FUNCIONÁRIOS DOS CORREIOS TÊM PLANO
ALTERNATIVO PARA A EMPRESA
Funcionários dos Correios
buscam justificativas para manter Estatal
Diante da ofensiva do governo de privatizar a
empresas, associação de empregados aponta novas oportunidades de negócio
Época
21/01/2020
21/01/2020
Sob fogo cerrado de Jair Bolsonaro desde o
ano passado, os Correios caminham para
privatização em 2021. A definição do futuro da instituição será dada por um
parecer técnico que deverá estar pronto em outubro. Depois, passará pela
apreciação do presidente da República.
Ainda em janeiro deverá ser assinado o
contrato para que o BNDES escolha a empresa que fará a análise da estatal. O
trabalho deve começar até abril.
Os Correios foram incluídos em agosto no
Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e para o governo, sua venda
tornou-se o trunfo da agenda de privatização. Depois que se mostrou
politicamente inviável a desestatização de gigantes como Caixa, Banco do Brasil
e Petrobrás, eles são a mais vistosa vitrine do programa.
Enquanto isso, seus funcionários correm
contra o tempo para tentar reverter esse cenário. Essa movimentação passa por
tentar sensibilizar a sociedade, parlamentares e formadores de opinião sobre as
consequências da transferência do serviço postal para a iniciativa privada.
Esse trabalho esbarra no dilema em que a
instituição vem convivendo há alguns anos. Em uma era cada vez mais digital, é
inexorável a redução gradual do envio de correspondências no Brasil e no
mundo. Em 2018, eles entregaram cerca de 6 bilhões de unidades, o que
corresponde a 46% do negócio da empresa. Anos antes, foram 8 bilhões.
O principal trunfo dos Correios é justamente
o monopólio constitucional da entrega de cartas, mensagens e telegramas. A
privatização, portanto, terá necessariamente de ser aprovada no Congresso, para
rever a Constituição.
Direção Nacional da
ADCAP.
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