Correios diminui
receita no esporte, e natação, tênis e
handebol ligam alerta
Globo.com
03/10/2016
A crise financeira que atinge o Brasil
chegou nos Correios.
Com a conta no negativo em R$ 2,1 bilhões só em 2015 e possibilidade de fechar
no vermelho em R$ 2 bilhões este ano, a entidade irá cortar investimentos no
esporte, o que atingirá em cheio as contas da Confederação Brasileira de
Desportos Aquáticos (CBDA), da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) e da
Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Patrocinadas pela estatal, as entidades
receberam o aviso de realinhamento e uma proposta para que elaborem novos
projetos, com orçamento reduzido em relação ao acordo atual, e que serão
avaliados para serem aprovados ou não.
- Na última terça-feira (27), o presidente
dos Correios, Guilherme Campos, se reuniu com os presidentes da CBT, CBHb e
CBDA para tratar da renovação dos contratos de patrocínio. Na ocasião,
foi solicitado às confederações que apresentassem um projeto, com valores
reduzidos frente aos atuais, para ser avaliado pelos Correios. Neste momento,
mantemos a informação repassada nas últimas solicitações de informações de que
as renovações dos contratos de patrocínio esportivo estão em análise nos
Correios - explicou os Correios através de nota enviada ao GloboEsporte.com.O
maior rombo deve ficar com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos.
Entre 2014 e 2016, a entidade recebeu R$ 48,7 milhões dos Correios. Em nota
oficial, a CBDA informou que irá enviar uma nova proposta de acordo de
patrocínio com a estatal e que pretende estudar uma forma de equilibrar suas
necessidades com a atual situação da entidade. Atletas que recebiam ajuda
financeira, como os jogadores de polo aquático que reforçaram o Brasil na
Olimpíada Rio 2016.
Por outro lado, a Confederação Brasileira
de Tênis, que recebeu R$ 17 milhões entre 2014 e 2016, irá votar uma mudança de
sua sede de São Paulo para Florianópolis visando economia. O contrato com os
Correios terminou no dia 26 de setembro, está em processo de renovação e hoje a
CBT não conta com qualquer parceiro. A queda de arrecadação fez com que a
confederação rescindisse contrato com 55 parceiros e encerrasse o apoio financeiro
a tenistas como Thomaz Bellucci e Bruno Soares e Marcelo Mello, que recebiam
verbas provenientes desse acordo.
Já a Confederação Brasileira de Handebol
(CBHb) recebeu entre 2014 e 2016 o valor de R$ 13,5 milhões. A entidade também
conta com o patrocínio do Banco do Brasil e esclareceu que foi comunicado pelos
Correios da necessidade de preparar novo projeto com "valores reduzidos
drasticamente". O atual contrato da estatal com a CBHb vai até o dia 27 de
novembro e ainda contempla o Torneio Quatro Nações, em novembro, preparatório
para o Mundial masculino que acontece em janeiro de 2017, na França. Presidente
da CBHb, Manoel Luiz Oliveira explicou que a redução dos Correios atrapalha a
preparação das seleções para torneios internacionais e indiretamente a gestão
do novo CT, em São Paulo.
- Toda a
redução de valores afeta o global. Tudo que contemplava o recurso dos Correios
e teve redução será afetado. Isso inclui os treinamentos das seleções. Sabemos
que não será fácil, mas vamos buscar novos parceiros e fazer adequações no
planejamento para os próximos anos. O Centro Nacional de Desenvolvimento do
Handebol será afetado de forma indireta, pois a redução de valores influencia o
universo global da Confederação. Para o Centro também podemos buscar parceiros
para mantê-lo de forma independente - garantiu Manoel.
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