Trabalhadores criticam novas regras dos planos de saúde de estatais federais
Câmara Notícias
28/08/2018
28/08/2018
Trabalhadores de empresas públicas, como
Caixa, Correios e Petrobras, criticaram nesta terça-feira
(28), em audiência pública na Câmara dos Deputados, duas resoluções (22/18 e
23/18) do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão que criam novas
regras para o custeio de planos de saúde geridos por estatais federais para
atender a seus próprios funcionários.Além de reduzir a participação dessas
empresas no custeio dos chamados planos de autogestão, as resoluções, segundo
os trabalhadores, desrespeitam o direito à livre negociação e têm como foco a
privatização dos convênios dos empregados públicos. Os planos de autogestão
atendem a 4,7 milhões de usuários no País, dos quais 3 milhões são empregados
de estatais.
Representante do Comitê Nacional em Defesa
das Empresas Públicas, Maria Rita Serrano disse que as resoluções são “um
ataque aos brasileiros e às condições de vida das pessoas, não só de
trabalhadores”, e, de acordo com ela, somam-se a outras limitações impostas à
saúde, como a Emenda Constitucional 95/16, que estabelece um teto para os
gastos públicos federais.
Para Serrano, as resoluções pretendem
favorecer planos de saúde privados e diminuir os custos do governo federal com
planos de autogestão. “A medida é privatista. Em empresas com até 20 mil
beneficiários, a orientação é privatizar os planos ”, apontou.
A deputada Erika Kokay (PT-DF), que propôs o
debate na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, disse que
as resoluções ferem direitos adquiridos e interferem no direito das categorias
à livre negociação coletiva. “Apresentamos proposta para sustar os efeitos
desses documentos, que consideramos abusivos e ilegais”, declarou Kokay, autora
do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 956/18.
Participações
Diretora da Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa, Fabiana Cristina Matheus afirmou que as resoluções praticamente inviabilizam o Saúde Caixa - plano que o banco oferece a 288,587 mil trabalhadores. “A Caixa já inseriu no seu estatuto um teto para gastos com assistência à saúde de 6,5% da folha de pagamentos. Com isso, despesas médicas que ultrapassem o teto serão custeadas pelos trabalhadores”, explicou.
Diretora da Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa, Fabiana Cristina Matheus afirmou que as resoluções praticamente inviabilizam o Saúde Caixa - plano que o banco oferece a 288,587 mil trabalhadores. “A Caixa já inseriu no seu estatuto um teto para gastos com assistência à saúde de 6,5% da folha de pagamentos. Com isso, despesas médicas que ultrapassem o teto serão custeadas pelos trabalhadores”, explicou.
A resolução 23/18, no entanto, vai além e
determina que a contribuição da empresa estatal para o custeio do benefício de
assistência à saúde não poderá exceder a contribuição dos empregados. Conforme
Fabiana Matheus, o acordo coletivo vigente estabelece que 70% das despesas
assistenciais do Saúde Caixa devem ser de responsabilidade da Caixa e 30% dos
empregados.
“O Planalto quer impor, de forma absurda,
essa paridade”, comentou o deputado Tadeu Alencar (PSB-PE), que também criticou
as resoluções e defendeu a aprovação do PDC 956/18.
Mensalidades
Geraldo Rodrigues, representante da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), criticou alterações no valor das contribuições. “Nós passamos a pagar mensalidades conforme o salário bruto. Ou seja, se eu fizer hora-extra, pago mais. Por isso, muitos estão desistindo de pagar plano de saúde”, destacou. Desde janeiro, as mensalidades dos planos de autogestão passaram a ser cobradas por pessoa e segundo a faixa etária. Antes, a mensalidade era única.Procurador do Trabalho da 21ª Região, Afonso Rocha informou que o Ministério Público do Trabalho (MPT) já foi acionado por conta de questionamentos das categorias. De acordo com ele, a atuação do MPT terá como princípios zelar pelos direitos e garantias dos trabalhadores e defender a livre negociação coletiva. Pinheiro chamou atenção ainda para os impactos do enfraquecimento dos planos de autogestão no sistema público de saúde do País.
Geraldo Rodrigues, representante da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), criticou alterações no valor das contribuições. “Nós passamos a pagar mensalidades conforme o salário bruto. Ou seja, se eu fizer hora-extra, pago mais. Por isso, muitos estão desistindo de pagar plano de saúde”, destacou. Desde janeiro, as mensalidades dos planos de autogestão passaram a ser cobradas por pessoa e segundo a faixa etária. Antes, a mensalidade era única.Procurador do Trabalho da 21ª Região, Afonso Rocha informou que o Ministério Público do Trabalho (MPT) já foi acionado por conta de questionamentos das categorias. De acordo com ele, a atuação do MPT terá como princípios zelar pelos direitos e garantias dos trabalhadores e defender a livre negociação coletiva. Pinheiro chamou atenção ainda para os impactos do enfraquecimento dos planos de autogestão no sistema público de saúde do País.
Nenhum debatedor presente à audiência
manifestou-se favoravelmente às resoluções do Ministério do Planejamento.
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