BNDES avalia apoiar desenvolvimento de inovações tecnológicas para uso da PF
O GLOBO
20/2/18
Banco também anunciará acordo com a Procuradoria para troca de informações
RIO - O BNDES avalia financiar o desenvolvimento de inovações tecnológicas que fortaleçam e aprimorem o aparato de inteligência usado pela Polícia Federal (PF). Uma primeira conversa entre o presidente do banco de fomento, Paulo Rabello de Castro, e o diretor-geral da PF, Fernando Segovia, ocorreu no fim da tarde desta terça-feira, em Brasília.
Ainda não há definição das condições de financiamento, mas uma das possibilidades em estudo é que os recursos do banco empregados nos projetos sejam não reembolsáveis, a exemplo do que é feito em programas de modernização de escolas.
Nos próximos dias, o BNDES também deve anunciar um acordo de cooperação técnica com a Procuradoria Geral da República, com objetivo de facilitar o intercâmbio de informações. Como o banco lida com análise de crédito, tem acesso a informações detalhadas de empresas, que muitas vezes são alvo de investigação pelos procuradores.
— Temos muitas informações atualizadas em nossos cadastros. Desde que repeitado o sigilo bancário, poderemos compartilhá-las com a Procuradoria — disse Paulo Rabello.
20/2/18
Banco também anunciará acordo com a Procuradoria para troca de informações
RIO - O BNDES avalia financiar o desenvolvimento de inovações tecnológicas que fortaleçam e aprimorem o aparato de inteligência usado pela Polícia Federal (PF). Uma primeira conversa entre o presidente do banco de fomento, Paulo Rabello de Castro, e o diretor-geral da PF, Fernando Segovia, ocorreu no fim da tarde desta terça-feira, em Brasília.
Ainda não há definição das condições de financiamento, mas uma das possibilidades em estudo é que os recursos do banco empregados nos projetos sejam não reembolsáveis, a exemplo do que é feito em programas de modernização de escolas.
Nos próximos dias, o BNDES também deve anunciar um acordo de cooperação técnica com a Procuradoria Geral da República, com objetivo de facilitar o intercâmbio de informações. Como o banco lida com análise de crédito, tem acesso a informações detalhadas de empresas, que muitas vezes são alvo de investigação pelos procuradores.
— Temos muitas informações atualizadas em nossos cadastros. Desde que repeitado o sigilo bancário, poderemos compartilhá-las com a Procuradoria — disse Paulo Rabello.
DEPOIMENTO DE PAULO RABELLO À PF
O presidente do BNDES também prestou
depoimento nesta terça-feira, em Brasília, ao delegado da PF Luís Flávio
Zampronha, responsável pelo caso Postalis. A PF investiga supostas
fraudes em investimentos feitos pelo fundo de pensão dos Correios, entre
eles uma operação com o grupo Mudar que foi avaliada pela agência de
classificação de risco de Paulo Rabello, a SR Rating. O BNDES não é alvo da
investigação.
A operação em questão consistiu na emissão de Cédulas de Crédito Imobliário (CCI), instrumento usado para levantar recursos no mercado geralmete com objetivo de construir empreendimentos no setor. Essas emissões foram lastreadas em debêntures (títulos da dívida) de uma empresa do mesmo grupo, que por sua vez tinham como garantia imóveis e recebíveis de imóveis em construção. A PF questiona as garantias da transação, que causou prejuízo de R$ 109 milhões ao Postalis.
A operação em questão consistiu na emissão de Cédulas de Crédito Imobliário (CCI), instrumento usado para levantar recursos no mercado geralmete com objetivo de construir empreendimentos no setor. Essas emissões foram lastreadas em debêntures (títulos da dívida) de uma empresa do mesmo grupo, que por sua vez tinham como garantia imóveis e recebíveis de imóveis em construção. A PF questiona as garantias da transação, que causou prejuízo de R$ 109 milhões ao Postalis.
QUASE 1 GIGA EM ARQUIVOS
No depoimento, que durou duas horas, Paulo
Rabello explicou ao delegado que o valor das garantias da operação superava o
valor da dívida, ou seja, da emissão, em 30%. Ele apresentou uma lista de
escrituras de imóveis e de mutuários que comprariam as propriedades. Os
documentos integram quase 1 Gygabite de arquivos que o economista entregou a
Zampronha.
Segundo Paulo Rabello, a operação financeira — que começou em dezembro de 2010, com a primeira emissão de CCI — correu bem até o fim de 2011. No ano seguinte, disse o dono da SR Rating ao delegado, o grupo Mudar começou a atrasar a entrega de informações à classificadora e também dos empreendimentos aos mutuários. Isso levou a agência de Paulo Rabello a rebaixar em dois degraus a nota de crédito dada à transação, de BB+ para BB-.
Segundo Paulo Rabello, a operação financeira — que começou em dezembro de 2010, com a primeira emissão de CCI — correu bem até o fim de 2011. No ano seguinte, disse o dono da SR Rating ao delegado, o grupo Mudar começou a atrasar a entrega de informações à classificadora e também dos empreendimentos aos mutuários. Isso levou a agência de Paulo Rabello a rebaixar em dois degraus a nota de crédito dada à transação, de BB+ para BB-.
REBAIXAMENTO
O rebaixamento dava ao Postalis o direito de
exigir o vencimento antecipado da operação, ou seja, executar as garantias e
recuperar o dinheiro investido. Dois meses após o rebaixamento, porém, o fundo
repactuou a operação com o grupo Mudar, substituindo as garantias iniciais por
hipotecas de segundo grau (quando o investidor é o segundo na fila de
preferência) de um dos empreendimentos da Mudar.
Os rebaixamentos continuaram até que, em 2014, uma das emissões de CCI recebeu nota D, que caracteriza calote. No fim das contas, o Postalis não recuperou um centavo sequer do dinheiro investido.
Os rebaixamentos continuaram até que, em 2014, uma das emissões de CCI recebeu nota D, que caracteriza calote. No fim das contas, o Postalis não recuperou um centavo sequer do dinheiro investido.
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