Vaccari não faz
juramento, fica calado e
recebe vaias na CPI
do Fundos de Pensão
Uol notícias
03/02/2016
Munido de habeas corpus, o ex-tesoureiro do
PT João Vaccari Neto não prestou juramento prometendo falar a verdade e
anunciou que permanecerá em silêncio durante depoimento à Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão da Câmara dos Deputados nesta
quarta-feira (3).
"Agradeço a disponibilidade do tempo,
mas exercerei o direito de ficar calado", afirmou o ex-tesoureiro do PT
aos membros da comissão, no início da sessão, sendo vaiado por beneficiários de
fundos de pensão que estão presentes à reunião da CPI.
O presidente dado colegiado, deputado Efraim
Filho (DEM-PB), também protestou. "Se não quiser falar, o senhor vai
ouvir. Seu silêncio será ensurdecedor para muitos dos beneficiários que aqui
estão", afirmou o parlamentar. "Poderá ser presunção de culpa diante
das graves acusações que o relatório final trará", emendou.
Nesta terça-feira (2), o advogado de Vaccari,
Luiz Flávio D'Urso, pediu a dispensa de seu cliente, para evitar os gastos com
a ida dele de Curitiba, onde está preso pelo seu envolvimento na Operação Lava
Jato, para Brasília. O presidente da CPI, contudo, negou o pedido.
"Ficaríamos extremamente prejudicados se
sua presença não ocorresse. Não é de bom senso um relatório de CPI indiciar uma
pessoa sem dar a ela o direito de defesa", justificou Efraim Filho.
"Nunca vi aqui ninguém que veio para CPI e ficou calado ser inocente. Quem
veio para ficar calado é porque tinha culpa", acrescentou.
A autorização para que Vaccari fosse levado a
Brasília foi dada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz os julgamentos dos
envolvidos da Operação Lava Jato na primeira instância.
Na CPI dos Fundos de Pensão, Vaccari foi convocado
após seu nome aparecer em depoimentos de pessoas envolvidas em suposta
manipulação na gestão dessas instituições. O doleiro Alberto Youssef, por
exemplo, disse ter ouvido falar que o ex-tesoureiro era um dos operadores de
alguns fundos de pensão, como Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica
Federal).
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