Venda de estatais pode ficar de
fora do PPI para privatizações acelerarem
Folha SP
3.nov.2019
3.nov.2019
O secretário especial de Desestatização,
Salim Mattar, planeja apresentar ao Congresso uma proposta que, se aprovada,
poderá incluir todas as estatais no PND (Plano Nacional de Desestatização).
A cada dois anos, de acordo com seu
desempenho, as empresas controladas pelo governo persistentemente deficitárias
poderão ser privatizadas por deliberação do CND (Conselho Nacional de
Desestatização), após ampla defesa.
No caso de estatais independentes, a revisão
para deliberar sobre possível venda seria feita a cada quatro anos.
Atualmente, a inclusão de uma estatal no PND
é função do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), órgão comandado pelo
ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. O conselho do PPI também
incorporou as funções do CND.
Essa ação para as estatais faz parte de um
plano de longo prazo, tratado como uma espécie de legado que o time de Paulo
Guedes quer deixar para impulsionar a agenda futura de privatizações, mesmo
após o fim do mandato do presidente Jair Bolsonaro.
No curto prazo, porém, Mattar trabalha para tentar acelerar a venda de participações em cerca de 30 empresas com o argumento de que, por ano, elas consomem cerca de R$ 190 bilhões do Orçamento, dinheiro que em sua visão poderia ser mais bem aplicado em outras funções do Estado.
No curto prazo, porém, Mattar trabalha para tentar acelerar a venda de participações em cerca de 30 empresas com o argumento de que, por ano, elas consomem cerca de R$ 190 bilhões do Orçamento, dinheiro que em sua visão poderia ser mais bem aplicado em outras funções do Estado.
O caminho deverá ser o envio de um pedido de
aval ao Congresso com uma lista de empresas, o que permitirá que sejam
incluídas de uma só vez no PND.
Somente até agosto deste ano, a União injetou
R$ 8,5 bilhões em estatais. Segundo o relatório mais recente da Secretaria de
Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério da Economia,
somente a Eletrobras, cuja privatização ainda patina, recebeu R$ 3,5 bilhões. A
Emgepron, estatal de projetos navais, recebeu R$ 2,5 bilhões. A Telebrás e a
Infraero receberam, cada uma, R$ 1 bilhão.
Banco do Brasil, Caixa Econômica, Petrobras e
outras seis empresas militares de segurança, dentre outras companhias, ficarão
fora do atual programa de desestatização.
O objetivo é que o Congresso diga quais poderão ser vendidas imediatamente, pulando a etapa do PPI, uma das diversas fases do processo e que, na visão da Economia, acaba atrasando as privatizações.
A Casa da Moeda, por exemplo, passou
praticamente toda a gestão do ex-presidente Michel Temer no PPI e ainda não foi
vendida. Sob o controle do Ministério da Economia duraria, no máximo, 90 dias.
Uma outra inovação ventilada pelo time de
Paulo Guedes é quebrar o monopólio do BNDES na estruturação do modelo de venda
das estatais.
Hoje, o banco estatal é contratado
automaticamente pelo PPI para estruturar como deve ser vendida a parte da União
nas estatais.
Com a proposta, bancos privados e públicos,
que já têm experiência sobre como montar a venda de companhias do setor
privado, poderão apresentar opções ao governo.
Um exemplo: nos Correios,
o serviço de postagem é uma obrigação definida pela Constituição como dever do
Estado. No entanto, a equipe econômica tem dúvidas se seria possível manter uma
operação de postagem sem o braço mais rentável da empresa, a entrega de
mercadorias.
Ou seja, o governo acredita ser possível
fazer a venda, mas ainda não sabe de que forma.
No novo modelo, caberia aos bancos, que já
costumam destrinchar as empresas para investidores, apresentar a melhor
alternativa.
O governo se apropriaria então (sem custos)
do modelo de privatização vencedor e, então, o disponibilizaria ao mercado. Aí,
sim, seria aberta a competição pela estatal, com a oferta da melhor opção de
retorno para a União.
Algumas dessas instituições já costumam
entrar em negócios desse tipo no setor privado, unindo grupos de investidores
aptos a comprar ações de companhias, o que gera ganhos para essas instituições.
Diante da inovação da proposta, a Secretaria
de Desestatização já busca apoio técnico do Tribunal de Contas da União.
As estatais que podem ser vendidas pelo
governo
Infraestrutura e logística
Infraero
Telebras
Eletrobras
EPL (planejamento e logística)
Valec (ferrovias)
Trensurb (trens urbanos de Porto Alegre)
CBTU (trens urbanos)
Companhias Docas
CDC (Ceará)
CDP (Pará)
CDRJ (Rio de Janeiro)
Codba (Bahia)
Codern (Rio Grande do Norte)
Codesa (Espírito Santo)
Codesp (São Paulo)
Codomar (Maranhão)
Companhias de armazéns e abastecimento
Conab (Cia. Nacional de Abastecimento)
Ceagesp (SP)
Ceasaminas (MG)
Casemg (armazéns e silos de MG)
Empresas de pesquisa
Embrapa (pesquisa agropecuária)
EPE (energia)
CPRM (recursos minerais)
Tecnologia
Ceitec (cetecnologia eletrônica)
Dataprev (Previdência Social)
Serpro (processamento de dados)
Saúde
Hemobrás (hemoderivados e biotecnologia)
Hospital Nossa Senhora da Conceição
Comunicação
EBC (Empresa Brasil de Comunicação)
ECT (Correios)
Infraero
Telebras
Eletrobras
EPL (planejamento e logística)
Valec (ferrovias)
Trensurb (trens urbanos de Porto Alegre)
CBTU (trens urbanos)
Companhias Docas
CDC (Ceará)
CDP (Pará)
CDRJ (Rio de Janeiro)
Codba (Bahia)
Codern (Rio Grande do Norte)
Codesa (Espírito Santo)
Codesp (São Paulo)
Codomar (Maranhão)
Companhias de armazéns e abastecimento
Conab (Cia. Nacional de Abastecimento)
Ceagesp (SP)
Ceasaminas (MG)
Casemg (armazéns e silos de MG)
Empresas de pesquisa
Embrapa (pesquisa agropecuária)
EPE (energia)
CPRM (recursos minerais)
Tecnologia
Ceitec (cetecnologia eletrônica)
Dataprev (Previdência Social)
Serpro (processamento de dados)
Saúde
Hemobrás (hemoderivados e biotecnologia)
Hospital Nossa Senhora da Conceição
Comunicação
EBC (Empresa Brasil de Comunicação)
ECT (Correios)
Outras
Casa da Moeda
ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias)
Emgea (Empresa Gestora de Ativos)
Finep (Financiadora de Estudos e Projetos)
Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba)
150 dias
ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias)
Emgea (Empresa Gestora de Ativos)
Finep (Financiadora de Estudos e Projetos)
Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba)
150 dias
É o prazo máximo que o secretário Salim Mattar
disse precisar para vender todas essas companhias, se o Congresso concordar com
suas regras R$ 190 bilhões
É quanto o governo gasta hoje com a
manutenção de 46 estatais. Boa parte depende integralmente de recursos do
Tesouro. Fonte: Tesouro Nacional e outros
Interessante nesta matéria é saber que a equipe econômica não sabe ainda como manter os Correios sem a parte rentável, mercadorias.
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