Como estamos numa luta desigual, em que a mídia reproduz informações distorcidas provenientes de órgãos do governo federal a respeito dos Correios e a própria empresa não se defende, emudecida por um direção subserviente e comprometida com o desmonte da organização, a ADCAP passará a oferecer por esse canal seu posicionamento sobre matérias que tratarem dos Correios.
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AS MEIAS VERDADES DO MISTÉRIO DA ECONOMIA E OS COMENTÁRIOS DOS ÁVIDOS GAROTOS PROPAGANDA DO GOVERNO
O relatório produzido pelo Ministério da Economia para lançar questionamentos sobre as estatais continua produzindo efeitos, com a repercussão dada por comentaristas ávidos por apoiar o governo.
Sem se aprofundar no assunto, comentaristas como Samy Dana, da Joven Pan, emissora declaradamente adesista ao governo de plantão, repetem, como papagaios, os argumentos oficiais, tentando dar-lhes credibilidade. Infelizmente, em vez de analisar em profundidade as informações que são produzidas pelo governo, o comentarista se limita a repetir as meias verdades que lhe são oferecidas.
Primeiramente, o comentarista deveria saber que os Correios produziram lucros de mais de R$ 900 milhões nos últimos três anos. Se se esforçasse um pouco e ligasse para os Correios e perguntasse a respeito dos resultados neste ano, saberia que os lucros acumulados pela empresa até outubro já superam os R$ 800 milhões de reais, o que coloca a estatal certamente entre as empresas brasileiras mais lucrativas depois dos bancos, abrangendo as organizações públicas e privadas.
Uma análise minimamente aprofundada lhe mostraria que os R$ 750 milhões que os Correios buscaram emprestado no Banco do Brasil destinaram-se a cobrir uma devolução de recursos decorrente do distrato do Banco Postal.
Sobre a pequena injeção de recursos que o Tesouro fez nos Correios em 2018, é importante destacar que essa destinou-se a investimentos e não ao pagamento de gastos correntes. E também que é um valor insignificante diante dos bilhões de reais que o mesmo Tesouro levou dos Correios em dividendos extorsivos nos últimos dez anos.
A verdade é que os Correios não oneram o Estado. Ao contrário, representam um contraponto forte às teses ultraliberais, que pregam a ineficiência do Estado como gestor empresarial. É uma empresa lucrativa, que presta um relevante serviço público e tem sobrevivido até mesmo aos constantes ataques do próprio governo e da mídia adesista.
O caso mencionado pelo comentarista sobre a conta feita por outro economista para demonstrar que mesmo que os Correios custassem algo ao Estado ainda valeria a pena que cada cidadão pagasse pelo serviço que recebe foi apenas um exercício hipotético, pois, na verdade, uma conta muito simples pode mostrar que os brasileiros receberam recursos dos Correios, por meio dos dividendos pagos ao Tesouro, e não o contrário. Isso, apesar de a Empresa ter cuidado sozinha de manter a universalização postal, ou seja, sua presença nacional, em todos os municípios brasileiros.
Assim, a verdade é que os brasileiros não pagam nada para ter seu correio público e ainda usufruem dos dividendos pagos pela Empresa, diferentemente do que ocorre na maioria dos países, incluindo aqueles onde os correios são privados, mas recebem verbas públicas, originadas em impostos, para cobrir a universalização. As considerações do comentarista sobre isso são, portanto, descabidas.
Quanto aos custos dos Correios, a conclusão de que esses são altos se baseia em que? Foram comparados com os custos de outros correios? Certamente não. E não dá para comparar organizações tão distintas como as estatais brasileiras e tirar conclusões rasas assim, o que o comentarista deveria saber, por força de ofício.
Como os Correios não têm dependido de recursos públicos, uma tese que o Ministério da Economia encontra para tentar justificar suas intenções é um suposto risco de a União ter que bancar a Empresa. E o comentarista segue repetindo esse argumento e outros já desgastados e sabidamente inconsistentes.
Trabalhos subservientes como esses infelizes comentários de Samy Dana sobre os Correios só servem para agradar os banqueiros, ávidos por embolsar polpudas comissões, o governo e os ativistas ultraliberais de direita que querem acabar com o Estado, em prejuízo de toda a população brasileira, que tem podido contar com um serviço postal de qualidade e com uma das menores tarifas do mundo.
O governo federal deveria se preocupar com o que não vai bem, com o que precisa de atenção e deixar que os Correios sigam seu caminho, sem interferências que só prejudicam a Empresa e a sociedade brasileira. O Congresso Nacional e sociedade precisam ficar muito atentos a esses argumentos falaciosos do governo, para rechaçá-los, pois não podemos ter no Brasil um apagão postal.
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Os brasileiros merecem receber melhores informações e os devidos contrapontos ao discurso falacioso do governo. A ADCAP estará atenta às matérias que tratem dos Correios e divulgará amplamente sua opinião e suas observações a respeito.
Direção Nacional da ADCAP.
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