terça-feira, 18 de novembro de 2014

18/11/2014 - Notícias sobre os Correios 

Justiça afasta diretor dos Correios no Rio

Folha SP
18/11/2014

O juiz Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio, determinou o afastamento do diretor regional dos Correios no Estado, Omar de Assis Moreira, 49.

A decisão aconteceu a partir de um pedido do procurador Sérgio Luiz Pinel Dias após denúncias de que Moreira receberia, mensalmente, propinas de R$ 6 mil por autorizar cirurgias superfaturadas –que não aconteciam– em servidores da estatal.

Omar Moreira foi indicado pelo deputado federal Edson Santos (PT-RJ) para o cargo, que ocupava desde 2011. Procurado nesta manhã, Moreira não atendeu o celular. O mesmo aconteceu em seu telefone residencial. A Folha apurou que o ex-diretor regional dos Correios no Rio ainda procura advogado para defendê-lo no caso.

Em nota, os Correios informaram que o afastamento ocorreu para "preservar a condução de processo da Justiça Federal" e que a investigação da Polícia Federal foi solicitada pelo próprio diretor, em 2013. A CGU (Controladoria Geral da União) faz parte de um grupo de trabalho que acompanha as investigações, de acordo com os Correios.

O deputado Edson Santos não foi encontrado até o momento para comentar a indicação de Moreira.

Na sexta (14), quando foi comunicado por um delegado federal e dois agentes do afastamento, a primeira reação de Moreira, em seu gabinete no prédio central dos Correios, na região central do Rio foi lamentar: "a minha vida acabou", teria dito aos policiais.

As investigações que levaram ao afastamento de Moreira tiveram início há pouco mais de um ano e dão conta que a partir de agosto de 2011, três hospitais passaram a ser beneficiados, recebendo pagamentos de maneira antecipada para procedimentos cirúrgicos de servidores dos Correios.

Esses servidores eram submetidos a cirurgias com a utilização de órteses, próteses e materiais especiais. Em alguns casos, os procedimentos não aconteciam ou eram superfaturados. A cobrança dos hospitais tomava por base os preços mais altos estipulados pelo plano de saúde dos Correios.

A partir de janeiro de 2013, um quarto hospital foi inserido na "lista" criada pela direção dos Correios, no Rio. Assim, a lista de beneficiados prioritários passou a quatro unidades particulares.

Nos primeiros dois meses do esquema, de acordo com as investigações, Omar Moreira teria recebido R$ 15 mil por mês. A partir de novembro de 2011 foi fixado o valor de R$ 6 mil mensais.

Funcionários dos Correios fazem greve em SP nesta terça, diz sindicato

G1
18/11/2014

Funcionários dos Correios que atendem a Grande São Paulo estão em greve nesta terça-feira (18), segundo informações do sindicato da categoria. O Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo (Sintect-SP) diz que cerca de 7 mil servidores pararam desde a última quinta (13).Os Correios informaram, em nota, que a paralisação é parcial, que todas as agências estão abertas e que o único serviço interrompido pela greve é a entrega com hora marcada.

A empresa diz que 20% dos funcionários aderiu à greve, o que representa um número de 3.815 servidores.

Em conversa com o G1, o vice-presidente do Sintect-SP, Rogério Bueno, afirmou que a principal reclamação da categoria é sobre o descredenciamento de hospitais por conta do plano de saúde da empresa. "Os Correios estão tirando hospitais da nossa rede credenciada e não estão repondo. Tem algumas regiões que não tem nenhum hospital mais, tem muita gente sem médico", disse.

Apesar de essa ser a principal reclamação, o sindicato ainda tem outras quatro reivindicações: más condições de trabalho e falta de contratação; crescimento da violência contra servidores e falta de segurança; atraso no pagamento, desde maio, da participação dos lucros; e falta de informação sobre pagamento do adicional de periculosidade para motoboys.

"Nós queremos que a empresa dê uma resposta sobre isso, queremos uma solução. Pelo menos uma data pra que as coisas possam se resolver, para o ano que vem, não sei. Mas os servidores precisam de informações", completou Bueno.

Correios
Sobre os planos de saúde, a empresa diz que o “descredenciamento de conveniados ocorre em qualquer plano de saúde”, e que o “número de credenciados é mais que suficiente para atender os usuários do plano”.

Os Correios dizem ainda que, nos últimos três anos, investiu mais de R$ 1,18 bilhão em melhoria das condições de trabalho e contratou mais de 20 mil novos trabalhadores. A empresa informa também que investe em medidas de segurança, e que há mais de 4 anos os trabalhadores dos Correios que distribuem ou coletam cartas e encomendas recebem adicional de 30% do salário base.

Confira a íntegra da nota dos Correios sobre a greve:

O movimento é parcial e apenas na Grande São Paulo. Todas as agências estão abertas e todos serviços estão disponíveis, com exceção dos serviços de entrega com hora marcada. Cerca de 80% do efetivo local não aderiu à paralisação, ou seja, 15.260 funcionários — a presença é verificada por sistema eletrônico. O movimento é mais concentrado entre os carteiros e os Correios já adotaram medidas para garantir a entrega de cartas e encomendas, como realização de horas extras e realocação de empregados entre as unidades.

O sindicato reivindica o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados, que está sendo negociada com intermediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A reunião para conclusão das negociações será amanhã (19), portanto a paralisação não se justifica. Além disso, o movimento não cumpriu os requisitos da Lei de Greve e a empresa irá descontar os dias parados.

Nesta terça-feira (18), a empresa reúne-se com as Federações (inclusive da representação da base territorial de SP).

Esclarecimento sobre matéria da revista Época

Publicado em 15 de novembro de 2014 por Correios

A respeito de matéria publicada pela revista Época desta semana, os Correios reafirmam que não existem quaisquer irregularidades nos negócios firmados para a construção de unidades operacionais da empresa em Cajamar (SP) e Brasília (DF).

A matéria da revista Época é um exercício de ilações e suposições, apoiando-se em situações que classifica como “suspeitas”, de acordo com seu entendimento subjetivo, e na prática de malabarismo futurístico, deduzindo fatos que “podem” vir a trazer prejuízos aos Correios.

A revista não apresenta nenhuma prova de irregularidade ou prejuízo. Além disso, ignora completamente os fatos documentados que foram apresentados aos repórteres e que comprovam que os negócios citados seguiram todos os trâmites legais e são vantajosos para os Correios.

Os fatos concretos e documentados nos processos, aos quais os repórteres tiveram livre acesso, são:

- os processos para a aquisição do terreno em Brasília e para o BTS (aluguel sob medida) de Cajamar tiveram cerca de um ano de laudos técnicos, avaliações e prospecções de mercado.

- ambos os negócios foram vantajosos aos Correios. O valor pago pelo terreno em Brasília ficou 35% abaixo do valor máximo de mercado aferido à época pelas avaliações. No caso do BTS de Cajamar, os Correios conseguiram o preço de R$ 23,90/m2 com o Postalis, inferior aos R$ 28/m2 apresentados por outra empresa.

- os projetos necessários à execução da obra de construção em Brasília já foram contratados (a empresa forneceu à reportagem o nome da empresa contratada, o número do contrato e o valor) e os procedimentos visando à licitação internacional para a aquisição das máquinas de automação estão em curso. A previsão de entrega da obra é julho de 2017.

- não procede a informação de que o terreno em Brasília “não pode abrigar empreendimentos empresariais”. A legislação atual permite o uso do terreno para a atividade de Correios e outras atividades de entrega.

- a revista distorceu as declarações do empregado Roger dos Santos a respeito do parecer jurídico sobre a aquisição do terreno em Brasília. O empregado esclareceu ao repórter que, neste caso específico, a Diretoria Executiva da empresa não contrariou o parecer jurídico; pelo contrário, seguiu a recomendação e reavaliou o risco.

- nunca houve intenção dos Correios de adquirir o terreno de Cajamar, como erroneamente informa a revista. Desde o início tratou-se de um projeto de BTS (locação sob medida), onde não há compra e sim aluguel, com pagamento apenas após a entrega do imóvel. Essa intenção dos Correios sempre foi pública, divulgada aos empregados da empresa e também à imprensa.

- a obra de Cajamar está em fase de ajustes solicitados pelos Correios e a previsão de entrega é início de 2015.

- tais ações são previstas no projeto de modernização e expansão do processo de triagem da estatal, que irá beneficiar a população brasileira com a melhoria da qualidade da prestação dos serviços postais.

As transações suspeitas entre os Correios e seu fundo de pensão, o Postalis

Época
14/11/2014

A Nova Zelândia, a 12.000 quilômetros do Brasil, é um dos países mais transparentes do mundo, um exemplo de excelência em serviços públicos e prestação de contas à população. De Wellington, capital do país, saiu um empreendimento comercial obscuro, que desafia o entendimento no Brasil. No dia 10 de janeiro de 2012, uma empresa de fachada chamada Latam Real Estate New Zealand foi aberta em Wellington, fixada por seus criadores no mesmo prédio ocupado pela Embaixada do Brasil na Nova Zelândia. No dia 5 de março, com menos de dois meses de vida, a Latam abriu em São Paulo uma filial e, 15 dias depois, comprou um terreno de 220.000 metros quadrados em Cajamar, a 45 quilômetros de São Paulo. Em 25 de maio, vendeu o imóvel ao Postalis, o fundo de pensão dos funcionários dos Correios, por R$ 194 milhões. A Latam atravessou o mundo para dar uma ágil jogada imobiliária no Brasil.

O Postalis, um dos maiores fundos pensão do país, aplica recursos para bancar as aposentadorias de funcionários dos Correios. Seu histórico não é dos melhores. No ano passado, apresentou um rombo de quase R$ 1 bilhão nas economias dos carteiros, resultado de investimentos furados e sob investigação em instituições financeiras que foram à lona, como os bancos BVA, Cruzeiro do Sul e Oboé, e até em títulos da dívida argentina. Quem decidia suas aplicações eram diretores indicados pelo PMDB. Sob o comando de um presidente petista desde 2012, o Postalis continua fazendo negócios obscuros.

No início de 2012, o Postalis aceitou dar uma força aos Correios. A estatal precisava comprar o terreno em Cajamar para fazer seu novo centro de logística, mas seu caixa não comportava a aventura. Na ocasião, o então deputado federal, hoje mensaleiro preso, João Paulo Cunha (PT-SP) conversou com o presidente do Postalis, o sindicalista petista Antônio Carlos Conquista. João Paulo foi à sede do Postalis em Brasília tratar do negócio. Conquista também foi procurado por um empresário chamado João Camargo, com negócios em rádios e empreendimentos imobiliários. O Postalis topou comprar o imóvel e alugá-lo aos Correios durante dez anos, por R$ 210 milhões – e se deu mal. O local, que deveria estar pronto no ano passado, só deverá começar a funcionar em 2015. Até lá, o Postalis não receberá um real.

No início, o Postalis negociava a compra de um terreno de propriedade do empresário Luiz Fernando Pires, proprietário da Piazzano Empreendimentos. A área, com galpões já construídos, sairia por R$ 193 milhões. No meio do caminho apareceu a neozelandesa Latam e fez Pires mudar de ideia. Ele vendeu a área à Latam, com os galpões construídos, por R$ 150 milhões – menos que o Postalis havia se disposto a pagar. Pires afirma que o negócio direto com o Postalis, que seria mais lucrativo, “não prosperou”. Menos de três meses depois, a Latam fez um negócio da China, ou melhor, da Nova Zelândia. Vendeu o terreno ao Postalis por R$ 194 milhões.

Formalmente, João Camargo não está vinculado à Latam Brasil. Na Junta Comercial de São Paulo aparecem como sócios a Latam Real Estate New Zealand, com 99,99% das ações, e Marcelo Bicudo, com 0,01%, advogado de Camargo e especialista em criar e representar empresas estrangeiras interessadas em investir no Brasil. Os donos da empresa que fez negócios com o Postalis são brasileiros? “Alguns sim, outros não. São e não são. Veja bem, tudo o que posso falar, falo porque não há nada a esconder”, diz Bicudo. “Agora, os donos desta empresa não querem que o público saiba quem eles são. As autoridades sabem, não há nada de oculto.” Por meio de sua assessoria de imprensa, Pires disse que não responderia a “perguntas especulativas” sobre o negócio em que está envolvido.

Não é necessário ir à Nova Zelândia para fazer bons negócios imobiliários com os Correios ou com o Postalis. No final de 2012, os Correios compraram por R$ 123 milhões um terreno de 73.000 metros quadrados para erguer seu futuro Centro de Cartas e Encomendas de Brasília. O dono da área, o governo do Distrito Federal, recebeu o pagamento à vista. Passados quase dois anos da compra, o mato cresce no local, junto com entulho de obras vizinhas. O terreno não conta sequer com uma placa de identificação. Os Correios dizem esperar um projeto executivo da obra para realizar a licitação que levantará os prédios. A razão é outra: pelas normas urbanísticas, a área comprada pelos Correios não pode abrigar empreendimentos comerciais.

Documentos obtidos por ÉPOCA (acima) mostram que os Correios sabiam disso antes da compra. No dia 7 de dezembro, dois advogados da estatal registraram que a diretoria deveria avaliar o risco do investimento, pois àquela altura o terreno não poderia abrigar as atividades pretendidas pela empresa. Os advogados alertaram também que a avaliação do terreno feita pelos Correios apontava para o valor de R$ 104 milhões, quase R$ 20 milhões a menos que os Correios pagaram. Três dias depois, em 10 de dezembro, a diretoria executiva dos Correios ratificou a compra. “Até acontece. Mas é raro a diretoria não levar em conta uma opinião do departamento jurídico”, diz o ex-chefe do departamento e um dos autores do parecer, Roger dos Santos. Os R$ 123 milhões foram parar nos cofres da Terracap, empresa do governo de Brasília que cuida dos terrenos públicos da capital. Naquele momento, a Terracap estava com dificuldades de caixa, em virtude da construção do estádio Mané Garrincha, para a Copa do Mundo. 

Apavorada com a demora na aprovação da mudança da destinação do terreno, a diretoria dos Correios, comandada pelo PT, pressionou o governo do Distrito Federal, também petista, para mudar a lei e permitir a construção na área. O alívio chegou em setembro de 2013, mas durou pouco. O Ministério Público do Distrito Federal contestou as decisões do governo do Distrito Federal, e os Correios poderão ser impedidos de construir na área comprada. O assunto é discutido por um órgão que regula o uso dos terrenos de Brasília, uma cidade tombada pela Unesco. Não há previsão sobre quando a discussão sobre o uso do local terminará. Durante uma reunião que discutia o assunto, o representante da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do DF, Paulo Muniz, disse que os Correios “compraram gato por lebre”.

Os Correios afirmam, por meio de sua assessoria, que a compra do terreno em Brasília foi regular. Sobre a decisão de comprar o imóvel em Brasília, dizem que “o parecer jurídico” é “opinativo e, portanto, não é uma decisão”. A nota também afirma que os Correios não sofreram prejuízos em razão de os centros de Brasília e Cajamar ainda não estarem em funcionamento. “Está tudo dentro do cronograma de investimentos”, diz a nota. Por meio da assessoria de imprensa, o presidente do Postalis, Conquista, afirma que a operação de Cajamar foi aprovada com base em estudos técnicos. Diz que as conversas mantidas com João Paulo e Camargo não tiveram relação com o imóvel de Cajamar. Disse, ainda, que o fato de o Postalis não receber o aluguel do imóvel não deve ser associado a prejuízo, pois se trata de um investimento de longo prazo. O ex-deputado João Paulo cumpre pena em Brasília, condenado pelo envolvimento no mensalão. Por meio de seu advogado, ele informou que não se pronunciaria sobre o assunto. Camargo não atendeu aos pedidos de entrevista da reportagem de ÉPOCA. Vender terrenos para os Correios ou para o Postalis pode ser um bom negócio. Basta ter as conexões corretas no Brasil e na Nova Zelândia.

http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2014/11/btransacoes-suspeitas-entre-os-correiosb-e-seu-fundo-de-pensao-o-postalis.html

Conselheiros de fundos de pensão se unem para defender os investimentos

Folha SP
14/11/2014

Dizendo-se preocupados com "os destinos dos fundos de pensão de empresas estatais" e "ameaças presentes", um grupo de 15 conselheiros de fundos de pensão de estatais assinou, nesta quinta-feira, um manifesto em que se propõe a unir-se para defender os investimentos e os interesses dos participantes.

A preocupação do grupo, segundo a Folha apurou, é em relação à gestão das instituições, considerada deficiente, e à ingerência política.

Entre os signatários, estão representantes da Funcef, da Previ e da Petros, respectivamente fundos da Caixa Econômica, do Banco do Brasil e da Petrobras.

Segundo esse integrante, o grupo pretende reunir-se com a Secretaria de Previdência Complementar, órgão responsável por regular e fiscalizar os fundos de pensão, para discutir o problema.

No documento, os conselheiros dizem-se comprometidos em "empreender todos os esforços possíveis" para "proteger e salvaguardar os interesses dos participantes" das entidades.

O documento foi assinado ao fim do do Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, realizado em São Paulo.

Os conselheiros signatários foram eleitos pelos participantes e dizem-se livres de indicação política.

Da Funcef, assinaram os conselheiros Antonio Augusto de Miranda, Max Mauran Pantoja da Costa e Souza e Délvio Joaquim Lopes de Brito> da Previ, Antônio José de Carvalho, Ari Zanella, Cecília Garcez, Décio Bottechia, José Bernardo de Medeiros Neto e Williams Francisco da Silva; da Petros, assinaram Epaminondas de Souza Mendes, Paulo Teixeira Brandão, Ronaldo Tedesco e Sílvio Sinedino; da Associação dos Auditores Internos da Caixa, assinou Luciane Munhóz de Martins. Da Associação dos Auditores dos Correios, assinou Maria Inês Capelli Fulginiti.

Nenhum comentário:

Postar um comentário