quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

População faz filas em agências dos Correios por atraso na entrega de correspondências no Rio Grande do Sul

G1
07/02/2018

Moradores de diferentes regiões do Rio Grande do Sul têm enfrentado atrasos no recebimento de correspondências e contas. Em Santa Maria, no Centro do estado, a situação dura dois meses, mas os relatos também se repetem em Bagé, na Campanha, e em Erechim, no Norte do estado.

O problema em Santa Maria ocorre há dois meses, conforme o relato de moradores de diferentes bairros.

"Não vem conta, quando vem, chega com atraso. Agora, faz mais de dois meses que eu tenho que ir no correio e buscar. Eles alegam que não tem gente para trabalhar, que faltam carteiros, então a gente tem que buscar a segunda via, na internet, ou na loja para poder pagar as contas em dia", reclama o microempresário, Cezar Dorneles.

"A gente se programa para deixar os compromissos em dia, e infelizmente por essa questão de atraso nas contas, a gente corre o risco de muitas vezes pagar juros, e até ficar com o nome em risco para um setor de crédito", reclama o psicólogo André Assunção.

A falta de entrega da correspondência faz com que muita gente procure a agência. A orientação dos Correios registrem o problema no site ou por telefone. Mas quem usa o serviço e enfrenta esse tipo de situação também tem seus direitos.

"Se esse produto não chegou, se esse produto foi extraviado e o consumidor se sentiu lesado por isso, pode, deve procurar o Procon, e em alguns casos mais extraordinários, até um juizado civil cobrando os danos que sofreu, ou em alguns casos, procurar um advogado de sua confiança para haver a reparação desses danos", explica o advogado do Direito do Consumidor Raonny Canabarro, completando que, "se o consumidor não reclamar, nada vai acabar mudando".

Apesar das reclamações, os Correios de Santa Maria dizem que a entrega está sendo feita normalmente, mas alega que no mês de janeiro houve aumento de correspondências e que isso pode ter causado demora na entrega. Trabalhadores temporários foram contratados e a previsão é de que a situação seja normalizada ainda nesta semana.Em Bagé, na Região da Campanha, filas são formadas na porta das agências dos Correios para retirar encomendas que deveriam ser entregues em casa. Apenas 14 carteiros atuam na cidade de aproximadamente 120 mil habitantes.

Assim como em Santa Maria, este é o segundo mês seguido em que as reclamações se repetem. O porteiro João Garibaldi Lima dos Santos reclama do atraso na entrega de sua conta telefônica.

"Mês passado já paguei com atraso. Não foi entregue. Agora, vim de novo para pegar."

O estudante Matheus Trindade teve que gastar a manhã de segunda (5) e de terça (6) na fila, mas acabou encontrando um horário com menor movimento para conseguir atendimento mais rápido.
"Na outra vez vim pela tarde aqui, e demorou bastante para ser entregue a encomenda. Atendimento ruim", lamenta.

Em virtude do pouco número de funcionários fazendo as entregas, os trabalhadores têm feito duas horas extras diariamente para dar conta da demanda.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios diz que das 26 áreas de entrega em Bagé, oito delas estão sem cobertura por conta da falta de funcionários. Ainda conforme a entidade, faltam pelo menos 2,5 mil funcionários em todo o estado.


Em Erechim, no Norte do estado, quinze novos loteamentos não são atendidos pelos Correios, e o atraso na entrega tem sido de uma semana por conta da falta de profissionais, conforme o sindicato da categoria.Os Correios admitem que podem ter ocorrido atrasos por conta da entrega de correspondências como IPTU e do Detran. A empresa diz que foram contratados temporários para atender a demanda.

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