sexta-feira, 8 de junho de 2018


Viabilidade dos Correios é incerta, avalia BDO

VALOR ECONÔMICO
07/06/18

A consultoria BDO avaliou que há incertezas quanto à continuidade operacional da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). A análise consta no relatório que a auditoria apresentou no demonstrativo financeiro dos Correios de 2017.

A BDO chamou atenção para o fato de os Correios terem prejuízos acumulados, elevados custos assistenciais e previdenciários com funcionários e responderem a um volume relevante de contingências de natureza cíveis, fiscais, trabalhistas e criminais. “Esses fatos indicam a possível existência de incerteza que pode levantar dúvida quanto à capacidade de continuidade operacional da empresa.”

Os Correios encerraram 2017 com lucro líquido de R$ 667,3 milhões, ante um prejuízo de R$ 1,48 bilhão em 2016 e de R$ 2,12 bilhões em 2015. Esses dados já haviam sido divulgados no dia 9 de maio de 2018.

De acordo com o informe de resultados, os prejuízos acumulados até 31 de dezembro do ano passado eram de R$ 2,71 bilhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou positivo em R$ 1,07 bilhão, ante um valor negativo de R$ 591,5 milhões em 2016. Segundo a empresa, no balanço, a melhora do Ebitda e do lucro ocorreram com a reversão do “custo do serviço passado relativo ao plano de saúde”. Houve uma redução no provisionamento de gastos com o plano de saúde dos funcionários, o que gerou o lucro contábil.

No ano passado, a receita líquida de vendas e serviços caiu 1,9%, para R$ 17,34 bilhões ante 2016. Já o custo dos produtos vendidos e dos serviços prestados subiu 3,6%, para R$ 15,9 bilhões.

A alavancagem dos Correios, medida pela relação dívida líquida e Ebitda, ficou em 0,31 vez, ante 0,84 vez em 2016. A dívida líquida atingiu R$ 334,6 milhões.

Ainda entre as ressalvas, a BDO pontuou a existência de um ativo de R$ 1,45 bilhão reconhecido às demonstrações financeiras em função da imunidade tributária e pagamentos supostamente indevidos nos últimos cinco anos.

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