CPI eleva cálculo
da fraude dos fundos de pensão para R$ 4,2 bi
Estadão
12/04/2016
12/04/2016
BRASÍLIA - A Comissão Parlamentar de
Inquérito dos Fundos de Pensão divulgou uma nova tabela que detalha os números
do relatório feito pelo deputado Sérgio Souza (PMDB-PR) e aponta prejuízos de
R$ 4,26 bilhões em 15 casos investigados pela CPI. A leitura do parecer deveria
ter ocorrido ontem (11), mas o relator da comissão argumentou que o surgimento
de novos fatos e informações nos últimos dias tornou necessária a
complementação do parecer. Inicialmente o relatório teria em torno de 700
páginas e demonstrava perdas de mais de R$ 3 bilhões. A sessão começou por
volta das 15h30 desta terça-feira e o documento, com 832 páginas, mostra que
foram decretadas 350 quebras de sigilo de contas bancárias. Os dados de 63
quebras de sigilo, porém, ainda não chegaram à CPI.
"Na nossa avaliação, esse
atraso nos relatórios não traz prejuízos. A grande maioria dos bancos
contribuiu e assim que esses documentos chegarem iremos encaminhá-los para o
Ministério Público e para a Polícia Federal", afirmou o presidente da
comissão, o deputado Efraim de Araújo Morais Filho (DEM-PB).
Ontem, Souza pediu mais 24 horas de
prazo para acrescentar informações, principalmente por causa do indiciamento,
pela Polícia Federal, de sete investigados na Operação Positus por fraudes no
período entre 2006 e 2011 na gestão de recursos do Postalis, o fundo de pensão
dos funcionários dos Correios. O relatório atualizado encontra-se na página da
Câmara, na internet.
O relatório da CPI, agora, pede a
apuração de responsabilidade civil de 158 agentes e instituições privadas.
Neste caso, os nomes serão encaminhamentos ao Ministério Público para análise e
propositura de Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa e
ressarcimento aos fundos. O relator também pediu ao Ministério Público a
apuração de responsabilidade penal de 145 pessoas. Encaminhou ainda, aos órgãos
de controle externo, pedido para instauração de 50 procedimentos
administrativos e outras medidas.
A comissão analisou mais
detalhadamente 15 casos que apontaram fraude e má gestão dos investimentos
feitos pelos dirigentes da Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), da
Petros (Petrobrás), Funcef (Caixa Econômica Federal) e do Postalis (Correios).
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