Associação pede afastamento de diretor- superintendente da Previc
13 novembro 2017
Valor Econômico
Valor Econômico
Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap)
alega irregularidades na nomeação do diretor-superintendente substituto da
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), Fábio
Coelho (foto), e outros dois diretores da autarquia. A entidade solicitou
ao Tribunal de Contas da União (TCU) o afastamento dos servidores e à
Procuradoria-Geral da República (PGR) a instauração de inquérito civil
para a apuração das irregularidades.
Em junho de 2015, Coelho foi cedido do Banco
Central para a Previc e foi nomeado diretor de assuntos atuariais,
contábeis e econômicos. Da mesma forma, os auditores fiscais da Receita
Federal Carlos Marne Dias Alves e Sérgio Djundi Taniguchi foram designados
diretores de análise técnica e de fiscalização, respectivamente.
A associação alega que as três diretorias
foram extintas pelo decreto 8.992, em 20 de fevereiro deste ano, que
definiu a nova estrutura organizacional da Previc e estabeleceu os novos
órgãos e diretorias. Também determinou a imediata exoneração ou
dispensa dos "ocupantes dos cargos em comissão e das funções de
confiança que deixam de existir na estrutura regimental da Previc".
Diante disso, estes servidores deveriam retornar aos seus cargos de
origem, mas voltaram a ser nomeados como diretores substitutos.
Segundo a associação, não há previsão na
estrutura da Previc para tais cargos. Para o grupo, eles estão exercendo
os cargos "em situação absolutamente irregular, pois com fundamento em nomeações para o exercício de cargos inexistentes na
estrutura organizacional da Previc".
O documento também cita o regimento interno
da Previc e aponta irregularidade na designação de servidores sem qualquer
vínculo com a autarquia para exercerem os cargos de maior poder decisório.
"O senhor Fábio não poderia ser nomeado como diretor-superintende
substituto, porque, de acordo com o regimento interno da Previc, o legitimado
para exercer essa substituição teria de ser diretor da autarquia", afirma
a associação.
A Adcap diz, ainda, que o exercício irregular
por servidor público de suas atribuições implica responsabilização, que
pode se dar nos âmbitos civil, penal e administrativo.
Assim também solicita ao TCU a apuração dos
fatos relatados, "com a consequente responsabilização dos envolvidos
para que seja determinado o ressarcimento ao erário dos valores
indevidamente recebidos pelos servidores por cargos em comissão inexistentes".
O pedido ocorre em meio à intervenção da
Previc no Postalis, fundo de pensão dos Correios. Caso o pedido da
associação seja acatado, todas as decisões da atual direção da autarquia,
incluindo o processo do fundo dos correios, serão revogados. Segundo
uma fonte próxima ao Postalis, o grupo é ligado ao ex-diretor
administrativo financeiro do fundo de pensão, Luiz Alberto Menezes
Barreto, afastado após a intervenção.Investimento em Direitos Creditórios Não
Padronizados (FIDC NP) e investimentos do fundo de pensão sem
demonstrações financeiras auditadas foram alguns dos motivos que levaram a
Previc a decidir pela intervenção. Procurada, a Previc não
respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
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