Correios dizem que paralisação não afeta funcionamento de agências
R7
20/09/20177
20/09/20177
A paralisação de trabalhadores dos Correios iniciada
na noite de terça-feira (19) atinge agências de pelo menos 21 Estados nesta
quarta-feira (20), segundo a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em
Empresas de Correios e Telégrafos e Similares). De acordo com os Correios, no
entanto, o protesto não afeta o atendimento ao público.
De acordo com a Fentect, a paralisação busca
a “garantia de direitos, salários e emprego”. Para o secretário-geral da
entidade, José Rivaldo da Silva, a maior motivação é evitar a perda de direitos
já conquistados.
— A expectativa é não perder nossos direitos
que são atacados pelos Correios por meio do governo federal. Com a reforma
trabalhista, nós estamos sendo os primeiros atacados.
Silva complementa que evitar a privatização
dos Correios e o fechamento de 1.800 agências também motiva os trabalhadores a
aderir à greve. Para ele, essas medidas significam uma perda de propósito do
trabalho dos Correios. O secretário-geral não informou a quantidade de
trabalhadores que aderiram ao movimento.
— A empresa acaba deixando de ser aquela que
promove a integração do País e o desenvolvimento de pequenas comunidades.
Além dos motivos elencados por Silva, a
Fentect diz, em nota, que a paralisação quer um acordo sobre a campanha
salarial 2017/2018, denunciar situações como ameaças de demissões, corte em
investimentos e outros problemas da companhia.
Os Correios esclarecem que estão dispostos a
fechar uma negociação com os sindicatos que aderiram à paralisação, mas quando
os trabalhadores retornarem aos postos de trabalho.
“Os Correios continuam dispostos a negociar e
dialogar com as representações dos trabalhadores na busca de soluções que o
momento exige e considera a greve um ato precipitado que desqualifica o
processo de negociação e prejudica todo o esforço realizado durante este ano
para retomar a qualidade e os resultados financeiros da empresa”, diz a nota.
O secretário-geral da federação diz que a
carta da companhia informando sobre a suspensão da negociação pegou os
trabalhadores de surpresa na manhã desta quarta.
— Queremos solucionar conflitos, mas sem
perder os direitos que temos há mais de 20 anos.
Sobre a greve
Segundo a Fentect, 21 Estados já confirmaram
a adesão à paralisação. Os Estados do Acre, Rondônia e Roraima ainda não deram
um parecer. A federação também complementa que a greve é por tempo indeterminado,
até que fechem um acordo com os Correios.
A assessoria de imprensa dos Correios diz que
as agências estão abertas e os serviços estão sendo prestados normalmente.
Levantamento realizado pela empresa mostra que 93,17% do efetivo dos Correios
do Brasil — 101.161 funcionários — estão trabalhando nesta quarta. Os números
foram apurados por meio do sistema eletrônico de presença da companhia.
Em nota, a Fentect comenta o lema utilizado
para os trabalhadores nesta paralisação. O texto diz: “A campanha segue com o
tema: 'Nossos direitos e empregos ficam, Guilherme Campos sai'. Enquanto isso,
não há obrigatoriedade pela manutenção dos 30% de funcionamento, no entanto,
algumas agências apenas reduziram o efetivo. A greve é por tempo
indeterminado”.
Guilherme Campos é o atual presidente dos
Correios.
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