013, um ano com rentabilidade baixa para todos os fundos por causa de problemas na economia, a Previ teve um superávit de R$ 24,7 bilhões. Já a Petros amargou déficit de R$ 2,2 bilhões.
Maria Inês Capelli, presidente da Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap), acredita que a criação de uma rede de segurados de diferentes fundos pode aumentar a conscientização dos funcionários das estatais para participar da gestão dos fundos de pensão. Ela afirma que os participantes do Postalis, o fundo de pensão dos funcionários dos Correios, podem aprender muito com a experiência dos oposicionistas que venceram eleições nos conselhos de Previ, Funcef e Petros recentemente.
- Precisamos barrar o aparelhamento e a ação de sindicalistas que não estão defendendo o interesse dos funcionários. É a nossa aposentadoria que está em jogo - diz Maria Inês, que também integra o grupo que está formando o grupo.
Reunidos em São Paulo no dia 12 de novembro, membros de Adcap, Funcef, Previ, Petros e da Associação Nacional dos Auditores Internos da Caixa Econômica Federal (Audicaixa), que estão à frente da criação do fórum, lançaram um manifesto com as principais diretrizes de trabalho, preocupados com os “destinos dos fundos de pensão” e tendo em vista o que chamaram de “ameaças no contexto atual”. Foram definidas quatro frentes de trabalho: concentrar esforços para incentivar a união de atividades para proteger os interesses dos membros dos fundos; traçar estratégias comuns na política de investimentos; participação ativa nas discussões sobre mecanismos regulatórios que afetem os associados; e aumento da participação na governança dos fundos, pondo à disposição o maior número de informações aos participantes do fórum. 


Atenciosamente,
Diretoria Executiva da Nacional da ADCAP.
 

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Postal Saúde – lições a considerar


A imprensa trouxe nos últimos dias notícias a respeito de desvios de recursos de nosso plano de saúde no RJ, em montante estimado em R$ 7 milhões. Entre os afastados, está o ex-Presidente do Conselho Deliberativo da Postal Saúde.

Independentemente dos argumentos em contrário oferecidos pela Empresa, o caso expõe a fragilidade dos controles da Postal Saúde com relação aos valores dispendidos para pagamento de assistência médica, hospitalar e odontológica e se soma ao conjunto de problemas fartamente apontados pelas Federações, Sindicatos e pela ADCAP. Entre esses problemas, curiosamente desponta, com destaque, o atraso nos pagamentos a fornecedores, que tem causado a suspensão da prestação dos serviços em diversos locais do País.

O caso do RJ deve servir de alerta à Empresa. O fluxo de pagamentos regular e uma atenção muito grande com a aquisição de OPMEs (Órteses, Próteses e Materiais Especiais) são indispensáveis para evitar que se repitam situações como as apontadas nas investigações e noticiadas pela imprensa.

Por fim, apesar de destacarmos como positivo o posicionamento da Empresa de repudiar o pré-julgamento de seus funcionários com base em suspeitas ou denúncias que ainda não estejam comprovadas, soou bastante estranho que o afastamento tenha sido determinado pela justiça, sugerindo uma omissão da empresa, pois um afastamento preventivo (especialmente de um diretor regional) poderia preservar a tanto o empregado quanto a imagem institucional da ECT de situações constrangedoras.


Atenciosamente,
Diretoria Executiva da Nacional da ADCAP.
 
21/11/2014 - Notícias sobre os Correios 

Esquema de corrupção nos Correios usava código para destino de verba
G1
20/11/2014
Depois de mostrar com exclusividade o depoimento que revelou detalhes do funcionamento de um suposto esquema de corrupção nos Correios do Rio para desviar verba no fundo de saúde, o RJTV revelou nesta quinta-feira (20) o destino do dinheiro e o código usado por suspeitos para se referir ao local. O advogado do ex-funcionário da companhia, João Maurício Gomes da Silva, disse que o seu cliente revelou que a verba ia para Brasília e os suspeitos se referiam à cidade como "igreja".
Investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal desvendaram o caminho que o dinheiro percorria, saindo dos cofres dos correios até chegar às mãos dos integrantes da quadrilha. Segundo o RJTV, o esquema envolvia médicos, hospitais e empresas de material cirúrgico e o papel dos médicos na fraude era transformar cirurgias de rotina em casos urgentes.
O caráter emergencial livrava os suspeitos de cotações de preço. Os hospitais ligados ao grupo aceitavam o procedimento, e encomendavam materiais superfaturados.
Empresas previamente selecionadas vendiam os materiais cirúrgicos por valores até 900% acima do preço real.  O dinheiro pago a mais era devolvido pela empresa de material médico e distribuído para todos os participantes da fraude.
Como mostrou o RJTV, por uma cirurgia que custava R$ 60 mil, o plano de saúde dos Correios chegou a pagar R$ 900 mil.
Os detalhes foram revelados por João Maurício, que entrou na estatal como carteiro e chegou ao segundo posto da hierarquia da empresa no Rio. Depois de confessar ter participado do esquema de 2011 a 2013, João Maurício fez um acordo de delação premiada, e revelou quanto cada um dos envolvidos ganhava.
"A média no inicial de acordo com as investigações na qual eu tomei conhecimento chegava no mínimo cem mil reais por mês", afirma.  Ele acusa o ex-diretor regional dos correios no Rio, Omar de Assis Moreira, de comandar a cobrança de propina para desviar dinheiro do plano de saúde dos funcionários.
No depoimento aos procuradores, João Maurício disse que o ex-chefe chegou a pedir a ele que conseguisse um emprego para a filha. Disse ainda que o emprego foi conseguido por um dos integrantes da quadrilha, numa empresa de material cirúrgico que veio a participar do esquema.
Segundo o Ministério Público, as fraudes comprovadas até agora chegam a R$ 7 milhões. Mas, pelas provas e depoimentos colhidos até agora, o valor que foi desviado dos correios pode ter sido muito maior.
Segundo o advogado de João Maurício, o dinheiro arrecadado com a fraude não ficava só com a quadrilha no Rio. Os envolvidos criaram um código: chamavam de "dinheiro da igreja" uma parte do valor que seria desviada para pessoas em Brasília.
A nomenclatura utilizada pelo João Mauricio e os demais é que esses valores seriam destinados à igreja e seria Brasilia, especificadamente constando nos autos do MPF.
Correios se pronunciam
Segundo os Correios, casos com indícios de fraudes dessa natureza foram identificadas pelos mecanismos de controle da empresa e o então diretor regional do Rio de Janeiro, Omar de Assis Moreira, solicitou à PF investigação sobre o assunto, em junho de 2013, além de instaurar processo de sindicância interno e constituir grupo de trabalho para apoiar a apuração da PF.
Ainda de acordo com a empresa, em setembro de 2013, a Administração Central dos Correios em Brasília também encaminhou denúncia sobre o assunto ao Ministério Público Federal.  Os casos sob suspeita estão listados na investigação interna, que está em fase final, com acompanhamento da Controladoria Geral da União (CGU). Os Correios afirmam que não têm conhecimento de envolvimento de empregados de Brasília em qualquer irregularidade relacionada à gestão do plano de saúde no Rio de Janeiro, bem como questionam a existência de provas que comprovem declarações tão graves.
A empresa também acrescentou que o diretor regional está atualmente afastado por determinação judicial para preservar a condução de processo judicial sobre o assunto e acrescenta que, caso as irregularidades sejam comprovadas, os responsáveis serão punidos conforme previsto nos normativos internos e na legislação brasileira. Até que isso ocorra, a empresa repudia o pré-julgamento de quaisquer funcionários com base em suspeitas ou denúncias que ainda não estejam comprovadas.
O RJTV tentou contato com Omar Moreira que, no entanto, não foi localizado para responder às acusações.
Esclarecimento sobre investigação de eventuais irregularidades no plano de saúde
Correios
19/11/2014
Com relação às reportagens sobre eventuais irregularidades na gestão do plano de saúde dos Correios no Rio de Janeiro, esclarecemos que o assunto já vem sendo apurado pela empresa, com apoio da PF, desde 2013.
Atualmente afastado por determinação judicial, o próprio diretor regional da empresa no Rio de Janeiro, Omar de Assis Moreira, foi quem solicitou, em junho de 2013, a investigação conduzida pela Polícia Federal a respeito de possíveis irregularidades na gestão do plano de saúde.
Moreira também instaurou processo de sindicância interno e constituiu grupo de trabalho para apoiar a apuração da PF. Denúncia sobre o caso foi encaminhada ao Ministério Público Federal, em setembro de 2013, pela Administração Central dos Correios em Brasília.
A sindicância interna a respeito dos fatos, conduzida atualmente por órgão corregedor dos Correios em Brasília, está em fase final e é acompanhada pela Controladoria Geral da União (CGU).
Ou seja, os fatos documentados comprovam que os Correios não apenas identificaram as eventuais irregularidades na gestão do plano de saúde no Rio de Janeiro, como também tomaram todas as providências necessárias para a completa apuração. Caso as irregularidades sejam comprovadas, os responsáveis serão punidos conforme previsto nos normativos internos e na legislação brasileira.
A empresa repudia o pré-julgamento de seus funcionários com base em suspeitas ou denúncias que ainda não estejam comprovadas.
E-mail — O e-mail citado pelas reportagens, de autoria do empregado João Maurício Gomes da Silva, foi enviado ao então diretor regional da empresa no Rio de Janeiro, Omar de Assis Moreira, em 28 de agosto, e no mesmo dia foi encaminhado pelo diretor regional à área de controle disciplinar dos Correios, que já apurava o assunto.
A Comissão de Sindicância instituída pelos Correios convocou João Maurício Gomes da Silva para prestar esclarecimentos, no Rio de Janeiro, em 30 de setembro e em 7 de outubro. As convocações foram realizadas por carta e por telegrama, diretamente ao empregado e também ao seu advogado, mas não foram atendidas em nenhuma das duas ocasiões. O empregado foi dispensado da função por ato administrativo do diretor regional Omar de Assis Moreira em outubro de 2013, assim que os Correios do Rio de Janeiro foram comunicados do seu indiciamento.
O empregado Marcos Esteves trabalhava na área de saúde desde 2009 (anteriormente, portanto, à nomeação de Omar de Assis Moreira como diretor regional) e foi afastado das atividades na empresa, tendo o contrato de trabalho suspenso.
Funcionários dos Correios encerram greve na região metropolitana de SP
Folha SP
20/11/2014
Após acordo com funcionários para o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), nesta quarta-feira (19), foi encerrada a greve parcial dos Correios em São Paulo.
A paralisação foi iniciada na última quarta-feira (13), apenas na região metropolitana. O movimento mobilizou cerca de 20% da categoria.
Segundo os Correios, as agências foram abertas normalmente e todos os serviços –exceto os de entrega com hora marcada– continuaram disponíveis.
Em nota, o Findect (Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios) comemorou o fim das negociações e disse que o processo foi uma "novela" que se arrastou por sete meses.
O acordo, firmado no TST (Tribunal Superior do Trabalho), prevê que o PLR de 2013 seja pago na primeira semana de dezembro.
O valor fixado foi proposto pelo vice-presidente do TST, ministro Ives Gandra, sendo o mínimo de R$ 614,00 e máximo de R$ 711,00.
Também por meio de nota, os Correios destacam que os trabalhadores que aderiram ao movimento irão compensar os dias parados.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

- R$ 2.776.933.034,01


Este valor – quase 2,8 bilhões de reais – consta no Postalis em Números de setembro na linha “equilíbrio atuarial”.

O valor do déficit atuarial acumulado até setembro é R$ 207,5 milhões maior que o registrado em agosto. Ou seja, nosso déficit atuarial aumentou quase R$ 10 milhões de reais por dia útil em setembro.  Deve ser um recorde mundial de perda que vem se repetindo mês após mês. Ninguém, exceto a Petrobras, deve ter perdido tanto assim.

Mantido o ritmo der perdas, é de esperar que cheguemos ao final do ano com perdas atuariais acima de R$ 3 bilhões de reais, o que exigirá imediato equacionamento. Para os trabalhadores, virá a fatura de mais de R$ 1,5 bilhão de reais, a ser paga com aumento significativo de nossas contribuições por um prazo que pode ser pelo resto da vida.

O que fazer além de assistir à destruidora erosão que consome vorazmente nossas reservas?

A ADCAP já notificou a administração da Empresa sobre sua corresponsabilidade nesse tema , já pediu à PREVIC intervenção no POSTALIS e também já denunciou a situação e pediu ajuda aos órgãos de controle. Parece, porém, que todos assistem atônitos e sem ação a rápida destruição do POSTALIS. Ou talvez esperem apenas o momento politicamente mais apropriado para nos dar uma notícia ruim sobre o fundo BD, sem culpados, sem apurações e sem responsabilizações.

O mico será só nosso e da ECT ! 


Atenciosamente,
Diretoria Executiva da Nacional da ADCAP.
 
18/11/2014 - Notícias sobre os Correios 

Justiça afasta diretor dos Correios no Rio

Folha SP
18/11/2014

O juiz Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio, determinou o afastamento do diretor regional dos Correios no Estado, Omar de Assis Moreira, 49.

A decisão aconteceu a partir de um pedido do procurador Sérgio Luiz Pinel Dias após denúncias de que Moreira receberia, mensalmente, propinas de R$ 6 mil por autorizar cirurgias superfaturadas –que não aconteciam– em servidores da estatal.

Omar Moreira foi indicado pelo deputado federal Edson Santos (PT-RJ) para o cargo, que ocupava desde 2011. Procurado nesta manhã, Moreira não atendeu o celular. O mesmo aconteceu em seu telefone residencial. A Folha apurou que o ex-diretor regional dos Correios no Rio ainda procura advogado para defendê-lo no caso.

Em nota, os Correios informaram que o afastamento ocorreu para "preservar a condução de processo da Justiça Federal" e que a investigação da Polícia Federal foi solicitada pelo próprio diretor, em 2013. A CGU (Controladoria Geral da União) faz parte de um grupo de trabalho que acompanha as investigações, de acordo com os Correios.

O deputado Edson Santos não foi encontrado até o momento para comentar a indicação de Moreira.

Na sexta (14), quando foi comunicado por um delegado federal e dois agentes do afastamento, a primeira reação de Moreira, em seu gabinete no prédio central dos Correios, na região central do Rio foi lamentar: "a minha vida acabou", teria dito aos policiais.

As investigações que levaram ao afastamento de Moreira tiveram início há pouco mais de um ano e dão conta que a partir de agosto de 2011, três hospitais passaram a ser beneficiados, recebendo pagamentos de maneira antecipada para procedimentos cirúrgicos de servidores dos Correios.

Esses servidores eram submetidos a cirurgias com a utilização de órteses, próteses e materiais especiais. Em alguns casos, os procedimentos não aconteciam ou eram superfaturados. A cobrança dos hospitais tomava por base os preços mais altos estipulados pelo plano de saúde dos Correios.

A partir de janeiro de 2013, um quarto hospital foi inserido na "lista" criada pela direção dos Correios, no Rio. Assim, a lista de beneficiados prioritários passou a quatro unidades particulares.

Nos primeiros dois meses do esquema, de acordo com as investigações, Omar Moreira teria recebido R$ 15 mil por mês. A partir de novembro de 2011 foi fixado o valor de R$ 6 mil mensais.

Funcionários dos Correios fazem greve em SP nesta terça, diz sindicato

G1
18/11/2014

Funcionários dos Correios que atendem a Grande São Paulo estão em greve nesta terça-feira (18), segundo informações do sindicato da categoria. O Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo (Sintect-SP) diz que cerca de 7 mil servidores pararam desde a última quinta (13).Os Correios informaram, em nota, que a paralisação é parcial, que todas as agências estão abertas e que o único serviço interrompido pela greve é a entrega com hora marcada.

A empresa diz que 20% dos funcionários aderiu à greve, o que representa um número de 3.815 servidores.

Em conversa com o G1, o vice-presidente do Sintect-SP, Rogério Bueno, afirmou que a principal reclamação da categoria é sobre o descredenciamento de hospitais por conta do plano de saúde da empresa. "Os Correios estão tirando hospitais da nossa rede credenciada e não estão repondo. Tem algumas regiões que não tem nenhum hospital mais, tem muita gente sem médico", disse.

Apesar de essa ser a principal reclamação, o sindicato ainda tem outras quatro reivindicações: más condições de trabalho e falta de contratação; crescimento da violência contra servidores e falta de segurança; atraso no pagamento, desde maio, da participação dos lucros; e falta de informação sobre pagamento do adicional de periculosidade para motoboys.

"Nós queremos que a empresa dê uma resposta sobre isso, queremos uma solução. Pelo menos uma data pra que as coisas possam se resolver, para o ano que vem, não sei. Mas os servidores precisam de informações", completou Bueno.

Correios
Sobre os planos de saúde, a empresa diz que o “descredenciamento de conveniados ocorre em qualquer plano de saúde”, e que o “número de credenciados é mais que suficiente para atender os usuários do plano”.

Os Correios dizem ainda que, nos últimos três anos, investiu mais de R$ 1,18 bilhão em melhoria das condições de trabalho e contratou mais de 20 mil novos trabalhadores. A empresa informa também que investe em medidas de segurança, e que há mais de 4 anos os trabalhadores dos Correios que distribuem ou coletam cartas e encomendas recebem adicional de 30% do salário base.

Confira a íntegra da nota dos Correios sobre a greve:

O movimento é parcial e apenas na Grande São Paulo. Todas as agências estão abertas e todos serviços estão disponíveis, com exceção dos serviços de entrega com hora marcada. Cerca de 80% do efetivo local não aderiu à paralisação, ou seja, 15.260 funcionários — a presença é verificada por sistema eletrônico. O movimento é mais concentrado entre os carteiros e os Correios já adotaram medidas para garantir a entrega de cartas e encomendas, como realização de horas extras e realocação de empregados entre as unidades.

O sindicato reivindica o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados, que está sendo negociada com intermediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A reunião para conclusão das negociações será amanhã (19), portanto a paralisação não se justifica. Além disso, o movimento não cumpriu os requisitos da Lei de Greve e a empresa irá descontar os dias parados.

Nesta terça-feira (18), a empresa reúne-se com as Federações (inclusive da representação da base territorial de SP).

Esclarecimento sobre matéria da revista Época

Publicado em 15 de novembro de 2014 por Correios

A respeito de matéria publicada pela revista Época desta semana, os Correios reafirmam que não existem quaisquer irregularidades nos negócios firmados para a construção de unidades operacionais da empresa em Cajamar (SP) e Brasília (DF).

A matéria da revista Época é um exercício de ilações e suposições, apoiando-se em situações que classifica como “suspeitas”, de acordo com seu entendimento subjetivo, e na prática de malabarismo futurístico, deduzindo fatos que “podem” vir a trazer prejuízos aos Correios.

A revista não apresenta nenhuma prova de irregularidade ou prejuízo. Além disso, ignora completamente os fatos documentados que foram apresentados aos repórteres e que comprovam que os negócios citados seguiram todos os trâmites legais e são vantajosos para os Correios.

Os fatos concretos e documentados nos processos, aos quais os repórteres tiveram livre acesso, são:

- os processos para a aquisição do terreno em Brasília e para o BTS (aluguel sob medida) de Cajamar tiveram cerca de um ano de laudos técnicos, avaliações e prospecções de mercado.

- ambos os negócios foram vantajosos aos Correios. O valor pago pelo terreno em Brasília ficou 35% abaixo do valor máximo de mercado aferido à época pelas avaliações. No caso do BTS de Cajamar, os Correios conseguiram o preço de R$ 23,90/m2 com o Postalis, inferior aos R$ 28/m2 apresentados por outra empresa.

- os projetos necessários à execução da obra de construção em Brasília já foram contratados (a empresa forneceu à reportagem o nome da empresa contratada, o número do contrato e o valor) e os procedimentos visando à licitação internacional para a aquisição das máquinas de automação estão em curso. A previsão de entrega da obra é julho de 2017.

- não procede a informação de que o terreno em Brasília “não pode abrigar empreendimentos empresariais”. A legislação atual permite o uso do terreno para a atividade de Correios e outras atividades de entrega.

- a revista distorceu as declarações do empregado Roger dos Santos a respeito do parecer jurídico sobre a aquisição do terreno em Brasília. O empregado esclareceu ao repórter que, neste caso específico, a Diretoria Executiva da empresa não contrariou o parecer jurídico; pelo contrário, seguiu a recomendação e reavaliou o risco.

- nunca houve intenção dos Correios de adquirir o terreno de Cajamar, como erroneamente informa a revista. Desde o início tratou-se de um projeto de BTS (locação sob medida), onde não há compra e sim aluguel, com pagamento apenas após a entrega do imóvel. Essa intenção dos Correios sempre foi pública, divulgada aos empregados da empresa e também à imprensa.

- a obra de Cajamar está em fase de ajustes solicitados pelos Correios e a previsão de entrega é início de 2015.

- tais ações são previstas no projeto de modernização e expansão do processo de triagem da estatal, que irá beneficiar a população brasileira com a melhoria da qualidade da prestação dos serviços postais.

As transações suspeitas entre os Correios e seu fundo de pensão, o Postalis

Época
14/11/2014

A Nova Zelândia, a 12.000 quilômetros do Brasil, é um dos países mais transparentes do mundo, um exemplo de excelência em serviços públicos e prestação de contas à população. De Wellington, capital do país, saiu um empreendimento comercial obscuro, que desafia o entendimento no Brasil. No dia 10 de janeiro de 2012, uma empresa de fachada chamada Latam Real Estate New Zealand foi aberta em Wellington, fixada por seus criadores no mesmo prédio ocupado pela Embaixada do Brasil na Nova Zelândia. No dia 5 de março, com menos de dois meses de vida, a Latam abriu em São Paulo uma filial e, 15 dias depois, comprou um terreno de 220.000 metros quadrados em Cajamar, a 45 quilômetros de São Paulo. Em 25 de maio, vendeu o imóvel ao Postalis, o fundo de pensão dos funcionários dos Correios, por R$ 194 milhões. A Latam atravessou o mundo para dar uma ágil jogada imobiliária no Brasil.

O Postalis, um dos maiores fundos pensão do país, aplica recursos para bancar as aposentadorias de funcionários dos Correios. Seu histórico não é dos melhores. No ano passado, apresentou um rombo de quase R$ 1 bilhão nas economias dos carteiros, resultado de investimentos furados e sob investigação em instituições financeiras que foram à lona, como os bancos BVA, Cruzeiro do Sul e Oboé, e até em títulos da dívida argentina. Quem decidia suas aplicações eram diretores indicados pelo PMDB. Sob o comando de um presidente petista desde 2012, o Postalis continua fazendo negócios obscuros.

No início de 2012, o Postalis aceitou dar uma força aos Correios. A estatal precisava comprar o terreno em Cajamar para fazer seu novo centro de logística, mas seu caixa não comportava a aventura. Na ocasião, o então deputado federal, hoje mensaleiro preso, João Paulo Cunha (PT-SP) conversou com o presidente do Postalis, o sindicalista petista Antônio Carlos Conquista. João Paulo foi à sede do Postalis em Brasília tratar do negócio. Conquista também foi procurado por um empresário chamado João Camargo, com negócios em rádios e empreendimentos imobiliários. O Postalis topou comprar o imóvel e alugá-lo aos Correios durante dez anos, por R$ 210 milhões – e se deu mal. O local, que deveria estar pronto no ano passado, só deverá começar a funcionar em 2015. Até lá, o Postalis não receberá um real.

No início, o Postalis negociava a compra de um terreno de propriedade do empresário Luiz Fernando Pires, proprietário da Piazzano Empreendimentos. A área, com galpões já construídos, sairia por R$ 193 milhões. No meio do caminho apareceu a neozelandesa Latam e fez Pires mudar de ideia. Ele vendeu a área à Latam, com os galpões construídos, por R$ 150 milhões – menos que o Postalis havia se disposto a pagar. Pires afirma que o negócio direto com o Postalis, que seria mais lucrativo, “não prosperou”. Menos de três meses depois, a Latam fez um negócio da China, ou melhor, da Nova Zelândia. Vendeu o terreno ao Postalis por R$ 194 milhões.

Formalmente, João Camargo não está vinculado à Latam Brasil. Na Junta Comercial de São Paulo aparecem como sócios a Latam Real Estate New Zealand, com 99,99% das ações, e Marcelo Bicudo, com 0,01%, advogado de Camargo e especialista em criar e representar empresas estrangeiras interessadas em investir no Brasil. Os donos da empresa que fez negócios com o Postalis são brasileiros? “Alguns sim, outros não. São e não são. Veja bem, tudo o que posso falar, falo porque não há nada a esconder”, diz Bicudo. “Agora, os donos desta empresa não querem que o público saiba quem eles são. As autoridades sabem, não há nada de oculto.” Por meio de sua assessoria de imprensa, Pires disse que não responderia a “perguntas especulativas” sobre o negócio em que está envolvido.

Não é necessário ir à Nova Zelândia para fazer bons negócios imobiliários com os Correios ou com o Postalis. No final de 2012, os Correios compraram por R$ 123 milhões um terreno de 73.000 metros quadrados para erguer seu futuro Centro de Cartas e Encomendas de Brasília. O dono da área, o governo do Distrito Federal, recebeu o pagamento à vista. Passados quase dois anos da compra, o mato cresce no local, junto com entulho de obras vizinhas. O terreno não conta sequer com uma placa de identificação. Os Correios dizem esperar um projeto executivo da obra para realizar a licitação que levantará os prédios. A razão é outra: pelas normas urbanísticas, a área comprada pelos Correios não pode abrigar empreendimentos comerciais.

Documentos obtidos por ÉPOCA (acima) mostram que os Correios sabiam disso antes da compra. No dia 7 de dezembro, dois advogados da estatal registraram que a diretoria deveria avaliar o risco do investimento, pois àquela altura o terreno não poderia abrigar as atividades pretendidas pela empresa. Os advogados alertaram também que a avaliação do terreno feita pelos Correios apontava para o valor de R$ 104 milhões, quase R$ 20 milhões a menos que os Correios pagaram. Três dias depois, em 10 de dezembro, a diretoria executiva dos Correios ratificou a compra. “Até acontece. Mas é raro a diretoria não levar em conta uma opinião do departamento jurídico”, diz o ex-chefe do departamento e um dos autores do parecer, Roger dos Santos. Os R$ 123 milhões foram parar nos cofres da Terracap, empresa do governo de Brasília que cuida dos terrenos públicos da capital. Naquele momento, a Terracap estava com dificuldades de caixa, em virtude da construção do estádio Mané Garrincha, para a Copa do Mundo. 

Apavorada com a demora na aprovação da mudança da destinação do terreno, a diretoria dos Correios, comandada pelo PT, pressionou o governo do Distrito Federal, também petista, para mudar a lei e permitir a construção na área. O alívio chegou em setembro de 2013, mas durou pouco. O Ministério Público do Distrito Federal contestou as decisões do governo do Distrito Federal, e os Correios poderão ser impedidos de construir na área comprada. O assunto é discutido por um órgão que regula o uso dos terrenos de Brasília, uma cidade tombada pela Unesco. Não há previsão sobre quando a discussão sobre o uso do local terminará. Durante uma reunião que discutia o assunto, o representante da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do DF, Paulo Muniz, disse que os Correios “compraram gato por lebre”.

Os Correios afirmam, por meio de sua assessoria, que a compra do terreno em Brasília foi regular. Sobre a decisão de comprar o imóvel em Brasília, dizem que “o parecer jurídico” é “opinativo e, portanto, não é uma decisão”. A nota também afirma que os Correios não sofreram prejuízos em razão de os centros de Brasília e Cajamar ainda não estarem em funcionamento. “Está tudo dentro do cronograma de investimentos”, diz a nota. Por meio da assessoria de imprensa, o presidente do Postalis, Conquista, afirma que a operação de Cajamar foi aprovada com base em estudos técnicos. Diz que as conversas mantidas com João Paulo e Camargo não tiveram relação com o imóvel de Cajamar. Disse, ainda, que o fato de o Postalis não receber o aluguel do imóvel não deve ser associado a prejuízo, pois se trata de um investimento de longo prazo. O ex-deputado João Paulo cumpre pena em Brasília, condenado pelo envolvimento no mensalão. Por meio de seu advogado, ele informou que não se pronunciaria sobre o assunto. Camargo não atendeu aos pedidos de entrevista da reportagem de ÉPOCA. Vender terrenos para os Correios ou para o Postalis pode ser um bom negócio. Basta ter as conexões corretas no Brasil e na Nova Zelândia.

http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2014/11/btransacoes-suspeitas-entre-os-correiosb-e-seu-fundo-de-pensao-o-postalis.html

Conselheiros de fundos de pensão se unem para defender os investimentos

Folha SP
14/11/2014

Dizendo-se preocupados com "os destinos dos fundos de pensão de empresas estatais" e "ameaças presentes", um grupo de 15 conselheiros de fundos de pensão de estatais assinou, nesta quinta-feira, um manifesto em que se propõe a unir-se para defender os investimentos e os interesses dos participantes.

A preocupação do grupo, segundo a Folha apurou, é em relação à gestão das instituições, considerada deficiente, e à ingerência política.

Entre os signatários, estão representantes da Funcef, da Previ e da Petros, respectivamente fundos da Caixa Econômica, do Banco do Brasil e da Petrobras.

Segundo esse integrante, o grupo pretende reunir-se com a Secretaria de Previdência Complementar, órgão responsável por regular e fiscalizar os fundos de pensão, para discutir o problema.

No documento, os conselheiros dizem-se comprometidos em "empreender todos os esforços possíveis" para "proteger e salvaguardar os interesses dos participantes" das entidades.

O documento foi assinado ao fim do do Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, realizado em São Paulo.

Os conselheiros signatários foram eleitos pelos participantes e dizem-se livres de indicação política.

Da Funcef, assinaram os conselheiros Antonio Augusto de Miranda, Max Mauran Pantoja da Costa e Souza e Délvio Joaquim Lopes de Brito> da Previ, Antônio José de Carvalho, Ari Zanella, Cecília Garcez, Décio Bottechia, José Bernardo de Medeiros Neto e Williams Francisco da Silva; da Petros, assinaram Epaminondas de Souza Mendes, Paulo Teixeira Brandão, Ronaldo Tedesco e Sílvio Sinedino; da Associação dos Auditores Internos da Caixa, assinou Luciane Munhóz de Martins. Da Associação dos Auditores dos Correios, assinou Maria Inês Capelli Fulginiti.