CPI dos Fundos de
Pensão aprova pedido de 353 indiciamentos
G1
14/04/2016
14/04/2016
A
CPI dos Fundos de Pensão aprovou nesta quinta-feira (14) um relatório final que
sugere ao Ministério Público 353 indiciamentos, entre pessoas e instituições,
apontadas como responsáveis por um prejuízo de R$ 6,6 bilhões a quatro fundos
de pensão.
Criada
em agosto de 2015, a CPI tinha como objetivo apurar indícios de fraude e má
gestão de fundos de previdência complementar de funcionários de estatais e
servidores públicos, entre 2003 e 2015, que causaram prejuízos aos seus
participantes. Os quatro fundos investigados pela CPI são Postalis (Correios),
Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa).Dos pedidos de
indiciamento, 155 são na área civil, 146 na área penal e 52 na área
administrativa – alguns se referem a uma mesma pessoa ou instituição, mas em
esferas diferentes.
Um
dos pedidos é para que o Ministério Público indicie o ex-tesoureiro do Partido
dos Trabalhadores (PT) João Vaccari Neto, condenado na Operação Lava Jato pelos
crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é suspeito de ter
participado de operações que levaram fundos de pensão a terem prejuízos. Ao
prestar depoimento em fevereiro à CPI, Vaccari estava munido de um habeas
corpus e permaneceu em silêncio.
Ele
havia sido chamado para rebater as acusações de outro depoente, o advogado
Carlos Alberto Pereira da Costa, que afirmou que Vaccari estaria “por trás” de
um acerto de propina que envolve o Petros.
Prejuízo
de R$ 6,6 bilhões
Em
8 meses, a CPI focou a investigação em 15 casos com indícios de aplicação
incorreta de recursos e de manipulação envolvendo os quatro fundos de pensão.
Segundo o relatório, o prejuízo apurado nesses casos foi de R$ 6,6 bilhões.
Em
um dos trechos do seu relatório, o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR) diz que,
embora ainda seja recomendável aprofundar as investigações, há “fortes
indícios” de que o mesmo esquema identificado na Operação Lava Jato pode ter se
estendido aos fundos de pensão.
A
deputa Erika Kokay (PT-DF) criticou o parecer sob o argumento de que estava
sendo pedido injustamente o indiciamento de algumas pessoas sem qualquer
comprovação. “Essa CPI não comprovou que há relação com os escândalos que estão
sendo apurados neste país. Temos que tomar cuidado para que não imputemos de
forma injusta em função da posição partidária, acusações que esta CPI não
apurou”, afirmou.
Deputados
da oposição cobraram a inclusão no relatório de pedidos de indiciamento de
dirigentes dos fundos, como os dos ex-presidentes do Funcef Carlos Alberto
Caser, do ex-presidente do Petros Wagner Pinheiro e do Postalis Antonio
Conquista.
“Não
faz sentido tirar os presidentes dos fundos. Eu não vejo sentido em apontar o
técnico do terceiro escalão e não apontar o presidente que estava ali no
momento da decisão. Fica inconsistente, incoerente”, afirmou Marcus Pestana (PSDB-MG).
O
deputado Paulo Teixeira (PT-SP) reagiu e disse que a comissão não havia
conseguido apontar que eles tivessem praticado alguma irregularidade. “Acho que
essa divergência com deputados que defendem a inclusão deles é de natureza
política. O Ministério Público pode aprofundar as investigações, mas eu saio
daqui com o senso de justiça”, afirmou Teixeira.
Após
as intervenções dos parlamentares, o relator decidiu incluir mais alguns
pedidos de indiciamento, entre eles o do ex-presidente do Funcef.
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