Já tem prazo limite! Correios promete acabar com frete grátis para encomendas internacionais
Tudo Celular
13 de março de 2018
13 de março de 2018
Todos sabemos que os funcionários dos Correios anunciaram
ontem (12/03) que estão iniciando uma greve por tempo indeterminado que atinge
todo o país. A iniciativa vem em um momento em que a estatal enfrenta diversos
problemas de caixa e por isso busca fazer alumas mudanças internas.
Agora, depois do confronto com o Mercado
Livre, os dirigentes dos Correios estão de olho em mais uma forma de engordar o
caixa da companhia. Em entrevista ao Valor Econômico, Guilherme Campos,
presidente dos Correios, disse que a empresa identificou nos últimos anos o
crescimento do "camelô eletrônico".
Por isso, para ele, os Correios acabaram
"subsidiando" em até R$ 1 bilhão os fornecedores chineses que
encaminham suas "bugigangas" para o Brasil. Isso porque produtos com
valores abaixo de US$ 100 acabam entrando no país sem a devida taxação por
parte da União.Atualmente, chegam em média 300 mil objetos por dia no Brasil,
sendo que isso representa um aumento de 200% no volume diário em apenas dois
anos. Segundo Campos, grande parte desses produtos chegam ao Brasil com oferta
de "frete grátis" e isso acaba escondendo uma manobra comercial.
Para ele, os sites chineses acabam se
aproveitando de manobras para dificultar a fiscalização, sendo as principais
delas a postagem de produtos sem rastreio, etiquetas fora do padrão internacional
que não trazem o CEP do destinatário em código de barras. Isso acaba
dificultando a triagem automatizada por parte dos Correios.
Desta forma, é preciso que a empresa faça
toda a triagem manualmente e isso acaba impactando na operação da empresa, uma
vez que ela é mais cara e demorada. Por isso, Campos acredita que se essas
encomendas da China fossem registradas, os Correios receberiam cinco vezes mais
para fazer o seu trabalho: "Os países que recebem produtos da China
subsidiam a distribuição em cada um dos seus mercados"
Por isso, Campos diz que os Correios deixam
de faturar R$ 15 por cada produto de origem chinesa que entra no Brasil, sendo
que isso representa uma perda de R$ 1 bilhão por ano. Isso acaba sendo o
equivalente a 6% de toda a receita da estatal registrada no ano de 2017.
Por conta disso, a empresa acaba enfrentando
problemas com um "aumento desproporcional" de reclamações contra os
Correios por demora na entrega. Para Campos, isso seria um indício claro de que
boa parte dos produtos chineses não tem como destinatário os próprios clientes
dos sites, mas sim pessoas que compraram esses objetos de revendas dos chamados
"camelôs eletrônicos".
Por conta disso, os Correios levaram o tema
para a União Postal Universal (UPU) como uma forma de engrossar a pressão sobre
a China. Mesmo assim, a estatal também está procurando uma maneira de se
aproximar de Pequim para que os chineses comecem a enviar informações
eletrônicas.
Caso a investida não funcione, já está nos
planos dos Correios a implementação, ainda neste ano, de um sistema que levaria
o comprador a pagar o frete no momento da entrega. Isso acabaria fazendo com
que as ofertas de frete grátis se tornassem sem validade para produtos
entregues no Brasil.
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