É preciso discutir privatização de todas as estatais, diz Elena Landau
Valor
03/04/2018
03/04/2018
A economista Elena Landau defendeu nesta
terça-feira, durante evento em São Paulo, que se discuta a privatização de
todas as estatais de uma vez. e citou como exemplos prioritários Caixa
Econômica, Correios, Eletrobras, Petrobras e Banco do Brasil.
Segundo ela, o preconceito com as privatizações é em parte culpa do próprio
PSDB, que não soube defender seu legado.
"Um caso típico que não tem mais
possibilidade de o Estado estar na economia é a Caixa Econômica. Vimos um
presidente de uma instituição do tamanho da Caixa ser transferido para o
Ministério da Saúde, como se tivesse competência para exercer ambas as funções.
Isso não faz nenhum sentido e é uma demonstração de que há algo muito fora de
ordem no país", diss em evento realizado nesta terça-feira em São Paulo.
Para a economista, é preciso acabar com as
"vacas sagradas" na discussão da privatização. "Todas as
estatais são passíveis de privatização. Defendo a privatização de toda e
qualquer empresa onde o setor privado pode atuar", afirmou. Mesmo os
Correios, onde se argumenta que não há modelo privado em nenhum lugar do mundo,
a economista avalia que é preciso levar em conta que também não há serviço tão
ruim em nenhum outro país.
Segundo ela, é preciso haver uma melhor
comunicação com a sociedade, porque a maior resistência às privatizações vem na
verdade dos políticos que usam as empresas. Além disso, é preciso
responsabilidade no processo. "Não adianta dizer 'vou vender R$ 700
bilhões' ou sugerir a capitalização na reforma da Previdência", provocou,
citando propostas apresentadas respectivamente por Paulo Guedes e Nelson
Marconi, economistas que estão assessorando respectivamente Jair Bolsonaro e
Ciro Gomes, ambos pré-candidatos à Presidência da República.
A economista destacou que o país tem hoje
cerca de 146 estatais. Eletrobras, Petrobras e Banco do Brasil, contando sua
rede de subsidiárias, representariam juntas quase 120 dessas empresas. "Se
a gente privatiza essas três, já resolve 120 estatais brasileiras, sobrariam
companhias como Correios, Valec, Caixa Econômica e algumas que não tem
viabilidade. É possível fazer um programa muito mais ousado", afirmou.
Ela afirmou também que críticas à lisura do
processo de privatização como aquelas do livro "A Privataria Tucana",
do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, nunca foram rebatidas. "Há um desejo
do PT de fingir que houve roubo na privatização para ficar com essa coisa no
ar. O Lula, quando assumiu em 2003, se tinha dúvidas sobre a lisura do
processo, que investigasse. Se não investigou, ele prevaricou. Então vamos
parar com essa besteira", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário