Justiça bloqueia R$
1,3 bi de 46 investigados
por desvios da
Petros e do Postalis
Estadão
24/06/2016
24/06/2016
A Justiça Federal no Rio de Janeiro
decretou o bloqueio de R$ 1,35 bilhão de 46 investigados - pessoas físicas e jurídicas
- por suposto desvio de recursos dos fundos de pensão Petros, da Petrobras, e
Postalis, dos Correios, na compra de debêntures do Grupo Galileo.
A informação sobre o congelamento de ativos
foi divulgada no site da Procuradoria da República no Rio que deflagrou, nesta
sexta-feira, 24, em conjunto com a Polícia Federal, a Operação Recomeço.
Acolhendo pedido dos procuradores, a 5ª
Vara Federal Criminal do Rio ordenou a prisão de sete alvos: o ex-diretor
financeiro do Postalis Adilson Florêncio da Costa; os sócios do Grupo Galileu à
época dos fatos, Márcio André Mendes Costa e Ricardo Andrade Magro; os então
representantes legais da Universidade Gama Filho Paulo César Prado Ferreira da
Gama e Luiz Alfredo da Gama Botafogo Muniz; o ex-diretor do Grupo Galileo
Carlos Alberto Peregrino da Silva; e o advogado Roberto Roland Rodrigues da
Silva Júnior.
A Recomeço aponta desvios na aquisição dos
títulos mobiliários. Além da prisão de sete investigados, a Justiça autorizou
buscas e apreensões em doze endereços (um em Brasília, um em São Paulo e dez no
Rio).
Segundo o Ministério Público Federal, em
dezembro de 2010, o Grupo Galileo emitiu debêntures no valor de R$ 100 milhões
para captar recursos a fim de recuperar a recém-adquirida Universidade Gama
Filho.
"As investigações encontraram fortes
indícios de que o dinheiro captado foi ilegalmente desviado para outros fins,
em especial para contas bancárias dos investigados, de terceiros e de pessoas
jurídicas relacionadas aos investigados, o que levou à quebra definitiva da
Gama Filho e da UniverCidade, também mantida pelo Grupo, e ao descredenciamento
delas pelo Ministério da Educação em 2014, com danos a milhares de
estudantes", diz o texto divulgado no site da Procuradoria.
O esquema também teria prejudicado os
fundos de Pensão Postalis e Petros, que adquiriram em 2011 as debêntures do
Grupo Galileo confiando na recuperação da Gama Filho.
A operação causou perdas aos segurados no
valor de R$ 90 milhões e também foi apurada pela CPI dos Fundos de Pensão na
Câmara dos Deputados, cujo relatório final, aprovado em abril de 2016, concluiu
pela irregularidade da compra dos títulos mobiliários e apontou indícios de
graves ilícitos penais.
"A gravidade dos supostos crimes
cometidos é potencializada por dois fatores sociais cruéis: o prejuízo em suas
aposentadorias sofrido pelos segurados dos fundos de pensão afetados e o
irreversível dano que milhares de alunos das universidades Gama Filho e UniverCidade
tiveram que suportar em razão do conexo descredenciamento efetivado pelo MEC
por conta da ruína dessas instituições de ensino", disse o procurador
regional da República Márcio Barra Lima.
Márcio
Lima coordena com o procurador da República Paulo Gomes o grupo de quatro
procuradores mobilizados para a investigação denominada Recomeço.
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