segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Desmontando Fake News nº 25 - Privatização dos Correios – Interessa apenas a banqueiros, especuladores e concorrentes

 Como estamos numa luta desigual, em que a mídia reproduz informações distorcidas provenientes de órgãos do governo federal a respeito dos Correios e a própria empresa não se defende, emudecida por um direção subserviente e comprometida com o desmonte da organização, a ADCAP passará a oferecer por esse canal seu posicionamento sobre matérias que tratarem dos Correios.

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O jornal A Gazeta do Povo trouxe na edição da última sexta-feira, dia 22 de janeiro, um artigo assinado pelo Presidente do Conselho Administrativo Pathfind e Conselheiro na BBM Logística, Antonio Wrobleski, intitulado “Privatização dos Correios: complexa necessidade”.

O artigo não economiza nos equívocos em relação à atual situação dos Correios. Logo no começo, o autor afirma que a falta de modernização e a total ausência de processos eficientes transformou a estatal em algo não rentável e praticamente inadministrável.

Na realidade, os Correios têm feito grandes investimentos incluindo, entre outras coisas, a renovação de sua frota, que recebeu milhares de veículos novos em 2020. Além disso, a infraestrutura da estatal tem sido capaz de escoar com qualidade e eficiência a maior parte do que circula no comércio eletrônico brasileiro, produzindo lucros para a Empresa nos últimos anos, como demonstram seus balanços publicados em seu site. Em 2020, os Correios acumularam mais de R$ 800 milhões de lucro até outubro, sinalizando que o balanço anual deve apontar lucro superior a R$ 1 bilhão, o que é extraordinário dadas as circunstâncias do momento e a natureza pública da empresa. 

O autor prossegue, afirmando que não por acaso, a estatal foi usada para construir esquemas de corrupção para diversos partidos políticos ao longo dos últimos anos, em um esquema que vai continuar caso a gestão não seja alterada. Nesta parte, o autor repete argumentação urdida pelo Ministério da Economia para tentar justificar sua intenção de privatizar os Correios. Nada mais injusto, posto que as apurações de corrupção levadas a cabo no país já mostraram que os focos estavam em outras estatais e empresas de economia mista, restando aos Correios tão somente o papel de boi de piranha no caso do Mensalão, para desviar a atenção dos verdadeiros palcos onde ocorriam os casos de corrupção.

Na sequência, o autor mente ou erra grosseiramente, induzindo os leitores a erro, quando afirma que a maioria dos países do mundo privatizaram seus serviços de encomendas. Isso não é verdade, pois na imensa maioria dos países os Correios são públicos. Além disso, no Brasil, o serviço de encomendas é prestado livremente por empresas privadas, que sempre puderam concorrer com os Correios nesse segmento, onde não há monopólio.

Quando o autor se refere à eficiência e qualidade dos serviços, afirma que o resultado é um serviço que custa cada vez mais caro com produtividade menor, atingindo níveis mais altos de cobranças e reclamações. Não é por acaso que os serviços de encomendas dos Correios e não o de seus concorrentes são os preferidos pela população. Na maioria dos casos, os preços dos Correios são inferiores e muitas vezes bem inferiores aos praticados pela concorrência, o que pode ser confirmado facilmente simulando o envio de produtos em lojas virtuais e confrontando os preços de frete. E a regularidade e segurança dos serviços prestados pelos Correios são reconhecidos pela população, que prefere usar o Sedex e o PAC em vez de outras opções que lhes são oferecidas.  

É natural que empresas concorrentes defendam a privatização dos Correios, afinal o resultado imediato de um processo desses, como demonstra o caso de Portugal, é o aumento de preços, que prejudica a população, mas beneficia os concorrentes, que podem, assim, também subir seus preços.

É importante que os cidadãos estejam bem atentos aos argumentos falaciosos que são usados para tentar justificar a intenção de privatização dos Correios, uma estatal que cumpre seu papel constitucional sem depender de recursos públicos, uma infraestrutura nacional pronta e em pleno funcionamento e um patrimônio que hoje pertence a todos os brasileiros. Não há mantra nessa história de privatização dos Correios, mas sim o interesse econômico de alguns – banqueiros, especuladores e concorrentes - tentando prevalecer sobre o interesse dos demais brasileiros.

 

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Os brasileiros merecem receber melhores informações e os devidos contrapontos ao discurso falacioso do governo. A ADCAP estará atenta às matérias que tratem dos Correios e divulgará amplamente sua opinião e suas observações a respeito. 

 

Direção Nacional da ADCAP.

Um comentário:

  1. E pensar que esta Empresa já figurou nas pesquisas de instituições de maior confiabilidade entre os brasileiros.
    Disputava o 1o lugar com a instituição Família, deixando bem para trás outras instituições como Judiciário, Partidos Políticos, Imprensa, etc.
    A postagem acima mostra um breve resumo do plano pacientemente urdido para tirar dos brasileiros um de suas maiores patrimônios.

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