terça-feira, 29 de junho de 2021

Ação Bny Mellon - Conferência de documentos, consulta e mais informações

De toda a documentação encaminhada pelos interessados em ingressar com a ação contra o banco BNY Mellon nos EUA, 90% (noventa por cento) já foi conferida e as informações já estão no sistema para consulta, por meio do link:

https://sis.adcap.org.br/formulario/adesao-acao-bny

O sistema é atualizado diariamente. Portanto, se você fez todo o processo seguindo as orientações da ADCAP, pode ficar tranquilo que é apenas questão de tempo para a finalização da conferência e constar o seu nome na lista.

Salientamos que, caso seja constatada qualquer inconsistência na conferência, o associado será informado de imediato para os devidos ajustes, não sendo necessário solicitar informações sobre a regularidade de sua documentação. 

Quaisquer outras dúvidas sobre o assunto poderão ser esclarecidas somente pelo e-mail duvidabnyacao@adcap.org.br


Rumo ao êxito da ação nos EUA!


Direção Nacional da ADCAP.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

PL-591/2021 - Inconstitucional, Inoportuno e Lesivo à Sociedade



A imprensa trouxe a notícia de que o Presidente da Câmara disse em entrevista ao Portal Jota que o PL-591/2021 poderia ser votado ainda antes do recesso de julho.

Só no contexto institucional que vivemos hoje no Brasil um projeto como esse, com sérios impactos constitucionais e reflexos potencialmente negativos para a sociedade, para as empresas e para o próprio governo recebe um inexplicável tratamento de urgência, que atropela fases e tenta impor uma decisão sem adequada sustentação legal, jurídica ou econômica. É a tônica do “passar a boiada” se materializando.

No caso dos Correios, temos já de início o fato de que a Constituição é afrontada com a tentativa do governo de tratar como atividade econômica a não como serviço público o serviço postal, apesar do que está bem expresso no artigo 21 da CF. Só por isso, não faria sentido sequer a existência desse projeto, que, entretanto, recebe prioridade na Câmara. Mas os problemas não param aí.

A quebra do monopólio postal afetará seriamente um quadro de sustentabilidade que tem permitido aos brasileiros pagar uma das menores tarifas postais do mundo, apesar de o Brasil ser o 5º maior país em território. Hoje os Correios arcam com os custos da universalização, ou seja, com toda a infraestrutura necessária para levar o serviço postal a todo o território. Com a quebra do monopólio, isso muda, pois, havendo outros operadores atuando com os serviços de correspondência, os quais certamente focarão sua atuação nos centros mais desenvolvidos e com maior demanda, o que restará ser coberto pelo operador responsável pelas regiões mais remotas será extremamente deficitário. De acordo com cálculos dos Correios, o custo anual da universalização chega a R$ 6 bilhões. O resultado disso: mais impostos ou tarifas maiores para os brasileiros.

Há, ainda uma série de outras questões que tornam esse projeto inoportuno. Estamos em plena pandemia, com o Brasil na pior situação do mundo. Nesse momento, deveríamos estar cuidando da saúde da população e de preservar e proteger o que está funcionando e não colocando isso em risco. No mundo todo, os ativos estão depreciados e, no caso dos Correios, mais ainda, em função da sistemática campanha contra a empresa promovida por agentes do próprio governo federal, que seguem repetindo um script de fake news e de falácias sobre a organização, para tentar, assim, convencer a população da necessidade de privatização.  

O Congresso Nacional não deveria se curvar à intenção do governo de produzir um troféu para satisfazer sua base de apoio mais ideológica. Projetos como o de organização do serviço postal não poderiam ser tocados assim, sem prévia avaliação de constitucionalidade e sem adequados aprofundamento, transparência a avaliação de riscos para os cidadãos e empresas.


Direção Nacional da ADCAP.

terça-feira, 22 de junho de 2021

Nota da ADCAP a respeito de pronunciamento do deputado federal Gil Cutrim

 


Em resposta ao vídeo publicado pelo deputado federal Gil Cutrim (REPUBLICANOS-MA), a ADCAP – Associação dos Profissionais dos Correios esclarece que o projeto que visa privatizar a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é inconstitucional e jamais deveria estar prosperando. O deputado, que foi eleito para defender os direitos dos cidadãos brasileiros, deveria saber que o projeto em questão só beneficiará especuladores, em detrimento da população. O estado do Maranhão, por exemplo, que tem um dos menores IDHs do país, com dezenas de sérios problemas, poderá ficar sem muitas agências caso o projeto se concretize. E tudo porque, a ótica do lucro, que caracteriza a atuação da iniciativa privada, não se aplica ao serviço postal, especialmente em grandes países com assimetrias profundas como o Brasil. Cabe esclarecer, já que o deputado parece não ter conhecimento, que, sob comando privado, os preços não cairão, pois isso nunca aconteceu no caso de privatizações de correios em país algum. O deputado, relator do projeto na Câmara, também deveria ter conhecimento de que a qualidade do serviço postal brasileiro está com indicadores acima de 90% e que poderia estar num patamar acima de 97% se tão somente a atual direção da estatal, lá colocada pelo atual governo, repusesse as vagas que provoca com sucessivos PDIs.

Infelizmente, parece que o deputado não sabe ou não quer saber de nada disso. E segue "cumprindo a missão", ignorando o que jamais poderia ser ignorado quando se trata desse tema.


Direção Nacional da ADCAP.

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Ação BNY Mellon - Conferência de documentos e pagamentos

A conferência e conciliação dos documentos dos associados interessados continua seguindo e já se aproxima do fim. 

Já divulgamos no último informativo, o acesso de um link para consulta individual dos associados que aderiram à ação e na medida que vamos conferindo e validando as adesões, o link será atualizado.

 

Portanto, como o processo de conferência ainda está em andamento, os associados que já tiveram os seus documentos conferidos, terão a informação do seu ingresso confirmada e àqueles cujos documentos ainda não foram vistos, o sistema informará que a documentação ainda está em análise ou que não constam na lista de interessados.

Se você fez todo o processo seguindo as orientações da ADCAP, pode ficar tranquilo que é apenas questão de tempo para a finalização da conferência.

 

Salientamos que, caso seja constatada qualquer inconsistência na conferência, o associado será informado de imediato para os devidos ajustes, não sendo necessário solicitar informações sobre a regularidade de sua documentação. 

 

Quaisquer outras dúvidas sobre o assunto poderão ser esclarecidas somente pelo e-mail duvidabnyacao@adcap.org.br


Link para consulta: https://sis.adcap.org.br/formulario/adesao-acao-bny


 

 

Direção Nacional da ADCAP.

Adcap Net 18/06/2021 - Correios: como a privatização fere o Brasil - Veja mais!

Geógrafo mostra, em livro essencial, como a empresa pública vai além do serviço postal: é também elo importantíssimo para conectar o país e articular políticas públicas. Em tempos de e-commerce, corporações globais agem para sabotá-la




Elaborar uma reflexão e uma interpretação do correio brasileiro considerando a sua complexidade e as múltiplas funções que desempenha na atualidade reclama o tratamento do tema da cidadania. Para Milton Santos, a realização concreta da cidadania somente se torna possível com a componente territorial. Para tanto, propõe um modelo cívico do território em substituição ao modelo econômico vigente, que se funda a partir de dois elementos: a cultura e o território. Para o autor, faz-se necessário,

[…] de um lado, uma instrumentação do território capaz de atribuir a todos os habitantes aqueles bens e serviços indispensáveis, não importa onde esteja a pessoa; e, de outro lado, uma adequada gestão do território, pela qual a distribuição geral dos bens e serviços públicos seja assegurada. (SANTOS, [1987] 2007, p. 18)

Nesse modelo, o território seria pensado visando uma política redistributiva, de maneira a permitir o acesso aos serviços fundamentais independentemente do lugar onde se esteja. Essas ações seriam fundamentais para garantir uma cidadania completa, com a satisfação das necessidades mais básicas e essenciais no lugar onde a população habita. Para isso, é necessária uma mudança no uso e na gestão do território que oriente para lógicas que extrapolem a busca pelo lucro. Essa proposta sob um novo paradigma de organização e planejamento do território deve ser entendida como um direito inalienável do cidadão, já que deixar ao mercado a prestação de serviços básicos à vida contribui para o acirramento das desigualdades e a seletividade de acesso.

Em sua proposta, Santos ([1987] 2007) elabora uma distinção entre os “fixos públicos” e os “fixos privados”. Os fixos privados seriam aquelas infraestruturas construídas e controladas pelo mercado, cuja distribuição no território obedece à lógica da máxima lucratividade. Já no caso dos fixos públicos, sob o controle do Estado, a lógica de sua implantação difere do mercado e acompanha – ou deveria acompanhar – o suprimento das necessidades da população. Nesse sentido, os fixos públicos podem também ser considerados como “fixos sociais”. A instalação de novos fixos sociais nos lugares contribuiria, assim, para alterar as condições de vida da população.

Compreendendo o serviço postal brasileiro como um serviço público, haveria correspondência entre a topologia dos Correios e o modelo cívico do território? Ao propor uma política orientada para a criação de fixos sociais, Santos ([1987] 2007, p. 59) assegura que, “no caso das cidades, bastaria um projeto consequente para dotar a população de ‘fixos’ sociais. E no interior, a necessidade é de criar, ‘artificialmente’, núcleos destinados a servir às populações em derredor, ou fortalecer aglomerações já existentes…”. Ao instalar agências em todas as cidades brasileiras e, além disso, ainda criar unidades de atendimento em vilas e áreas rurais mesmo quando os lucros da unidade não cobrem as despesas de seu funcionamento, ao garantir a entrega domiciliar em todos os escalões da rede urbana – da metrópole às cidades ribeirinhas da Amazônia –, assegurando um serviço postal universal, os Correios se aproximam da noção de um modelo cívico, cujos fixos postais cumprem, em muitos casos, funções de fixos sociais.

Esse conjunto da materialidade e das ações dos Correios aponta para um modelo cívico do território, pautado na mais igualitária distribuição e na maior acessibilidade possível aos serviços públicos de qualidade, indispensáveis à consolidação da cidadania. Destarte, torna-se indispensável um planejamento territorial, assumido pelo Estado, que crie condições materiais e normativas para impulsionar uma logística a favor dos lugares, com vistas a suprir as necessidades cotidianas de populações inteiras marginalizadas pelo mercado.

A logística deve ser problematizada como uma atividade que, deixada exclusivamente ao mercado, mais se beneficia dos lugares e de suas virtualidades do que os favorece. Calcada no lucro, a logística empresarial é um modelo eficiente de drenagem dos recursos disponíveis nos lugares para os centros de gravidade da economia capitalista. O atual modelo que se impõe é aquele dos lugares para esse tipo de logística, onde as diferentes porções do território adequam suas infraestruturas, seu conteúdo técnico e normativo, e se rearranjam para permitir que a logística, espécie de Hermes contemporâneo, o deus da velocidade, possa reinar, especialmente para alguns. É urgente pensar num outro modelo possível, aquele de uma logística para todos os lugares, onde estes tenham as suas necessidades básicas supridas e favorecidas pelos progressos técnicos da humanidade.

Embora associada aos interesses de mercado na atual fase da globalização, a logística nasceu no seio do Estado e deve ser problematizada como uma ação estratégica para a execução de políticas públicas. A logística postal, por seus atributos espaciais (espaço banal) e temporais (cotidiano), além da própria natureza do objeto postal e a diversidade dos agentes envolvidos, não pode ser assumida pelo mercado, dada a própria limitação do escopo de ação dos agentes privados. Ela se revela estreitamente a fim de um modelo mais igualitário de distribuição de bens e serviços básicos à população, se se compreende o correio como parte da infraestrutura do território, e não apenas como um serviço complementar – o correio, mais que um operador logístico postal, é um elemento imanente do território brasileiro.

Por sua importância histórica na formação socioespacial brasileira, o correio é um importante elo de integração territorial, não somente nas extintas administrações postais, mas sobretudo hoje. Essa atribuição geoestratégica do Estado encontra na instituição postal uma característica peculiar que possibilita articular todos os domicílios sob uma mesma lógica. Como relegar ao mercado tamanha atribuição? Certamente não é possível avançar em direção a um modelo cívico ao reduzir a integração do território à imagem da topologia seletiva das corporações postais privadas. O correio brasileiro, com toda a sua complexidade, nos deixa pistas para entender a construção desse projeto de futuro.

Este trabalho contribui para o debate em torno do monopólio postal brasileiro ao demonstrar que esse quadro normativo assegura a sobrevivência da empresa nacional num cenário mundialmente competitivo e desigual, onde as corporações privadas se recusam a atuar nas regiões mais deficitárias, na perspectiva do mercado. A manutenção do monopólio estatal do setor postal significa, na prática, impedir que parte dos lucros sejam drenados para a iniciativa privada, cuja concentração em poucas empresas multinacionais levaria à inviabilidade da execução de políticas públicas que beneficiam a população brasileira. Nesse sentido, o fim do monopólio não é uma questão de interpretação, como querem os juristas, mas uma questão política e político-territorial. A própria atuação dos Correios em regiões e lugares não lucrativos já contempla o papel dessas agências, verdadeiros fixos sociais, como indutoras de políticas públicas e da cidadania, além da própria participação da empresa pública na criação de endereços. A logística dos Correios não pode ser diretamente comparada à das empresas postais privadas, pois o privilégio da empresa pública se torna, em realidade, a garantia da prestação dos serviços nas periferias do território. Mais que uma organização postal, os Correios são um agente estatal que possibilita a execução coordenada de políticas públicas. Portanto, as condições para essa atuação capilar em escala nacional devem ser asseguradas à luz de uma reserva de mercado que permita minimamente o equacionamento do custeio total da operação.

O serviço postal universal, como um direito, não pode estar dissociado do debate em torno do monopólio estatal, pois universalidade e livre concorrência são princípios contraditórios. Levar os serviços a todos os lugares passou a ser interpretado como uma atribuição do Estado, num cenário onde as empresas privadas não são obrigadas a cumprir nenhuma ação para com esse princípio. Ora, se a atribuição de manter um serviço universal, com todo o custo que esse projeto acarreta, continua sob os auspícios do Estado, por que deixar ao mercado os nichos mais lucrativos do correio, sobretudo os serviços expressos oferecidos entre as metrópoles? No Brasil, os Correios são um bom exemplo de empresa pública eficiente que supre as exigências de serviços mais rápidos e modernos sem abdicar de ações de integração e universalização.

Desse modo, ratifica-se a importância de manter um serviço postal público no Brasil, especialmente pelas características que possui. Os fluxos majoritariamente regionais de correspondências desmistificam a ideia de um fluxo global e recolocam a questão nacional na ordem do dia: quem pode assumir os serviços na Amazônia ou no interior da região Nordeste, senão o Estado? A constatação de que mesmo no interior do país os fluxos postais inter-regionais (longa distância) são minoritários se comparados às trocas dentro de uma mesma região também relativiza a noção de um correio a serviço das empresas do circuito superior, cuja concentração na metrópole paulista dá uma dimensão da divisão territorial do trabalho, mas está longe de traduzir a complexidade do correio como um fenômeno multiescalar. Nesse sentido, a diversidade de agentes que utilizam o serviço postal desloca o debate do âmbito corporativo, que se alimenta dos interesses dos grandes postadores (e-commerce, mídia impressa, bancos e operadoras de títulos de pagamento etc.) em fazer do correio a imagem de seus interesses, para alcançar na esfera pública o lugar de sua realização, permitindo a satisfação de todos os agentes independentemente de sua localização no território.

Os resultados apresentados convidam a um debate atual sobre o correio brasileiro considerando sua dimensão territorial, na encruzilhada entre os interesses externos e as necessidades internas do país. Amparadas em anseios geopolíticos e geoeconômicos, as empresas multinacionais de correio reproduzem a perversa ordem mundial vigente, que favorece exclusivamente os capitais concentrados nos países centrais e que busca, agora, o controle sobre os fluxos das cartas e encomendas de todo o mundo.

Neste momento, quando a noção de “território postal único” parece ter se tornado uma panaceia, as desigualdades socioespaciais não permitem falar em homogeneização. Há antes uma psicosfera criada sob a ideia de fluxos e agentes globais, de um lado, e redução da importância das fronteiras e dos territórios nacionais, de outro, que vem em auxílio do projeto violento das empresas multinacionais. Desde a divisão internacional do trabalho até as desigualdades regionais de consumo e as diferenças na disposição da materialidade do meio geográfico (principalmente a infraestrutura de transporte), é possível identificar no correio diferentes usos do território, que se traduzem em redes postais exclusivas, na diversidade dos prazos de entrega e na multiplicação dos serviços.

No âmbito da divisão territorial do trabalho, a elaboração de uma tipologia e topologia dos Correios atrelada à rede urbana possibilita empiricizar o correio e romper com uma noção de “expresso” como temporalidade instantânea e homogênea. O tempo expresso não pode alcançar o território igualmente porque é exigente de condições similares de fluidez, daí sua seletividade e predominância nos espaços metropolitanos. Assim, a construção de um modelo cívico excede a vorticidade (leia-se: vorti-cidade) dos serviços expressos para incluir as múltiplas temporalidades dos lugares, de todos eles. Por isso deve-se insistir no fato de que as empresas postais privadas, ao priorizarem os serviços expressos, estão aquém de um modelo de consolidação da cidadania.

Deve-se compreender a velocidade em sua dimensão política, juntamente com a técnica. Para que e para quem a rapidez ou a lentidão? Onde elas têm lugar? Na construção de um modelo cívico, importará mais o tempo das necessidades da população e dos lugares do que o tempo mais expresso, produtor de alienação. Como demonstrado, não é possível entender a rapidez da circulação sem a sua contrapartida, a lentidão, do mesmo modo que os fluxos materiais e imateriais não são excludentes. As modernizações se instalam seletivamente no território, fazendo com que os elementos novos convivam com aqueles que se tornaram velhos e a integração daí decorrente não seja sinônimo de fim das diferenciações.

Buscou-se contribuir para a compreensão do papel da informação no território, entendendo os fluxos informacionais como parte da circulação do correio e sem os quais não se pode falar em serviços postais atualmente, principalmente os expressos. Como apresentado, os fluxos materiais e imateriais devem ser analisados conjuntamente, o que explica que a difusão da internet foi equivalente ao aumento e à aceleração do fluxo postal, e não à sua superação; e, quanto mais os fluxos imateriais se tornam espessos, mais os fluxos materiais se densificam e vice-versa.

Na atualidade, quando do mail (correio) chega-se ao e-mail (correio eletrônico), o princípio de inviolabilidade da correspondência contrasta com a invasão de privacidade das empresas de comunicação virtual. O sigilo das mensagens eletrônicas é diariamente quebrado por empresas como Google, Facebook, WhatsApp e inúmeras outras, seja pelo acesso não autorizado ao seu conteúdo ou pela permissão dos usuários exigida pelas empresas nos contratos de utilização do serviço. Além dos indivíduos, os Estados também passaram a ser espionados por grandes empresas e por outros Estados em suas trocas de correspondências por meios virtuais. Nessa conjuntura, manter o correio público significa assegurar ao menos uma via “inviolável”.

A hierarquia não desaparece atualmente, mas adquire novos conteúdos e maior complexidade. Nem todos os lugares conseguem romper a amarra da trama escalar hierárquica, principalmente os espaços da lentidão dotados de sistemas técnicos menos modernos. Podemos considerar o território como agido, sofrendo a ação do Estado, do mercado e de diversos agentes que alteram o seu conteúdo e funcionamento por meio da norma e de diversas ações. Mas a materialidade, o conjunto das formas, continua nos autorizando a falar em um território ativo, pelo seu potencial de se impor às ações que se realizam. É a trama da diferenciação do território que faz com que cada lugar seja singular e que nem o tempo nem mesmo o espaço possam ser homogeneizados como um todo.

Com os resultados apresentados, novas perguntas e desafios de pesquisa podem ser formulados. Pelos objetivos estabelecidos, não foi possível analisar a logística postal na escala intraurbana e intrametropolitana, com a complexidade que envolve os serviços de entrega dentro das cidades, as rotas estabelecidas e o trabalho dos carteiros. Também foi apenas tangenciado o tema do e-commerce, esse novo produto do urbano exigente de fluidez e intensivo em informação.

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O frenesi da velocidade é uma palavra de ordem do nosso período. Enquanto os serviços mais expressos são seletivos no território, um correio mais lento continua servindo a milhões de brasileiros todos os dias, seja para o envio de cartas, encomendas, recebimento de faturas de pagamento ou mesmo a compra pela internet. Ubíquo e universal, esse correio, não do tempo do capital hegemônico que não pode parar, mas do tempo das pessoas que no seu cotidiano param para sorrir ao abrir uma correspondência, resiste e desafia a própria seletividade excludente do expresso no período atual.

 

Direção Nacional da ADCAP. 

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Declaração de Imposto de Renda - Malha Fina II

Em aditamento ao informativo publicado em 27/05/2021, sobre a reclamação de muitos associados que tiveram a sua declaração de imposto de renda na malha fina, o POSTALIS, se manifestou em nota publicada ontem, sobre o tema, que reproduzimos abaixo:

Atualização sobre Declarações de Imposto de Renda em Malha Fiscal

Postalis
16/06/2021

Postalis segue junto com a Receita para identificar as causas do problema  

A Receita Federal nos respondeu que segue analisando a documentação enviada pelo Postalis.

Com esta posição, o Instituto realiza internamente uma varredura em todos os processos e sistemas envolvidos no cálculo das contribuições, buscando identificar alguma inconsistência que possa ter gerado a diferença apontada pelo Fisco. É necessário um trabalho de pesquisa que, por sua vez, requer tempo para sua execução.

O Postalis vem tratando o assunto com a máxima prioridade e agradece a compreensão dos participantes envolvidos. Tão logo tenhamos a solução, daremos publicidade imediata através dos nossos canais de comunicação.

Os participantes que tiverem identificado divergência nos valores podem entrar em contato com o  Postalis, via Fale Conosco.


Portanto, quem se enquadra nessa situação, deve aguardar a solução definitiva, para adotar os procedimentos que devem ser orientados em breve.
 
A ADCAP mantem a disposição o e-mail apoioimpostoderenda@adacap.org.br para que os associados tirem dúvidas sobre o assunto. 
 

Direção Nacional da ADCAP.
 

 

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Privatização dos Correios dos EUA nunca avançou. Por que aqui teria de ser diferente?



Recentemente, a BBC News publicou uma reportagem sobre o porquê de a privatização dos Correios nos Estados Unidos (USPS) nunca ter avançado. Por lá, são mais de 34 mil agências espalhadas pelo país, conectadas por uma rede com 231 mil veículos e 495,9 mil funcionários, praticamente cinco vezes maior que os Correios brasileiros, que atualmente contam com 95 mil colaboradores.

A matéria esclarece que o USPS não é bem uma estatal, mas sim uma agência federal ligada ao Executivo norte-americano e sua data de criação se confunde à do próprio país. Diz, também, que, em teoria, os Correios norte-americanos não são financiados pelo contribuinte, mas pela receita das entregas de cartas e encomendas. Não tem sido tarefa fácil, porém, fazer com o que o USPS gere lucro. A última vez que isso ocorreu foi em 2006. Desde então, os prejuízos acumulados chegaram a quase US$ 90 bilhões (R$ 460 bilhões) em 2020, boa parte disso decorrente da mesma mudança de prática contábil que contribuiu para a inflexão dos resultados dos Correios aqui no Brasil – o pré-pagamento das futuras despesas relacionadas a aposentados (pós-emprego), em geral relacionadas a previdência e saúde.

Mesmo com os elevados prejuízos registrados, há décadas o USPS resiste a tentativas de privatização. A última investida foi em 2018, na gestão de Donald Trump, e encontrou forte oposição não apenas de políticos democratas, mas também de correligionários republicanos do então presidente. Por quê?

Lá como aqui, milhares de pequenos negócios no interior do país contam com a infraestrutura das agências para distribuir seus produtos com preços tabelados. Muitos cidadãos temem, com razão, que uma eventual privatização leve a um aumento generalizado de tarifas e preços, especialmente em áreas mais remotas, que são menos rentáveis. E essa preocupação está espelhada na posição dos parlamentares norte-americanos.

No Brasil, os Correios já conseguiram superar o forte impacto trazido pela mudança de prática contábil e inverteram há quatro anos os resultados da Empresa, que passaram para o campo positivo. Em 2020, o lucro da empresa superou R$ 1,5 bilhão, apesar de a tarifa da carta brasileira estar entre as menores do mundo. E aqui o serviço postal não tem dependido de recursos da União para custear a universalização do atendimento.

Será importante que os parlamentares brasileiros tenham essas informações em mente quando forem apreciar o PL-591/2021, apresentado pelo governo federal, pois, se a privatização do serviço postal não faz sentido para os americanos, menos sentido ainda deve fazer para os brasileiros, que contam com uma empresa pública que já venceu diversos dos obstáculos que ainda constituem grandes desafios para o USPS.

O artigo da BBC pode ser lido AQUI.

 

Direção Nacional da ADCAP.

  

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Ação BNY Mellon - Link para consulta

Continuamos com a conferência e conciliação dos documentos dos associados interessados. São aproximadamente 18 mil documentos e há necessidade de conferência de quatro documentos: Termo de Ciência e Concordância, Autorização para Representação, Ficha de Filiação (dos que não eram associados) e Comprovante de Pagamento. Esse processo deverá ser encerrado até o final deste mês de junho. 

No entanto, conforme divulgamos anteriormente, estamos disponibilizando acesso para consulta individual dos associados interessados por meio do link:

https://sis.adcap.org.br/formulario/adesao-acao-bny

Como o processo de conferência ainda está tramitando, os associados que já tiveram os seus documentos conferidos, terão a informação do seu ingresso confirmada. E àqueles cujos documentos ainda não foram conferidos, o sistema informará que a documentação ainda está em análise

O sistema será atualizado diariamente. Portanto, se você fez todo o processo seguindo as orientações da ADCAP, pode ficar tranquilo que é apenas questão de tempo para a finalização da conferência.

Salientamos que, caso seja constatada qualquer inconsistência na conferência, o associado será informado de imediato para os devidos ajustes, não sendo necessário solicitar informações sobre a regularidade de sua documentação. 

Quaisquer outras dúvidas sobre o assunto poderão ser esclarecidas somente pelo e-mail duvidabnyacao@adcap.org.br


Rumo ao êxito da ação nos EUA.


Direção Nacional da ADCAP.
 

 

terça-feira, 8 de junho de 2021

Ação BNY Mellon - Conferência de documentos e outros

1. CONFIRMAÇÃO DE INGRESSO NA AÇÃO

Com o término para adesão à ação contra o BNY Mellon nos EUA, em 31/05/2021, continuamos com a conferência e conciliação dos documentos dos associados interessados.

Esse processo deve demorar um tempo maior, para permitir a junção das diversas formas de envio utilizadas pelos associados: e-mail, WhatsApp, sistema e via postal. Sendo assim, a partir do dia 10/06/21, com a inclusão de todas as informações no sistema, divulgaremos o link que permitirá a consulta individual sobre a sua situação na ação. Por isso, neste momento, não é necessário solicitar informações sobre a regularidade de sua documentação. 

Sobre o comprovante de pagamento de quem solicitou o financiamento, informamos que a CooperCorreios enviou a informação para a ADCAP. Já estamos com a relação dos associados que tiveram seus pedidos homologados para lançamento em nosso sistema e posterior consulta dos interessados, via link a ser divulgado.

Esclarecemos que quem efetuou o pagamento da sua cota de R$ 2.745,00 para ingressar com a ação, até 31/05/2021, está confirmado como inscrito. Caso ocorra qualquer inconformidade com algum formulário, será tratado caso a caso para a correção.

2. INGRESSO COM A AÇÃO NOS EUA

Em 01/06/2021, conforme previa o contrato, encaminhamos carta para os escritórios contratados autorizando o ingresso da ação com o BNY Mellon nos EUA. Eles se reuniram e já iniciaram os procedimentos.

A partir de agora os escritórios encaminharão relatório mensal sobre o andamento da ação, que repassaremos para o conhecimento de todos os integrantes.

3. FINANCIAMENTO DO VALOR DA COTA PARA O INGRESSO COM A AÇÃO

Chegou ao nosso conhecimento, que muitos colegas optaram em pagar à vista a participação na ação e, para isto, utilizaram reservas, empréstimos com amigos e familiares e até cheque especial.

Diante disso, objetivando ainda amenizar a situação especificamente destes colegas que buscaram essas outras alternativas, contatamos a CooperCorreios, que se prontificou a financiar esse valor nas mesmas condições (juros baixos e prazos de pagamento de 12 a 48 vezes), até o dia 30 de junho de 2021.  

Quem tiver interesse, pode encaminhar e-mail para cadastro@sicoobcoopercorreios.com.br para receber todas as informações e orientações necessárias.

4. EM SÍNTESE

Informações - não precisa mandar e-mail questionando recebimento de documentos. A partir de 10/06/2021 estas informações poderão ser consultadas no sistema, cujo link será divulgado. 

Financiamento - você, que pagou à vista, pode financiar este valor na CooperCorreios, até 30/06/2021.

Quaisquer outras dúvidas sobre o assunto poderão ser esclarecidas somente pelo e-mail duvidabnyacao@adcap.org.br
 

Rumo ao êxito da ação nos EUA.


Direção Nacional da ADCAP.

 

  

terça-feira, 1 de junho de 2021

No berço do liberalismo, o que se busca é o fortalecimento do correio e não sua privatização


Num artigo publicado recentemente, a gigante Amazon demonstra todo o seu respeito e consideração pelo serviço postal dos Estados Unidos, (que em tese poderia ser visto como concorrente, mas na realidade são empresas parceiras) que atualmente passa por uma reforma. Diferentemente do que acontece aqui no Brasil, onde autoridades do governo e empresários da área de logística fazem de tudo para enfraquecer a imagem da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, com a única e exclusiva intenção de privatizá-la. 

Lá como aqui, o serviço postal lida com mudança no perfil da carga, com a redução na demanda de cartas e o aumento na demanda de encomendas. Aqui no Brasil, porém, os Correios já encontraram caminhos para que a empresa seja sustentável e até bem lucrativa, como demonstra o resultado financeiro bilionário em 2020, enquanto os correios norte-americanos ainda registram prejuízo. Aqui, fala-se em privatização. Lá, no chamado “berço do liberalismo”, essa possibilidade nem é cogitada. Ao contrário, a ideia por lá é fortalecer o serviço postal, reconhecendo a importância dos USPS e da parceria com empresas privadas como a Amazon, que contribuem com bilhões em lucros anualmente, ajudando ao USPS a atender todo o país. 

Por que aqui também não pode ser assim? 

Leia o artigo escrito pela Amazon e veja como todo esse discurso de privatização dos Correios aqui no Brasil é fora de propósito. 

https://www.aboutamazon.com/news/policy-news-views/its-time-to-revitalize-the-united-states-postal-service


Direção Nacional da ADCAP.

AÇÃO BNY MELLON - Sobre o encerramento das adesões

Terminou ontem, 31/05/20210, o prazo para a adesão à ação contra o BNY Mellon nos EUA. Desde o dia 23/03/2021, publicamos 14 (quatorze) informativos sobre o assunto, encaminhados para grupos de WhatsApp, para 50 mil e-mails de associados e empregados dos correios e fizemos duas lives. Portanto, consideramos que o assunto foi bem divulgado nesses quase 70 dias.

Com a ajuda de todos conseguimos superar a meta estabelecida de associados interessados e vamos ingressar com a ação.

Hoje pela manhã já nos reunimos com os escritórios contratados e oficializamos, por meio de carta, a autorização para o ingresso com a ação.

Portanto, não existe mais condição para prorrogação. Todos os pagamentos efetuados após o prazo serão devolvidos. 

Durante o mês de junho continuaremos com uma equipe dedicada à conferência dos documentos e pagamentos efetuados e esclarecemos que:

a) Quem fez o depósito do valor de R$ 2.745,00, até ontem, está dentro da ação.

b) Quem fez o pedido de financiamento, para a Coopercorreios, até ontem, terá o seu pedido finalizado e também estará dentro da ação, caso o empréstimo seja aprovado pela cooperativa.

c) Se na conferência dos documentos, forem  identificadas divergências ou ausência de alguma informação, o associado será, de imediato, contatado para a devida  a correção.

A partir do dia 10/06/2021 divulgaremos o link de acesso ao nosso sistema para consulta dos associados integrantes da ação judicial contra o BNY Mellon.

Quaisquer outras dúvidas sobre o assunto poderão ser esclarecidas somente pelo e-mail duvidabnyacao@adcap.org.br 


Direção Nacional da ADCAP.