(ou por que o governo deveria sempre explicar previamente ao Congresso Nacional o “porquê” e o “para que” antes de despender dinheiro público para analisar o “como”, no caso da privatização de qualquer estatal, incluindo os Correios)
Antes de ter havido qualquer avaliação do Congresso Nacional, autoridades do Governo Federal anunciaram que privatizariam os Correios. Em diversos momentos chegaram até mesmo a estabelecer datas para o leilão ou a apontar interessados, isso antes de o consórcio contratado para ajudar o governo a justificar seu intento ter sequer começado seu trabalho ou então apresentado um único produto de seu serviço. A carroça foi, portanto, colocada à frente dos bois, no estilo de tentar “passar a boiada”, aproveitando que a imprensa e a sociedade estão ocupadas com alguns dos tantos outros problemas presentes, muitos dos quais criados pelo próprio governo.
Ao atropelar a ordem natural, passando a discutir o “como”, antes do “porquê” e do “para que”, e gastando recursos públicos escassos, o governo federal comete uma dupla irregularidade: atropela as atribuições do Congresso Nacional e prioriza gastos públicos com uma atividade que não é absolutamente prioritária diante de tantas emergências nacionais, como o tratamento das vítimas do COVID-19 ou os incêndios de áreas florestais imensas.
A exemplo do que tem feito o Deputado Federal André Figueiredo, espero que outros parlamentares se insurjam contra essa estratégia bovina que o governo federal tenta impor a temas que lhe são ideologicamente caros. O Brasil precisa ter instituições fortes, que sejam respeitadas por todos, incluindo especialmente o governo federal, que não pode simplesmente fazer o que quer com o patrimônio dos brasileiros. Há leis, procedimentos e alçadas a serem obedecidos, em benefício da própria sociedade. E ninguém pode se colocar acima disso, inclusive o próprio governo.
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