O desenvolvimento empresarial dos Correios
Blog Conselho Correios
23 de maio de 2018
23 de maio de 2018
Nas inúmeras vezes em que pudemos debater com
nossos colegas alternativas de desenvolvimento empresarial envolvendo parceiras
sempre procuramos explicar que tais iniciativas poderiam ser construídas com a
lógica de agregar valor à organização. Isso significava dizer que na parceria
nossa marca, nossa capilaridade, nossa logística e outros atributos pesariam na
construção da parceria, teriam valor.
E assim foi feito com o Banco Postal, que
injetou à época recursos importantes para a modernização da Empresa,
especialmente para a construção de nossa rede de dados e de nosso sistema de
automação. A Empresa entrou com sua infraestrutura de atendimento.
A mesma lógica poderia ser aplicada a outros
novos negócios, distintos dos já operados em larga escala pela Empresa.
Poderíamos, por exemplo, pensar em estabelecer parceria com um Operador
Logístico, para prestar os serviços típicos desse trabalho, exceto o serviço de
encomendas, que já é oferecido em larga escala pela Empresa. Poderíamos pensar
em estabelecer parceria para impressão de correspondências, sem envolver a
postagem dos objetos, que já faz parte de nosso negócio principal. Enfim, os
movimentos seriam feitos para agregar e não para dividir o que a Empresa já
tinha construído.
Na atualidade, constato que essa percepção de
agregação de valor tem sido ignorada em estudos e mesmo em movimentos feitos
pela Empresa e me preocupo com isso. Parece que há instâncias do Governo
Federal que preferem pensar em fatiar a Empresa, para dividi-la com entes
privados, o que me parece um caminho bem diferente do que vislumbrávamos lá
atrás, além de perigoso, quando não se tem o cuidado de avaliar adequadamente o
que será colocado pela Empresa na parceria.
Quanto vale, por exemplo, a liderança no
serviço expresso brasileiro? Esse valor tem que estar bem estabelecido e ser
cobrado de um hipotético parceiro que viesse a atuar em conjunto com os
Correios na exploração do serviço de encomendas expressas. Imagino que esse
valor alcance alguns bilhões de dólares. O parceiro selecionado deveria arcar
com esse pagamento, em dinheiro, como ocorreu com o Banco Postal, ou com outros
ativos devidamente avaliados e incorporados à sociedade.
Já no caso de novos serviços que venham a ser
agregados ao que a Empresa já faz, a questão da valorização da participação
poderia ser estabelecida a partir de um processo de seleção, que permitisse
escolher o parceiro que oferecesse a melhor oferta para se associar à Empresa
na empreitada, em condições previamente estabelecidas e conhecidas. Nesse caso,
poderia não haver pagamento inicial desde que a vantagem para a Empresa
estivesse contida na melhor condição comercial na relação que seria então estabelecida.
Esse modelo foi usado na modelagem do Correios Celular e na seleção do
parceiro.
Em qualquer caso, as parcerias a serem
estabelecidas com os Correios ou com qualquer estatal precisam estar bem
claramente construídas e explicadas, assim como devidamente alinhadas ao
planejamento estratégico da Empresa. Não podem surgir para acomodar interesses
do governo ou do partido que controla a Empresa no momento. E nem atropelar
leis e normas para favorecer quem quer que seja.
Bem construídas, sem vícios ou
direcionamentos, as parcerias comerciais são um caminho importante para as
estatais se modernizarem e ampliarem os serviços oferecidos aos brasileiros.
http://conselhocorreios.blogspot.com/2018/05/o-desenvolvimento-empresarial-dos.html
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