Em artigo publicado nesta quarta-feira, 21, no jornal O Estado de São Paulo, o ministro das Comunicações Fábio Faria apresenta a versão oficial para um movimento que só trará prejuízos ao país se continuar avançando: a privatização dos Correios.
O
artigo é publicado um dia após a Câmara dos Deputados, em plena pandemia,
aprovar a urgência para tratar do assunto, numa demonstração de que a intenção
parece ser mesmo a de “passar a boiada”.
O
projeto de lei que o Ministro enaltece é repleto de gravíssimos problemas que
seriam certamente expostos na tramitação legislativa normal, com discussão nas
comissões, audiências públicas etc. Agora, a percepção desses graves erros e
sua correção dependerá do bom senso do relator que se incumbirá de preparar o
relatório para o plenário, o deputado Gil Cutrim, posto que a Câmara aprovou na
terça-feira, 20, o regime de urgência.
Motivação
Ideológica
Os
problemas do projeto começam com sua motivação, que tem viés puramente
ideológico, já que os brasileiros contam com um serviço postal acessível e
presente no país todo, algo que tem sido muito valioso para as pessoas e para
as empresas nesse momento de pandemia. O exemplo de Portugal mostra que, na
realidade, o que acontece numa privatização de correio é o oposto do que o
ministro fala – os preços sobem e o atendimento piora, com o fechamento de
agências e a redução de pessoal.
Inconstitucionalidade
A
prestação do serviço postal está prevista na Constituição Federal, tornando o
PL inconstitucional. Sem mudança constitucional não se pode mexer nos Correios
como intenta o governo com o PL-591/2021.
Ausência
de base técnica
O
projeto foi entregue ao governo federal em outubro de 2020, como noticiado pela
imprensa, mas os estudos que deveriam dar base ao projeto só foram apresentados
recentemente aos ministros do governo – e só a eles - demonstrando que tais
estudos estão sendo feitos para corroborar uma intenção que já estava definida
muito antes e sem qualquer base técnica.
Declarações
falaciosas
No
afã de criar argumentos para justificar sua intenção, o ministro e outros
interlocutores do governo têm feito uma série de declarações falaciosas, que
deturpam a realidade, como no caso dos resultados da Empresa, que são muito
positivos e não negativos como tentam fazer parecer, ou das tendências futuras
dos negócios postais, que apontam fortemente para cima e não para baixo, como
alegam. E ainda recorrem ao velho e conhecido argumento usado por quem não tem
mais como justificar o que quer fazer: alegam falta de capacidade da
organização para fazer os investimentos que precisa realizar para acompanhar o
mercado. Um completo “non sense” que só serve mesmo para abastecer as hordas de
apoiadores que repete o que ouve do governo nas redes sociais sem nem saber do
que se trata.
Risco
para os cidadãos e empresas
A
eventual aprovação desse projeto não vai prejudicar apenas os trabalhadores da
Empresa, os mais de 1.000 franqueados e as centenas de transportadoras que
atendem o serviço postal. Vai prejudicar antes de tudo a sociedade, que pagará
mais caro e terá um serviço de menor qualidade, e as empresas, que arcarão com
maiores custos. Nem mesmo os concorrentes atuais dos Correios no segmento de
encomendas serão poupados, pois passarão a ser regulados e em algum momento
serão chamados a pagar a conta da universalização do serviço postal, hoje
totalmente bancada pelos Correios.
O
PL-591/2021 é, portanto, inconstitucional, inoportuno e prejudicial aos
brasileiros e às empresas. É uma iniciativa que só beneficiará especuladores e
rentistas. Não podemos aceitar isso.
O
filme de Fausto Oliveira, da Revolução Industrial Brasileira, que pode ser
assistido no link a seguir, aprofunda uma série de questões relevantes sobre
esse tema: https://www.youtube.com/watch?v=5keJn5LSBTQ
Qual a possibilidade de uma açâo de ato inconstitucional da indicação desta aprovaçao, visto que fere a carta pretea.
ResponderExcluirNão tem como fazer um movimento envolvendo funcionários da ativa e todos os aposentados que de uma forma ou outra tiveram suas vidas nos Correios. É hora de todos se unirem para defendermos a camisa que usamos na maior parte de nossas vidas. Eu usei por 36 anos com muito orgulho. E serei sempre Ecetista.
ResponderExcluirBoa noite eu também me orgulho de ter trabalhado nessa empresa.E temos que nos unir sim e fazer um movimento seja aposentado ou que esteja trabalhando atualmente.
ResponderExcluirEu trabalhei nos Correios por 42 anos e me orgulho muito disso, pois foi nesta empresa que fiz minha vida, criei meu filho dando educação e formação e nela me aposentei. Devemos realmente nos unir e fazer movimento e lutar contra está inconstitucionalidade que é privatizar os Correios. Vesti e visto a camisa desta Empresa. SOU CORREIOS, ME ORGULHO É DIGO NÃO A PRIVATIZAÇÃO!!!!
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