Com plano de saúde suspenso há 40 dias, carteiros param nesta sexta-feira
Diário do Aço
20/10/2016
Sem nenhum atendimento médico por meio do plano de saúde dos Correios (Postal Saúde), funcionários da empresa pública federal decidiram paralisar todos os serviços no Vale do Aço, nesta sexta-feira (21).
Tanto as agências quanto os centros de distribuição de cartas de Coronel Fabriciano, Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo não irão funcionar. A paralisação de advertência foi aprovada, de forma unânime, em assembleia realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos e Similares do Estado de Minas Gerais (Sintect-MG) no começo da noite desta quinta-feira.
De acordo com o diretor do Sintect-MG, Rubens Suelson, houve tentativa de negociação com a gerência da empresa. Contudo, os servidores não obtiveram resposta. “Pedimos que a administração tomasse providência de pagar o Hospital Márcio Cunha, e outros estabelecimentos conveniados. O retorno é sempre o mesmo, que a situação está sendo avaliada. Estamos há 40 dias pedindo que isso seja resolvido e até o momento, nada. Por isso, optamos pela paralisação, caso a empresa se manifeste, nós iremos fazer a greve“, explica o diretor.
Para o sindicalista “isto é uma falta de respeito e mostra ingerência com o dinheiro público. Servidores estão com cirurgias marcadas, outros necessitam de atendimento psiquiátrico, mas por causa da má gestão, nós não temos acesso ao serviço de saúde”, informa.
O carteiro Avelino Cruz pede o apoio da sociedade e destaca que a paralisação não é uma forma de penalizar os cidadãos. “Reivindicamos um direito que temos. É descontada do nosso salário a taxa do plano de saúde. Os Correios possuem muitos funcionários no Vale do Aço. Se não temos plano de saúde, teremos que utilizar o SUS, e isso vai sobrecarregar o sistema e toda a sociedade sai prejudicada. Por isso, contamos com o apoio e paciência de toda a comunidade da região”, ressalta o servidor.
Privatização
Outro servidor dos Correios, Bruno Cândido de Oliveira, salientou que esta não é a primeira vez que a empresa suspende o plano de saúde. Ele afirmou que a ação faz parte de um pacote de iniciativas de sucateamento da empresa para favorecer a terceirização.
“Nós, trabalhadores dos Correios, percebemos que há planos por trás destas mudanças. A última greve que fizemos foi contra a alteração do plano de saúde da empresa, que passou a ser terceirizado. Além disso, vemos outras ações como a redução do quadro de funcionários, o nosso trabalho está sobrecarregado e tendência é enxugar para obter mais lucro, sem importar com o atendimento à sociedade”, pontua.
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