terça-feira, 30 de junho de 2020

Adcap Net 30/06/2020 - História do Correio Aéreo Nacional, Parceria para baixa de restrições financeiras nas agências, Uso de navios para transporte de livros e Privatizações não devem ser feitas por razões fiscais - Veja mais!


O Correio veio do céu: A curiosa história do Serviço Postal Militar Brasileiro

Em Coluna, Ricardo Lobato conta como dois jovens com a primeira mala postal aérea inauguraram o Correio Aéreo Nacional (CAN)

Uol
29/06/2020


Já era noite quando, em 12 de junho de 1931, dois jovens desceram de um táxi e entregaram uma mala postal na estação central dos Correios de São Paulo. Seria apenas mais um fato corriqueiro, não fosse esse acontecimento a inauguração da primeira linha brasileira de transporte aéreo militar.

O táxi fora a última etapa de uma longa jornada que começara a centenas de quilômetros dali, no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro. Essa viagem marcou o início do Correio Aéreo Nacional (CAN).
Nas décadas de 1920 e 1930, o uso comercial da aviação ainda se encontrava em seus primórdios. Mais que um novo instrumento de combate — como no caso da Primeira Guerra — o aeroplano passava, pouco a pouco, a interligar distâncias antes imensuráveis.

Não era apenas o início de uma nova fase de explorações, era também o início das companhias de transporte, de correspondência e de passageiros.

Aproximando as distâncias e encurtando o tempo de viagem, a aviação se firmava como um serviço cada vez mais necessário. O Brasil contava com um correio aéreo desde 1927, porém, era parte de uma rede maior da companhia francesa Aéropostale, que operava na América do Sul desde o ano anterior, tendo como parte de sua rota as cidades de Natal e do Rio de Janeiro.

A Aéropostale fora, inclusive, precursora nesse tipo de serviço. Entre seus pilotos, havia diversos ases da aviação, como o piloto escritor Antoine de Saint-Exupéry, diretor de sua filial sul-americana. No entanto, por problemas financeiros ocasionados pela crise de 1929, a companhia encerrou suas atividades na América do Sul no início da década de 1930.

Com um corpo aéreo militar desde 1919, as Forças Armadas não estavam alheias aos progressos aeronáuticos. E para dar um retorno à sociedade, em 1931 o então ministro da Guerra, general Leite de Castro, atendeu ao apelo de um grupo de jovens aviadores militares que ansiava partir da teoria para a prática.

O ministro autorizou a criação do Correio Aéreo Militar (CAM), que tinha o objetivo de “auxiliar na integração nacional”. O comando da nova Unidade Aérea foi entregue ao major Eduardo Gomes, que confiou a dois de seus pilotos, os tenentes Casemiro Montenegro e Nelson Lavenére-Wanderley, sua primeira missão: iniciar um serviço aéreo entre as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.

A bordo de uma aeronave Curtiss “Fledging” de matrícula K263, apelidada de “Frankenstein”, partiram com uma mala postal — apenas duas cartas — rumo a São Paulo. A autonomia de voo era de cinco horas e meia. Optaram por uma rota que passava por cima das altas montanhas do litoral.

Apesar do céu claro, encontraram uma forte corrente de ar, obrigando-os a diminuir a velocidade. A viagem durou cinco horas e vinte minutos, fazendo com que chegassem com o tanque quase vazio e com as luzes da cidade já acesas. Para completar, tiveram dificuldades de localizar o Campo de Marte, onde deveriam pousar, tendo de aterrissar, então, na antiga sede do Jockey Club, na Mooca.

Com o local deserto (mas uma missão a cumprir), pularam o muro e tomaram um táxi, que os levou finalmente ao destino, entregando o malote nos Correios da Avenida São João. Três dias depois, retornariam ao Rio de Janeiro com mais correspondência, desta vez optaram pela “rota do Vale do Paraíba”, mais curta e rápida. A missão fora cumprida e o primeiro passo fora dado.

Baseado nesse sucesso, nos meses seguintes o Correio Aéreo se espalhou pelo país, consolidando-se como um instrumento da tão almejada integração nacional brasileira.

Correios utilizará navios para distribuir livros didáticos

Correios - Sala de Imprensa
29/06/2020

A contratação de um novo modal de transporte modernizará a entrega de livros didáticos pelos Correios. Por meio do sistema de cabotagem, que é a navegação entre portos dentro do mesmo país, a empresa pretende distribuir 17,2 mil toneladas de livros escolares para o próximo ano letivo (2021). A abertura do pregão eletrônico para contratação dos serviços de transporte de cargas por navio está prevista para 20 de julho. 

Em cinco lotes, os contratos contemplarão os modais marítimo e rodoviário, na modalidade porta-a-porta. Isso significa que os livros serão levados diretamente das editoras para o Porto de Santos. De lá, a carga segue de navio para os portos de Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Belém (PA) e Manaus (AM) até chegar nos Centros de Distribuição dos Correios e, em seguida, nas escolas públicas desses Estados.

Para apresentar os detalhes do projeto, a estatal realizou videoconferência, no último dia 23, com representantes do Ministério da Infraestrutura, da Secretaria de Portos e Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (ABAC). A reunião também contou com a presença das principais empresas de navios armadores do país, que sinalizaram interesse em participar da licitação.

Embora comum entre instituições privadas, o uso do modal marítimo é algo inédito na administração pública. Entre as vantagens desse tipo de transporte estão: maior segurança da carga, com diminuição dos índices de avarias e roubos, além de ganhos de eficiência energética, ambiental e geoeconômica.

A partir dessa primeira experiência, a intenção dos Correios é expandir a utilização do modal marítimo para outros produtos e contratos da empresa.

Parceria entre Correios e Serasa facilita a baixa de restrições financeiras

Correios - Sala de Imprensa
29/06/2020

Os cidadãos que estão na base de dados de inadimplência do SERASA e precisam negociar dívidas diretamente com os credores, já podem regularizar suas pendências financeiras em uma das mais de 6 mil agências dos Correios espalhadas pelo Brasil. A novidade é resultado da parceria firmada entre a estatal e SERASA Experian para a prestação do serviço “Limpa Nome”.

A ideia é dar mais uma opção aos consumidores que desejam renegociar suas dívidas através de pontos físicos, como as agências dos Correios. Desta forma, os cidadãos têm mais facilidade para obter informações sobre sua vida financeira e renegociar créditos com os mais de 40 parceiros dentro da plataforma. Muitas destas instituições têm anunciado planos emergenciais e condições especiais na oferta de crédito, uma oportunidade que se mostra ainda mais importante nesse contexto da pandemia de Covid-19.

Uma vez que a dívida é negociada, o cidadão possui seus dados retirados do cadastro de restrição, tendo, assim, a possibilidade de adequar-se financeiramente.

Há ainda a possibilidade de consulta a acordos que foram gerados, para reimpressão de 2º via de boletos. Os valores para realização do serviço nas agências são os seguintes:

• R$ 3,60, por dívida negociada, e;
• R$ 2,60, por consulta a acordos (reimpressão de 2º via de boletos).
Por motivos de segurança, é obrigatório que o cidadão apresente documento de identificação oficial que contenha o número do CPF.

Central de serviços – Esta é mais uma parceria a integrar o portfólio do Balcão do Cidadão dos Correios. A empresa já presta vários serviços ao cidadão, como emissão de CPF; certificado digital; entrada no seguro por acidente de trânsito (DPVAT); consulta ao SPC/Serasa; documentos achados e perdidos e cadastramento do Auxílio Emergencial do Governo Federal.

Por meio do Balcão do Cidadão, os Correios estão ampliando a parceria com instituições públicas e privadas para a oferta de serviços e outras conveniências em suas agências. É uma oportunidade para órgãos públicos e empresas que querem potencializar a prestação de multisserviços, com o benefício da infraestrutura e da capilaridade das unidades de atendimento da estatal.

Privatizações devem ser feitas para melhorar serviços, diz Elena Landau

Para a ex-diretora de Desestatização do BNDES, venda de estatais não deve ser uma "questão de caixa" e, sim, de melhoria e incentivo da competitividade

Correio Braziliense
29/06/2020

O pior argumento para a concessão de uma empresa pública é a resolução de problemas fiscais. É o que defende a advogada e economista Elena Landau, referência na área. Ela foi diretora do setor de Desestatização no Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e participou do Correio Talks desta segunda-feira (29) junto a especialistas em infraestrutura e logística para debater sobre portos e fronteiras. As privatizações, segundo Elena, devem ser realizadas para buscar uma melhoria nos serviços, não para resolver questões financeiras.

"Eu acho que politicamente, a pior bandeira para a privatização é dizer que você está vendendo porque tem um problema fiscal. Você já aumenta a resistência de partida. Na realidade, a gente precisa privatizar para melhorar a qualidade dos serviços prestados, a qualidade da infraestrutura torna a economia mais eficiente e mais competitiva, e não simplesmente por uma questão de caixa", disse ela.

Elena comentou também que acredita que o excesso de burocracia prejudica o país, especificamente quando o assunto é privatização. "Acho que a governança na área de desestatização piorou. Sei que muita gente vai discordar de mim, mas eu não vejo sentido em ter o conselho do Programa de Parcerias para Investimentos (PPI), o próprio PPI, o PND, a Secretaria de Desestatização, BNDES, um ministro de Transportes, Casa Civil. É muita gente eu acho que isso torna o processo mais lento e mais complexo na burocracia", defendeu. 

Ela afirmou ainda que existe hoje um pensamento de que a infraestrutura salvará o Brasil da crise, com o qual não concorda. Para a economista, obras de infraestrutura impactam a sociedade no longo prazo e para que a economia caminhe, em sua avaliação, é necessário trabalhar em reformas como a tributária e administrativa. 

"Se você não tiver abertura da economia, reforma tributária e tantas outras reformas fundamentais, não adianta ficar bradando que infraestrutura vai atrair investimentos. Precisa de muito mais, como, por exemplo, reduzir o risco político do Brasil", completou.

 
Direção Nacional da ADCAP.

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