''População vai participar'', diz ministro sobre privatização dos Correios
Correio Braziliense
06/08/2019
06/08/2019
O presidente dos Correios,
general Floriano Peixoto, e o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes,
compareceram a audiência pública na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira
(6/8), para dar explicações sobre a privatização da estatal. Embora o
Ministério da Economia esteja conduzindo estudos para viabilizar a mudança
administrativa e o fim do monopólio de entrega de correspondências no país, o
governo nega que haja, até o momento, qualquer decisão oficial sobre o
tema.
A reunião ocorre após requerimento da
deputada Érika Kokay (PT-DF), que pede explicações sobre o assunto. "A
proposta do governo de privatizar o órgão gera insegurança jurídica, pois traz
inúmeras perdas com o fechamento de agências e a situação dos
trabalhadores". Parlamentares que apoiam o projeto justificam que a
decisão do Planalto foi motivada pela pela ineficiência, corrupção e perda de
mercado na estatal.
Durante discurso, o ministro Marcos Pontes
falou sobre o desejo do governo Bolsonaro de privatizar os Correios. Mas
garantiu que "até o momento, não há documento oficial". Se acabar
oficializada, complementou, a mudança "terá a participação de todo
mundo".
Embora outros integrantes do primeiro escalão
tenham sinalizado apoio à privatização (o ministro Paulo Guedes, da Economia,
diz que "ninguém mais manda cartas"), o presidente da empresa
confirma a declaração de Pontes afirmando que "ainda não há nenhum
instrumento legal em andamento para promover mudanças na administração da
estatal".
Opções
As opções seriam o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que une o público ao privado, ou a desestatização, a chamada privatização (que sai do público para o privado).
Opções
As opções seriam o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que une o público ao privado, ou a desestatização, a chamada privatização (que sai do público para o privado).
"A decisão foi tomada assertivamente
para fortalecer a empresa. A ansiedade em torno dessa possível privatização,
ainda no campo das ideias, será uma coisa extremamente positiva para o
país", declara o líder governista na Câmara, deputado Major Vitor Hugo
(PSL-GO).
Para o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP),
"a estrutura de natureza estatal da empresa faz com que os Correios tenham
histórico de extrema ineficiência e corrupção. Nos últimos anos, vimos a
empresa envolvida na Lava-Jato, na CPI dos Correios e na Operação Greenfield,
para citar algumas. É hora de mudar".
Outro ponto para justificar a privatização é
a folha de pagamento, que consome 60% da receita líquida da estatal para
despesas com os salários de 105 mil funcionários. Nos últimos 15 anos, os
Correios tiveram sete presidentes. A média, na Europa, foram dois. Segundo
Kataguiri, o número demonstra "ingerência" e excesso de sindicalização.
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