Greve dos Correios tem baixa adesão
IstoÉ
13.03.18
13.03.18
O primeiro dia de greve dos funcionários dos Correios,
ontem, foi de baixa adesão. Segundo a empresa, 87,15% dos funcionários em todo
o País trabalharam, o correspondente a 92.212 empregados. O dado foi coletado
pela manhã, com base no sistema eletrônico de ponto da estatal.
Os Correios informaram que a greve foi
concentrada na área de distribuição e todas as agências funcionaram, mesmo nas
regiões que aderiram ao movimento. Já o secretário-geral da Federação Nacional
dos Trabalhadores em Empresas de Correios (Fentect), José Rivaldo da Silva,
estima adesão de 25% dos funcionários.
“Diante da gravidade do problema da empresa,
achamos a adesão baixa.”, admitiu Silva. Segundo ele, a Fentect, que representa
80 mil de 108 mil empregados da estatal, trabalha para aumentar a adesão à
greve.No entanto, de acordo com os Correios, depois da decisão do Tribunal
Superior do Trabalho (TST) que autorizou a cobrança de mensalidade de
funcionários e dependentes no plano de saúde, oito de 32 sindicatos que
aderiram à paralisação de ontem decidiram retornar às atividades hoje. Quatro
sindicatos não haviam aderido à paralisação. Os demais decidem hoje se
continuam em greve.
O TST determinou que o valor cobrado de
mensalidade dependerá da renda do trabalhador. O tribunal também alterou as
regras de coparticipação – parte do valor de consultas e procedimentos que o
funcionário divide com a empresa em consultas e exames. Não poderá haver
cobrança em internações.
O tamanho da coparticipação depende da faixa
de salário do funcionário. Entretanto, o desconto mensal não poderá passar de
5% do salário. Um funcionário que ganha R$ 2.500, por exemplo, pagará 2,5% do
plano de saúde, ou R$ 62,50 por mês. Os filhos e cônjuges desse funcionário
também pagarão porcentuais sobre essa mensalidade de R$ 62,50, de 35% e 60%, respectivamente.
Quem ganha acima de R$ 20 mil, pagará 4,4% da mensalidade.A estatal alega que
os custos do plano de saúde representam 10% do faturamento, uma despesa de R$
1,8 bilhão ao ano, incluindo o custeio do benefício a empregados, dependentes,
cônjuges, pais e mães dos titulares.
O Estado apurou que a estatal deve fechar
2017 com prejuízo entre R$ 2,3 bilhões e R$ 2,4 bilhões. O balanço financeiro
ainda não foi divulgado mas, confirmado esses números, será o quinto ano
seguido de resultados negativos. Para tentar reverter a crise, além de propor
alterações no plano de saúde, a estatal fez plano de demissão dos funcionários
(PDV) e fechou agências.
A Fentect afirma que a greve também serve
para protestar contra alterações no Plano de Cargos, Carreiras e Salários, a
terceirização na área de tratamento, a privatização da empresa, extinção do
diferencial de mercado e a redução do salário da área administrativa, entre
outros pontos.
Alternativas
Empresas de e-commerce e as de varejo, que
contam com a opção de compra online buscam alternativas para não atrasar a
entrega dos produtos. A Netshoes, por exemplo, realocou a expedição dos
produtos para outros parceiros logísticos e notificou os clientes sobre
possível aumento do prazo de entrega.
A
companhia ressaltou que tem trabalhado para reforçar seus parceiros logísticos
para reduzir ao máximo este vínculo com os Correios, que tem participação de
até 20% do total de remessas das lojas virtuais.Sem sofrer o impacto da greve,
a operação de e-commerce da Via Varejo (responsável pelas marcas Casas Bahia,
Pontofrio, Extra e Barateiro) informou que conta com 150 transportadoras
terceirizadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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