Como estamos numa luta desigual, em que a mídia reproduz informações distorcidas provenientes de órgãos do governo federal a respeito dos Correios e a própria empresa não se defende, emudecida por um direção subserviente e comprometida com o desmonte da organização, a ADCAP passará a oferecer por esse canal seu posicionamento sobre matérias que tratarem dos Correios.
-----------------------------------------------------
O
jornal A Gazeta do Povo trouxe na edição da última sexta-feira, dia 22 de
janeiro, um artigo assinado pelo Presidente do Conselho Administrativo Pathfind
e Conselheiro na BBM Logística, Antonio Wrobleski, intitulado “Privatização dos
Correios: complexa necessidade”.
O
artigo não economiza nos equívocos em relação à atual situação dos Correios.
Logo no começo, o autor afirma que a falta de modernização e a total
ausência de processos eficientes transformou a estatal em algo não rentável e
praticamente inadministrável.
Na
realidade, os Correios têm feito grandes investimentos incluindo, entre outras
coisas, a renovação de sua frota, que recebeu milhares de veículos novos em
2020. Além disso, a infraestrutura da estatal tem sido capaz de escoar com
qualidade e eficiência a maior parte do que circula no comércio eletrônico
brasileiro, produzindo lucros para a Empresa nos últimos anos, como demonstram
seus balanços publicados em seu site. Em 2020, os Correios acumularam mais de
R$ 800 milhões de lucro até outubro, sinalizando que o balanço anual deve
apontar lucro superior a R$ 1 bilhão, o que é extraordinário dadas as
circunstâncias do momento e a natureza pública da empresa.
O
autor prossegue, afirmando que não por acaso, a estatal foi usada para
construir esquemas de corrupção para diversos partidos políticos ao longo dos
últimos anos, em um esquema que vai continuar caso a gestão não seja alterada.
Nesta parte, o autor repete argumentação urdida pelo Ministério da Economia
para tentar justificar sua intenção de privatizar os Correios. Nada mais
injusto, posto que as apurações de corrupção levadas a cabo no país já
mostraram que os focos estavam em outras estatais e empresas de economia mista,
restando aos Correios tão somente o papel de boi de piranha no caso do Mensalão,
para desviar a atenção dos verdadeiros palcos onde ocorriam os casos de
corrupção.
Na
sequência, o autor mente ou erra grosseiramente, induzindo os leitores a erro,
quando afirma que a maioria dos países do mundo privatizaram seus serviços de
encomendas. Isso não é verdade, pois na imensa maioria dos países os Correios
são públicos. Além disso, no Brasil, o serviço de encomendas é prestado
livremente por empresas privadas, que sempre puderam concorrer com os Correios
nesse segmento, onde não há monopólio.
Quando
o autor se refere à eficiência e qualidade dos serviços, afirma que o
resultado é um serviço que custa cada vez mais caro com produtividade menor,
atingindo níveis mais altos de cobranças e reclamações. Não é por acaso que
os serviços de encomendas dos Correios e não o de seus concorrentes são os
preferidos pela população. Na maioria dos casos, os preços dos Correios são
inferiores e muitas vezes bem inferiores aos praticados pela concorrência, o
que pode ser confirmado facilmente simulando o envio de produtos em lojas
virtuais e confrontando os preços de frete. E a regularidade e segurança dos
serviços prestados pelos Correios são reconhecidos pela população, que prefere
usar o Sedex e o PAC em vez de outras opções que lhes são oferecidas.
É
natural que empresas concorrentes defendam a privatização dos Correios, afinal
o resultado imediato de um processo desses, como demonstra o caso de Portugal,
é o aumento de preços, que prejudica a população, mas beneficia os
concorrentes, que podem, assim, também subir seus preços.
É
importante que os cidadãos estejam bem atentos aos argumentos falaciosos que
são usados para tentar justificar a intenção de privatização dos Correios, uma
estatal que cumpre seu papel constitucional sem depender de recursos públicos,
uma infraestrutura nacional pronta e em pleno funcionamento e um patrimônio que
hoje pertence a todos os brasileiros. Não há mantra nessa história de
privatização dos Correios, mas sim o interesse econômico de alguns –
banqueiros, especuladores e concorrentes - tentando prevalecer sobre o
interesse dos demais brasileiros.
-----------------------------------------------------
Os brasileiros merecem
receber melhores informações e os devidos contrapontos ao discurso falacioso do
governo. A ADCAP estará atenta às matérias que tratem dos Correios e divulgará
amplamente sua opinião e suas observações a respeito.
E pensar que esta Empresa já figurou nas pesquisas de instituições de maior confiabilidade entre os brasileiros.
ResponderExcluirDisputava o 1o lugar com a instituição Família, deixando bem para trás outras instituições como Judiciário, Partidos Políticos, Imprensa, etc.
A postagem acima mostra um breve resumo do plano pacientemente urdido para tirar dos brasileiros um de suas maiores patrimônios.