Fechamento de
agências dos Correios em MS repercute na
Assembleia Legislativa
MidiaMax
08/03/2017
O fechamento de agências dos Correios no Mato
Grosso do Sul repercutiu nesta terça, 7 de março, na sessão da Assembleia
Legislativa do estado. Após denúncia do Sintect-MS de que mais duas agências
seriam fechadas, nos distritos de Nova Casa Verde e Anhanduí, o debate foi
levantado no legislativo estadual.Em MS quatro agências foram fechadas em 2016,
sendo duas em Campo Grande e mais duas nos municípios de Dourados e Corumbá.
Nesta última sobrou apenas uma agência para atender um município cuja população
já ultrapassa os 100 mil habitantes.
O deputado João Grandão apresentou na sessão
a proposta de realização de Audiência Pública, na Assembleia Legislativa, com o
tema a “Reestruturação das Agências dos Correios em MS”. De acordo com o
deputado, os fechamentos “representam um enorme retrocesso no projeto de
universalização não só dos serviços postais, mas de todas as funções sociais
que os Correios desempenham atualmente. Somente no Distrito de Nova Casa Verde
são 13 mil habitantes, distante 53 quilômetros de Nova Andradina.
Daí já dá pra calcular o tamanho do prejuízo
nos serviços de pagamento de benefícios do INSS, aposentadorias, serviços
bancários, pagamento de funcionários dos postos de gasolina e restaurantes da
região. Um desrespeito com os moradores da área rural e principalmente com
aqueles com maior dificuldade de locomoção, como os idosos, portadores de
deficiência e gestantes. Estaremos juntos com o Sindicato dos Trabalhadores nos
Correios de Mato Grosso do Sul debatendo o assunto”.
Segundo a presidente do Sintect-MS, Elaine
Regina Oliveira, a ECT projeta fechar 250 agências em todo país, o que
configura o abandono da função social dessa empresa pública que tinha inclusive
como meta a “Universalização dos Serviços Postais” que consiste em levar os
serviços postais ao máximo de brasileiros possível.
“Por outro lado, as agências de Nova
Casa Vede e Anhanduí tem grande movimento, atendem duas localidades que ficam
distantes das sedes dos municípios e isso vai prejudicar a população. E para
tomar essas medidas a direção da empresa, que é estatal, sequer consultou a
população e autoridades locais sobre os impactos e conveniência da desativação
dessas unidades dos Correios”.
Empresa recua mas não nega fechamentos
Empresa recua mas não nega fechamentos
Após o assunto ser divulgado na imprensa, a
diretoria regional soltou nota afirmando que “não há data para que as unidades
sejam definitivamente fechadas” e que os fechamentos estão “em fase de
negociação”. Para Elaine Regina, a diretoria regional recuou do
fechamento imediato por conta da repercussão do fato junto à mídia,
parlamentares e gestores públicos.
“A nota afirma que o fechamento
‘está em negociação’. Ora, se está em negociação é porquê vão fechar. Mas
está em negociação com quem? Quem está negociando com quem? Se a direção da
empresa não ‘negociou’ com os trabalhadores, nem com os usuários, nem com os
prefeitos... Na verdade houve um recuo, momentâneo, mas a diretoria regional
não quer admitir isso, óbvio. Mas também não afirmaram claramente que não vão
fechar. Agora que o debate se tornou público, vamos discutir isso na Audiência
Pública, onde poderão ser ouvidos os trabalhadores, os usuários de Anhanduí e
Nova Casa Verde, prefeituras e câmaras de vereadores.”
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