Aparelhamento
político-partidário
nos Correios
Um trabalhador dos Correios que pense hoje em fazer carreira na Empresa enfrentará uma série de barreiras, começando pela ausência de concurso público, passando pela não aplicação do disposto no PCCS no que se refere à mudança de estágio do seu desenvolvimento (pleno, sênior e máster) com a não disponibilização de vagas, tampouco a mudança de cargo prevista com a criação do “etéreo” Especialista de Correios. Para completar, ainda estará sujeito ao regramento não isonômico estabelecido pela VIGEP para ser designado para alguma função, que também inclui cálculos de média salarial e disponibilidade orçamentária.
Enquanto isso, companheiros bem relacionados são trazidos às
pencas para funções de destaque, inclusive de Superintende Executivo, sem regra
alguma, exceto o relacionamento pessoal com algum dirigente e a afinidade
político-partidária. Para nós, empregados concursados, as
designações dependem da média salarial, de vaga, de orçamento e da boa vontade dos dirigentes. Entretanto, para os “companheiros” não existe
regra, nem limitações.
Na ECT a regra é: "para os meus inimigos a lei". E quem
são os inimigos? Você, funcionário público concursado, que optou por uma
carreira técnica? Você acha isso justo? Este é um resumo da
exemplar política de gestão de pessoas vigente na Empresa, capturada por
interesses político-partidários que ignora a competência e a capacidade dos
trabalhadores do quadro próprio e despreza o interesse institucional.
A ADCAP entende que um administrador público deveria atuar com os
quadros que o órgão ou empresa oferece, os quais, no caso dos Correios, são de
excelência comprovada pelos resultados históricos. E não se fechar em feudos
constituídos para atender outros interesses.
A ADCAP se preocupa com as intenções por trás dessa destruição de
valores que se instalou na empresa, e que é uma das grandes responsáveis
pelos resultados decrescentes dos Correios. Informa, ainda, a seus associados
que estamos encaminhando a adoção de medidas junto à justiça do trabalho e
a outros órgãos, para denunciar essa prática extremamente nociva que, sob o
comando do VIGEP, tem sido explicitamente implantada na Empresa.
O aparelhamento político-partidário é uma das principais causas
dos mais graves problemas enfrentados pelo País neste momento. Não podemos
deixar que a ECT seja levada nessa onda e transformada num paradigma de
facilidades para acomodação de militantes desempregados ou que perderam espaço
em órgãos da administração direta. A ECT é uma empresa estatal e não uma
extensão de partido político! Aqui é lugar de trabalho e não “uma boquinha”
para melhorar o salário de ninguém!
Enfim, exigimos RESPEITO !
Diretoria Executiva da ADCAP Nacional.
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