NOVAS DENÚNCIAS NA GREENFIELD
A ADCAP Nacional tem
acompanhado sistematicamente o trabalho do MPF e vê nessa notícia mais uma
materialização do trabalho em curso, que segue avaliando investimento a
investimento dos fundos de pensão em foco.
É uma excelente
notícia que os valores de condenação estejam chegando à casa dos bilhões e não
mais apenas aos irrisórios valores das multas da PREVIC.
A justiça vai
avançando, numa velocidade diferente da que gostaríamos, mas chegando aos
culpados pelos desvios nos fundos de pensão.
Esse caso que motivou
esta operação foi um dos mencionados no relatório da CPI dos Fundos de Pensão.
Direção
Nacional da ADCAP.
Rombo bilionário em fundos de pensão resulta em três novas denúncias da FT Greenfield
MPF
07/10/2019
07/10/2019
Vinte e seis pessoas foram denunciadas ao
longo de três ações penais pela Força-Tarefa Greenfield. O motivo das ações são
fraudes contra as entidades de previdência complementar Funcef, Petros e Postalis.
Nos três casos, os crimes foram viabilizados por meio de aportes no Fundo de
Investimentos e Participações (FIP) Multiner. Os acusados responderão, na
medida de suas participações, por gestão fraudulenta, temerária ou por desvio
de recursos em proveito próprio ou de terceiros. Além das penas de prisão, os
procuradores reivindicam o pagamento de R$ 3,1 bilhões como forma de reparação
dos danos moral e social causados, bem como para a devolução dos produtos dos
crimes. O montante equivale ao triplo dos prejuízos causados.
As fraudes aconteceram entre 2009 e 2014.
Diretores dos fundos de pensão, em parceria com executivos do Multiner e com
empresas de consultoria, agiram para aprovar aportes milionários no Multiner –
mesmo em um cenário de desequilíbrio e incapacidade financeira da empresa. Os
artifícios para engendrar tais operações envolveram a superavaliação da
empresa, o uso de laudos falsos e a minimização dos riscos envolvidos nos
financiamentos realizados. Além disso, as investigações revelaram que as
consultorias contratadas para fazer a valoração do Multiner e para orientar
quanto à decisão pelos aportes eram empresas especializadas em design de
interiores e em suporte técnico de serviços de TI. Ou seja, sob o pretexto de
consultar empresas de “notória especialização”, foram contratadas instituições
sem qualquer expertise que pudesse fundamentar investimentos milionários com
recursos de terceiros.
Nesse contexto, as denúncias esclarecem
também a complexidade envolvida nos negócios e as necessárias condutas de
diligência, cuidado e segurança que deveriam ter sido observadas nas aprovações
dos investimentos. O FIP Multiner englobava, ao menos no papel, dezenas de
usinas hidrelétricas, o que, por si só, denotaria a necessidade de conhecimento
relevante a fim de endossar as aplicações. No entanto, invariavelmente a
atitude dos diretores dos fundos foi de negligência e de omissão, em prejuízo
dos pensionistas ou investidores.
“Todo o processo que culminou com os atos de
gestão fraudulenta aqui já narrados, geraram o enriquecimento indevido da
holding Muttiner S/A, e, consequentemente, de seus controladores”, em prejuízo
aos fundos de pensão: 100% dos investimentos realizados pelos cotistas no FIP
foram perdidos.
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