TST decide que empregados dos Correios devem pagar por plano de saúde
EBC
12/03/2018
12/03/2018
O Tribunal Superior do Trabalho (TST)
decidiu, nesta segunda-feira (12), que os empregados dos Correios e
seus dependentes deverão pagar mensalidade para manter os planos de saúde. O
tema foi objeto de julgamento pela Seção de Dissídios Coletivos da corte, que
aprovou a proposta do ministro relator, Aloysio Corrêa, por 6 votos a 1. A ação
de dissídio coletivo havia sido ajuizada pela companhia ainda no ano passado,
quando não houve acordo entre empregados e direção sobre a revisão do Postal
Saúde no âmbito do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
A principal mudança é a introdução da
cobrança de mensalidade dos empregados e seus dependentes (cônjuges e filhos),
conforme faixas etária e remuneratória. Até então, os empregados e seus
familiares que usavam o plano pagavam apenas um percentual por consulta ou
exame, de acordo com uma tabela remuneratória do plano.
Os dependentes ascendentes (pais e mães) dos
empregados continuarão no plano até julho de 2019, quando vence o ACT em vigor.
Após esse período, deixarão de ser cobertos pelo plano, e ficarão assegurados
os que estiverem em tratamento médico-hospitalar até a alta médica, segundo
regras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).Um novo plano-família, a
ser criado no ano que vem, poderá incorporar pais e mães e outros eventuais
dependentes dos funcionários. A proposta inicial da empresa previa a manutenção
do plano apenas para funcionários ativos e aposentados e a criação de um outro
plano para todos os dependentes.
Os ministros também aprovaram a
proporcionalidade de pagamento das despesas totais do plano, que será de 30%
para os empregados e 70% para os Correios. Além disso, ficou definido que,
havendo lucro líquido no exercício anterior, a empresa reverterá 15% para o
custeio das mensalidades do plano de saúde dos beneficiários. Além dos mais de
140 mil funcionários da ativa e aposentados dos Correios, o Postal Saúde
atendia a outras 250 mil pessoas, totalizando aproximadamente 400 mil
vidas.
A direção dos Correios aguarda a publicação
da íntegra da decisão do TST para avaliar o impacto nas contas da empresa e
adotar as medidas para a implantação das novas regras. Para o presidente dos
Correios, Guilherme Campos, a decisão representa um grande avanço para a retomada
do processo de recuperação da empresa, que enfrenta uma grave crise financeira.
“A decisão ficou distante da nossa proposta
inicial, mas é um reconhecimento de que o custeio tem que ser compartilhado e o
primeiro passo importante para a sustentabilidade do plano e dos próprios
Correios”, explica.
À noite, a Federação Nacional dos
Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect)
divulgou nota orientando pela continuidade da greve e convocando, para esta
terça-feira (13), uma reunião com a assessoria jurídica para discutir a decisão
do TST e definir estratégias, a partir de agora. Os sindicatos também deverão
se reunir no período da tarde.
Matéria
atualizada às 22h56 para publicação de nota da Fentect posicionando a categoria
sobre a decisão do TST.
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