quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Correios criam plano de segurança para o Rio

O GLOBO
20/9/17


Medidas são voltadas ao transporte de cargas e incluem obras no entorno do centro de encomendas em Benfica  

Para enfrentar o aumento do roubo de cargas e de assaltos a carteiros no Rio, os Correios decidiram preparar um plano de emergência para suas operações no estado. Chamado de Plano Contingencial de Segurança, o novo modelo elaborado apenas para o Rio prevê uma estrutura logística diferenciada, com mais segurança e mais dinheiro destinado especialmente para a capital fluminense. O plano é focado nas cargas transportadas pela empresa. Além disso, os Correios vão reforçar a integração com os órgãos públicos, principalmente a Prefeitura do Rio e a Secretaria de Segurança Pública do estado. O objetivo é reverter o quadro de assaltos frequentes, principalmente aos caminhões usados pela estatal para o transporte das encomendas. O plano foi elaborado após os ataques aos veículos de carga que prestam serviços para os Correios terem um salto de 117% neste ano. Diante deste quadro, a estatal decidiu agir e ampliar a segurança no estado.

Entre as ações que dependem dos órgãos municipais e estaduais estão mudanças no entorno do Centro de Tratamento de Encomendas (CTE) de Benfica, um dos locais mais vulneráveis à ação de criminosos, na avaliação dos Correios. Deve haver reforço na segurança da região e realização de obras de melhoria das condições de mobilidade e segurança no entorno do CTE.

Um projeto já aprovado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) prevê obras de adaptação e sinalização na Rua Leopoldo Bulhões. Com essas mudanças, os veículos que saem do CTE Benfica poderão chegar ao outro lado da via sem precisar passar por um trecho onde há maior risco de roubo de carga. As obras são de responsabilidade da prefeitura. Essas obras foram o principal assunto de uma reunião entre o presidente dos Correios, Guilherme Campos, e o prefeito Marcelo Crivella, na semana passada. O prefeito reconheceu a importância da melhoria das condições de mobilidade para os Correios naquela região e prometeu acelerar a execução do projeto, segundo relatos do encontro.

Bairros têm restrição de entrega Os Correios já haviam implementado um mapeamento com restrições de entrega em endereços de alguns bairros, como Costa Barros, Ricardo de Albuquerque, Irajá e Thomaz Coelho. Segundo a estatal, os consumidores desses locais que fazem compras pela internet devem retirar os produtos em uma agência.

No ano passado, a empresa pública contratou escolta armada, rastreadores de carga, gerenciamento de risco, com valor de investimento de R$ 19,8 milhões somente no Rio de Janeiro — 46,8% a mais que em 2015. O roubo de carga é um problema não só para os Correios no estado, como O GLOBO mostrou em reportagem publicada na semana passada. Nos sete primeiros meses deste ano, foram 6.860 casos, o equivalente a 870 episódios por mês. No ano passado, a média era de 822 casos mensais, no mesmo período.

O alto índice de assaltos fez o frete para a distribuição das mercadorias por transportadores subir, em média, 40%, segundo as empresas que operam no setor. Esse tipo de crime deixou um prejuízo de R$ 619 milhões em 2016, de acordo com um levantamento feito pelo Sistema Firjan. O estudo aponta que, além de trazer prejuízos para os transportadores, donos de cargas e clientes, o crime provoca o desabastecimento e alimenta o comércio ilegal.

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