Reprecificação de Ativos
Recentemente
os participantes ativos e assistidos dos plano BD e PostalPrev foram
informados, por meio de publicação no site do Postalis, que, devido a
reprecificações de ativos, as rentabilidades dos planos ficaram
significativamente negativas em 2017. Nesta publicação, trataremos deste tema.
A nota
explicativa do Postalis informa que o trabalho de determinação do valor
justo dos ativos que compõe as carteiras de investimento consistiu na análise
de cada um dos ativos para verificar a possibilidade de recuperação dos
investimentos. Na prática, isso significou a redução significativa de valor ou
o provisionamento integral dos instrumentos financeiros que apresentaram, na
avaliação do interventor e de sua equipe, agravamento significativo de risco de
crédito, ou seja, menor chance de gerar um benefício econômico futuro.
Com
isso, ao final de 2017, o Plano PostalPrev apresentou uma rentabilidade
negativa de -11,2% e o Plano BD de -45,8%. Nesses
resultados estão incluídas as baixas contábeis dos valores relativos aos FIDICs-NP,
ocorridas em outubro de 2017, por decisão do interventor.
Para
se ter uma ideia da magnitude dessas reduções de patrimônio dos fundos, basta
ver em que percentuais estão sendo anualmente reajustados os benefícios do
PostalPrev (link).
No
caso do Plano PostalPrev, que é um plano de Contribuição Variável, o
resultado foi utilizado para calcular o valor da cota. O impacto financeiro
para cada participante desse recálculo de cotas pode ser observado
comparando-se os valores constantes nos rodapés dos contracheques de junho
e de maio.
No
caso do plano BD, que é um plano de Benefício Definido, um resultado
negativo normalmente gera um plano de equacionamento, que é aprovado num
ano para aplicação no ano seguinte. Assim, seguindo-se a regra, deveria ser
aprovado um plano de equacionamento em 2018 para aplicação a partir de
abril/2019.
Ocorre
que, considerando o plano de equacionamento já implementado e que resultou numa
contribuição extraordinária de 17,92% para os participantes ativos e de 26,92%
para os assistidos (aposentados), a absorção dessa gigantesca desvalorização de
ativos num novo plano de equacionamento fica praticamente inviável, pois
resultaria numa contribuição adicional desmedida.
O
que o interventor tem apresentado como alternativa em reuniões com entidades
representativas é a criação de um outro plano CD (Contribuição
Definida), para onde seriam aportadas as sobras do fundo BD saldado. Do ponto
de vista dos participantes, seria assumir como correta a brutal desvalorização
que se apresenta, com uma redução de benefício muito expressiva em decorrência
disso ou a própria perda do benefício vitalício e da pensão por morte.
Antes
de apresentar posicionamento definitivo sobre o assunto, a ADCAP solicitou ao
interventor o detalhamento das reprecificações realizadas, de forma que se
pudesse analisar melhor o que foi feito. Como, porém, a resposta recebida não
foi satisfatória, a Associação avaliará outros encaminhamentos para assegurar o
acesso às informações demandadas.
A
ADCAP entende necessário também que os Correios auditem criteriosamente esse
processo de reprecificação, bem como que sejam aceleradas as medidas para
recuperação dos prejuízos indevidamente imputados ao Postalis, pois este tema
deveria estar merecendo mais atenção do Governo Federal, que foi o grande
causador dessa situação, por seu papel “in elegendo” e “in vigilando”, ou seja,
porque foi quem elegeu os dirigentes dos Correios que escolheram os dirigentes
do Postalis ao longo do tempo e também porque tinha a responsabilidade de
fiscalizar a atuação dos eleitos e não fez isso como devia.
Na
próxima publicação, traremos um breve histórico do fundo BD saldado, o primeiro
plano oferecido (compulsoriamente) aos trabalhadores dos Correios.
Direção Nacional da ADCAP.
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