Auditoria coloca em dúvida continuidade dos Correios
Jornal Floripa
07/06/2018
07/06/2018
A consultoria BDO avaliou que há incertezas
quanto à continuidade operacional da Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos (ECT), os Correios.
A análise consta em relatório do auditor
independente, a BDO, do demonstrativo financeiro de 2017.
A consultoria chamou atenção para o fato de
os Correios terem prejuízos acumulados, elevados custos assistenciais e
previdenciários dos funcionários e responder a um volume relevante de
contingências de natureza cíveis, fiscais, trabalhistas e criminais.
"Esses fatos indicam a possível
existência de incerteza que pode levantar dúvida quanto à capacidade de
continuidade operacional da empresa."
Os Correios encerraram o ano de 2017 com
lucro líquido de R$ 667,3 milhões, ante um prejuízo de R$ 1,48 bilhão em 2016 e
de R$ 2,12 bilhões em 2015. Esses dados já haviam sido divulgados no dia 9 de
maio de 2018. De acordo com o informe dos Correios, o prejuízo acumulado, no
entanto, é de R$ 2,71 bilhões até 2017.Os Correios são investigados pelo
Ministério Público Federal, Polícia Federal e outras autoridades públicas no
âmbito das operações Lava-Jato, Greenfield, Rizoma e Pausare.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação
e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou positivo em R$ 1,07 bilhão,
ante um valor negativo de R$ 591,5 milhões em 2016. Segundo a empresa, no
balanço, a melhora do Ebitda e do lucro ocorreram com a reversão do custo do
serviço passado relativo ao plano de saúde.
No ano passado, a receita líquida de vendas e
serviços caiu 1,9%, para R$ 17,34 bilhões ante 2016. Já o custo dos produtos
vendidos e dos serviços prestados subiu 3,6%, para R$ 15,9 bilhões.
O resultado financeiro no ano passado ficou
negativo em R$ 70,8 milhões, ante um valor positivo de R$ 208,4 milhões no ano
anterior.
A alavancagem dos Correios, medida pela
relação dívida líquida e Ebitda, ficou em 0,31 vez, ante 0,84 vez em 2016. A
dívida líquida atingiu R$ 334,6 milhões.
Também entre as ressalvas, a BDO pontuou a
existência de um ativo de R$ 1,45 bilhão que foi reconhecido às demonstrações
financeiras, em função da imunidade tributária e pagamentos supostamente
indevidos nos últimos cinco anos.
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