Até julho deste ano, os Correios acumularam mais de R$ 1 bilhão de lucros, um resultado que pouquíssimas empresas brasileiras podem ostentar. A projeção de lucros para o ano, de acordo com o próprio Presidente da República, é de R$ 3 bilhões, confirmando, assim, a tendência já apontada nos estudos feitos pela Diretoria Financeira dos Correios para o período de 2021 a 2030. De acordo com esses estudos, não há risco de continuidade operacional para os Correios, que alcançarão lucros anuais bilionários no período, o que também é reforçado pelos sucessivos recordes de postagens de encomendas alcançados pelos Correios nos últimos meses, superando período anteriores de pico, como nas Black Fridays.
Mesmo com este cenário alvissareiro para os Correios, impulsionado pelo crescimento explosivo do comércio eletrônico no mundo todo, o Ministro das Comunicações insiste em vir a público e declarar, falaciosamente, que precisa vender a empresa porque a estatal corre o risco de zerar a receita de encomendas nos próximos anos. Isso não vai acontecer e todos sabem muito bem disso, incluindo o ministro, as caras consultorias que apoiam os estudos e os diversos burocratas do Ministério da Economia envolvidos na trama.
O fato é que o PL-591/2021, além de inconstitucional, produz riscos desnecessários para os cidadãos e para as empresas, que contam no país com serviço postal abrangente, tarifas de cartas entre as menores do mundo, apesar do tamanho do país, e uma infraestrutura já testada de apoio ao comércio eletrônico, essencial para todos os operadores do setor, em especial para os pequenos empreendedores. Mexer nisso durante uma pandemia é uma insanidade, que só beneficiará especuladores, banqueiros e consultorias, penalizando todos os demais.
ADCAP – Associação dos Profissionais dos Correios
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