terça-feira, 19 de setembro de 2017

Audiência pública vai discutir a importância dos Correios no atual cenário político

Cenário MT
18/09/2017

Presente em 5.500 municípios brasileiros e com uma receita anual de R$ 19 bi, o que corresponde a 0,33% do PIB, os Correios se destacam como uma das principais empresas públicas do país. O número de colaboradores se aproxima de 115 mil, um recorde diante do assustador quadro de desemprego apontado pelo IBGE no primeiro trimestre deste ano: 14 milhões de desempregados, 13,7% da força produtiva do país.

Mesmo sendo uma importante força da economia nacional, os Correios correm o risco de passar às mãos da iniciativa privada. O governo federal alega prejuízos nos últimos dois anos da ordem de R$ 4 bilhões como argumento à necessidade privatização da empresa para evitar seu estrangulamento. Porém, não deixa evidente que os “números vermelhos” são decorrentes da falta de investimentos e que não representam mais de 10% do faturamento da instituição. O que, segundo economistas, não justificariam a provável desestatização.

Os Correios integram o Brasil através dos serviços postais democratizando a comunicação. Também exercem importante papel financeiro já que disponibilizam em suas agências os bancos postais, os únicos postos bancários em muitos municípios do país. Mesmo assim, por todo país, agências e postos de serviços estão sendo fechados. Em alguns estados, como Mato Grosso, funcionários paralisaram suas atividades por alguns períodos este ano cobrando infraestrutura predial, equipamentos e melhores condições de trabalho.


Para discutir estas questões junto a economistas, funcionários, poder público e sociedade civil, a Assembleia Legislativa vai promover audiência pública nesta segunda-feira (18), às 19h. O debate foi requerido pelo deputado estadual Valdir Barranco (PT). “O ilegítimo presidente da república quer desmantelar a economia e entregar o país à inciativa privada. Não podemos aceitar que empresas como Correios, Casa da Moeda, Banco do Brasil, importantes para a soberania nacional, passem ao controle privado. Isso é um absurdo. Precisamos nos posicionar e impedir estes atropelos”, disse Barranco justificando a necessidade da audiência.

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