MPF recomenda que
Correios aumente segurança nas
agências em Mato Grosso
Só Notícias
10/10/2016
10/10/2016
A Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos (ECT) tem 20 dias, a contar da notificação, para apresentar um
cronograma de implementação de medidas de correção no sistema de segurança nas
agências em todo território nacional, a fim de desestimular a ocorrência de
crimes, aumentando a eficácia da identificação dos criminosos e, sobretudo,
garantindo um ambiente seguro aos consumidores e empregados. As medidas foram
apontadas em recomendação feita pelo Ministério Público Federal em Mato Grosso
(MPF-MT), que destaca que não deve haver a renovação ou celebração de novo
contrato de “banco postal” com instituição financeira se o cronograma de
implementação das medidas não for cumprido.
A recomendação, proposta pelos Procuradores
da República Guilherme Rocha Göpfert e Marco Antonio Ghannage Barbosa, levou em
consideração o apurado nos inquéritos civis, em razão do alarmante número de
assaltos às agências dos Correios nos diversos municípios de Mato Grosso,
conforme constatado pela Superintendência da Polícia Federal no Estado.
No documento, os procuradores citam que
somente no ano de 2015, até o mês de outubro, foram registradas mais de 150
ocorrências de furto e roubo em praticamente todas as agências do Correio no
estado. “Somente a agência instalada no bairro do Verdão, em Cuiabá, foi alvo
de cinco ocorrências de crime. Em igual sentido, somente a agência do Coxipó,
em Cuiabá, foi alvo de ao menos nove ocorrências de furto e roubo, entre
setembro de 2015 a fevereiro de 2016”, aponta a Recomendação, que também traz
uma tabela com a lista de 205 inquéritos policiais instaurados desde 2012 a
2016, relacionados a furtos e roubos realizados em agências dos Correios,
somente nos Municípios abrangidos pela Procuradoria da República no Município
de Rondonópolis.
A maioria dos crimes ocorridos não foram
solucionados devido a dificuldade de identificação da autoria. E essa
dificuldade é ocasionada pela falha do aparato de segurança, como, por exemplo,
câmeras de segurança com resolução inadequada e a facilidade de localização do
dispositivo que grava as imagens, sem a utilização de HD falso, por exemplo.
“Não há como se ter serviço bancário nas unidades dos Correios sem que haja uma
estrutura de segurança efetiva. Por isso recomenda-se que, se não for colocado
como cláusula do novo contrato para o funcionamento do Banco Postal os itens
mínimos de segurança, o serviço não tem condições de ser prestado”, afirmou
Göpfert.
Ainda de acordo com os procuradores, a
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos permanece omissa em tomar as
medidas necessárias para a prevenção de danos aos consumidores e ao patrimônio
público, através da adoção de um sistema de segurança eficiente e capaz de
desestimular os eventos criminosos, como a instalação de porta giratória com
detector de metais e de vigilância armada, e ressaltam também o descaso do
Banco do Brasil com seus clientes atendidos pelo Banco Postal por não fornecer
a eles a mesma segurança existente nas agências bancárias. “É preciso que haja
um compromisso expresso das instituições com o consumidor, que é seu cliente,
com a segurança destes e de seus bens, e para isso devem ser adotadas medidas
de segurança”, ressaltou o procurador Marco Antonio Ghannage Barbosa.
Além do prazo para apresentar o cronograma,
a ECT terá 15 dias para informar formalmente ao Ministério Público Federal se
cumprirá a Recomendação, sendo que a ausência de resposta será interpretada
como recusa no seu atendimento.
Conforme o procurador Marco Antonio, foi
publicada notícia de que o Banco do Brasil desistiu de renovar o contrato do
Banco Postal com os Correios. A empresa pública divulgou, no dia 07/10/2016,
novo edital de seleção pública para seleção de instituição financeira para
prestação de serviços de “Correspondente”. Em ofício encaminhado aos Correios,
esclarece que as medidas de segurança constantes na Recomendação deverão ser
imediatamente incluídas nesse novo edital e posterior contrato com quem se
sagrar vencedor do certame.
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