quarta-feira, 13 de maio de 2020

Queijo D’Alagoa-MG, uma história de sucesso com a parceria dos Correios


Marcio Allemand (marcio.allemand@adcap.org.br)




BRASÍLIA - Quem diria que Alagoa, uma cidadezinha no Sul de Minas Gerais, com cerca de 2700 habitantes, fosse um dia se tornar berço do melhor queijo do Brasil e de um dos melhores queijos do mundo? Essa história começa em meados de 2009, quando Osvaldo Barros Filho, bisneto do tropeiro alagoense Jeremias Sene, que vendia queijos que ele mesmo transportava em balaios de bambu no lombo dos burros para além das montanhas da Mantiqueira, visitou um produtor da região que estava com dificuldades para vender seus queijos. Com a intenção de ajudar aquele pequeno produtor, Osvaldo teve a ideia de vender queijos pela internet.

- Saí da visita àquele produtor com uma voz na cabeça me dizendo que era para eu dar um jeito de vender os queijos pela internet. Naquela época, nem site a gente tinha, ele conta.
Poucos dias depois, Osvaldo entrou em contato com o Sebrae de São Lourenço e não demorou para que ele tivesse em mãos um material de como montar um plano de negócios e também uma espécie de apostila eletrônica com todas as dicas de e-commerce. Dali ele correu até a agência dos Correios da cidade, conversou com uma atendente de balcão que lhe passou todas as informações sobre o que era e o que não era permitido enviar através dos serviços de encomendas.  Menos de três meses depois, em novembro daquele mesmo ano, com o site pronto, Osvaldo tornava-se pioneiro no Brasil na venda de queijos artesanais pela internet.

- Naquele primeiro mês, vendemos apenas três peças de queijos. Mas eu não desanimei. Muito pelo contrário, afirma Osvaldinho, como ele é carinhosamente conhecido.

Em janeiro de 2010, ele conhece Bruno Cabral, dono da loja Mestre Queijeiro, em São Paulo, que comprou alguns queijos Dalagoa. Ali começavam as grandes vendas. Passados dois anos, com as vendas aumentando, Osvaldo cria uma loja virtual, que substitui o site, até então simples e com poucas opções de navegação. A criação da loja virtual foi outro salto que a empresa deu rumo ao sucesso de vendas e ao reconhecimento da qualidade dos seus produtos.


Em 2013, a Queijos Dalagoa recebe o Prêmio José Costa, Troféu Araujo Modesto, da Fundação Dom Cabral e Diário do Comércio. No ano seguinte, recebe o Troféu MG Turismo, do Jornal MG Turismo de Belo Horizonte, e vence em 1º Lugar o Concurso O Melhor Queijo de Alagoa, além de receber as medalhas de prata e de bronze no I Prêmio Queijos Brasil. Em 2016, foi a vez dos queijos Faixa Dourada e o do Coronel receberem medalha de prata no II Prêmio Queijos Brasil.

Mas foi em 2017 que os queijos Dalagoa se consagraram. Em junho daquele ano, o Queijo Alagoa Grande recebeu Medalha de Bronze no Mundial Du Fromage, em Tours, na França, destacando-se entre 700 queijos de mais de 20 países. Naquele mesmo ano, o "Queijo d’Alagoa-MG" recebeu Certificado de Honra ao Mérito do Governo de Minas Gerais. Quatro meses depois, em Outubro, o Queijo Faixa Dourada recebeu o Troféu SUPER OURO, sendo considerado o Melhor Queijo Artesanal de Leite Cru do Brasil, além da Medalha de Ouro no III Prêmio Queijos Brasil. Na mesma premiação, o Queijo Alagoa Branca também recebeu medalha de ouro e os queijos Alagoa Pequena, Alagoa Grande e o Mantiqueira Real receberam medalha de prata, destacando-se entre 403 queijos de todas as regiões do Brasil.

Em 2018, a Queijo d'Alagoa-MG foi finalista e recebeu o Prêmio Melhores do Ano da Revista Prazeres da Mesa e também as medalhas de ouro e prata no IV Prêmio Queijos Brasil, com o Queijo do Coronel, o Queijo Faixa Dourada e o Queijo Alagoinha. Ano passado, 2019, mais uma vez a Queijo d’Alagoa-MG foi premiada na França com a medalha de prata no Mondial du Fromage com o Queijo Alagoa Pequena e recebeu a Medalha da Guilde Internationale des Fromagers pelos benefícios econômico-sociais conquistados pela cidade de Alagoa através da veiculação de seus queijos pela internet. 
A verdade é que todo esse trabalho e dedicação resultaram numa transformação da vida do município e de toda aquela região. O turismo gastronômico explodiu e atualmente a cidade de Alagoa é conhecida pela rota do queijo de do azeite, que atrai visitantes de todo o país e do mundo.


A importância dos Correios



Toda essa história de sucesso não teria sido possível sem a parceria com os Correios. Osvaldo conta que lá atrás, quando tudo começou, ele acreditou no comércio eletrônico, mesmo só tendo vendido três peças de queijos no primeiro mês de vendas pela internet. Hoje, onze anos depois, são transportadas cerca de uma tonelada e meia de queijos por mês.

Osvaldo explica que é o contrato de postagens que a empresa tem com a estatal que mantém a agência dos Correios aberta na cidade, reafirmando a importância de toda uma rede de trabalhadores em prol do desenvolvimento de Alagoa e demais municípios próximos.

- Escoamos toda a nossa produção via Correios. Se não fossem os Correios, nossa produção ficaria encalhada. A estatal tem sido o maior parceiro e o maior canal de escoamento de produção de diversas famílias de pequenos produtores. Produtores esses que certamente estariam numa situação bastante complicada nesses tempos de pandemia se não fosse essa parceria, revela Osvaldo. 

 Nesses últimos meses, desde que começou a pandemia por conta do coronavírus, a loja física está fechada e o foco é a venda online, que se intensificou através da loja virtual. Também devido à pandemia, foi criado o canal SOS Queijo d’Alagoa (sosqueijodalagoa.com.br) que é para incentivar ainda mais a venda de queijos online.

- Tudo, claro, com a parceria e o apoio dos Correios, diz Osvaldo.


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