Correios ganham eficiência e geram lucro
Pela primeira vez desde 2013, os Correios registraram lucro anual
O Estado de S.Paulo
16 Maio 2018
16 Maio 2018
Pela primeira vez desde 2013 os Correios (Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos) registraram lucro. Seu balanço de 2017
registra ganhos de R$ 667 milhões. Passando por grandes dificuldades
financeiras, enredada na burocracia e afetada pela queda do número de
correspondências em razão do avanço da internet, a empresa parecia fadada a
continuar alimentando o déficit do setor público – e até mesmo a se tornar
inviável. Por isso, o resultado de 2017 foi surpreendente.
O desempenho econômico-financeiro é
consequência de um processo de ajuste em profundidade iniciado em 2016, com o
programa de demissões incentivadas e outras medidas que podem vir a confirmar
que a estatal “é viável e pode ser até lucrativa”, como disse o ministro da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab. O desafio agora
é dar continuidade ao processo de modernização e de recuperação financeira, com
controle rígido de despesas, inclusive com pessoal.
Com a queda vertical no número de
correspondências processadas, os Correios passaram a depender muito mais da
entrega de encomendas, hoje sua maior fonte de receita. Atenta à realidade, a
empresa mudou sua estratégia nos últimos dois anos, passando a atuar com mais
agilidade para poder competir na entrega de encomendas originadas pela rápida
expansão do comércio eletrônico.
Levantamentos preliminares indicam que o
valor de transações por e-commerce processadas pelos Correios alcançou R$ 48,8
bilhões em 2017, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Apenas no
primeiro semestre do ano passado, a receita proporcionada por fretes relativos
a compras de mercadorias online atingiu R$ 1,03 bilhão.
Esse novo filão permite levar adiante a
desativação de agências – há muitas próximas de outras nos grandes centros – e
uso mais intenso de lojas virtuais, o que possibilitará redução de custos. De
outro lado, há necessidade de mais investimentos em logística, especialmente em
processos computadorizados para agilizar a triagem de encomendas.
Em face disso, os Correios pleiteiam do
governo a devolução de R$ 3,2 bilhões, valor relativo a dividendos alegadamente
pagos a mais à União antes de 2013. Qualquer que seja o resultado do pleito,
espera-se que os Correios deixem em definitivo o rol das estatais deficitárias.
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