Rombo nos fundos de
pensão será coberto por contribuintes
Exame
14/04/2016
14/04/2016
Brasília
- Os patrocinadores e contribuintes dos quatro principais fundos de pensão do
País - Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica) e
Postalis (Correios) - terão de desembolsar cerca de R$ 58 bilhões para cobrir o
rombo que essas entidades acumulavam, juntas, até 2015.
O
dado foi levantado pela Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga
operações nesses fundos de pensão. Segundo o relatório da CPI, além do déficit,
foram registradas fraudes de R$ 6,62 bilhões em aplicações financeiras.
O
documento gerado pela investigação também indica evolução dos ativos em ritmo
inferior ao esperado frente à meta atuarial.
Apenas
em 2015, esses ativos, somando os fundos investigados, ficaram R$ 56 bilhões
abaixo do esperado. No acumulado de cinco anos, essa diferença é de R$ 113,4
bilhões.
Em
2015, diz o relatório, o ativo total da Postalis ficou R$ 823 milhões abaixo do
esperado, caso o desempenho de rentabilidade dos ativos fosse compatível com a
meta atuarial.
No
caso da Funcef, foi R$ 9,8 bilhões inferior. Na Petros essa diferença ficou em
R$ 11,6 bilhões e, na Previ, em R$ 33,8 bilhões.
"Apesar
do momento econômico que o país atravessa, este resultado não pode ser
atribuído apenas a este fator (crise econômica)", disse o relator, o
deputado Sérgio Souza (PMDB-PR).
"Esse
número reflete a urgência de alterações na legislação sobre Fundos de Pensão
para reverter esse quadro de rentabilidade aquém do esperado", observou.
No
ano passado, o rombo dos fundos de pensão, no geral, alcançou R$ 77,8 bilhões,
segundo levantamento da na Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (Previc). O aumento em relação a 2014 foi de 151%.
Dez
planos concentram 80% do déficit de todo o sistema, sendo que nove deles são
patrocinados por empresas estatais, das quais oito são federais.
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