CPI dos Fundos: PPS
consegue incluir novos indiciamentos e vota a favor de relatório
Autores
de um voto em separado, o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), e
o vice-líder da oposição, Raul Jungmann (PPS-PE), criticaram nesta
quinta-feira, durante a votação do relatório final da CPI dos Fundos de Pensão,
o não indiciamento de agentes políticos e outros envolvidos no esquema de
desvio de recursos que já gerou prejuízo de R$ 113,4 bilhões, com a
desvalorização de ativos dos quatro fundos de pensão no período de 2011 a 2015.
Apesar
de considerarem incompleto o relatório do deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), que
indicia mais de 160 pessoas e empresas, o PPS votou pela sua aprovação, pois
considera que a CPI conseguiu avançar nas investigações e levou a Polícia
Federal, o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União a darem
mais atenção ao caso dos desvios que atingem milhares de aposentados e
pensionistas. Além disso, na última hora o relator aceitou incluir no relatório
alguns indiciamentos sugeridos pelo PPS.
De
acordo com o relatório, a rentabilidade do ativo da Previ de 2011 a 2015 ficou
abaixo da meta mínima em R$ 68,9 bilhões. Na Petros e na Funcef, o prejuízo
para os ativos foi de R$ 22,3 bilhões e R$ 18,1 bilhões, respectivamente. Já no
Postalis, a baixa foi de R$ 4,1 bilhões. A situação levou os fundos a levaram os
contribuintes a arcar com o prejuízo.
Criticas
O
líder do PPS criticou o fato de ficaram de fora do relatório o indiciamento do
presidente da Funcef, Guilherme Narciso de Lacerda, e do Petros, Wagner
Pinheiro de Oliveira. “Acreditamos que todos os responsáveis pelas faltas
gravíssimas que reiteradamente foram cometidas e que contribuíram eminentemente
para o déficit bilionário apresentado pelos quatro fundos de pensão
investigados deveriam ser responsabilizados”, disse Rubens durante a reunião da
CPI.
Apesar
dos dois dirigentes ficarem de fora do relatório, os deputados do PPS, em
conjunto com o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), conseguiram incluir no
relatório os indiciamentos de Carlos Alberto Caser, presidente da Diretoria
Executiva da Funcef à época em que foram aprovados investimentos temerários;
Antônio Carlos Conquista, presidente da Diretoria Executiva da Postalis; e
Ernani de Souza Coelho, presidente do Conselho Deliberativo da Postalis.
Adir
Assad
Rubens
Bueno conseguiu ainda que o relator incluísse no texto final um pedido de
investigação do empresário Adir Assad, acusado de desviar recursos dos fundos
por meio de um esquema envolvendo o Trade Bank. Nome recorrente em CPIs como a
dos bingos e da Petrobras, é a primeira vez que a investigação de Assad é
sugerida em um relatório final.
Para
o deputado Raul Jungmann, mesmo com alguns problemas e falta de tempo, a CPI
avançou e promoveu um debate profundo sobre a área. “Os fundos de pensão se
transformaram em terra de ninguém ao logo do tempo. Não havia supervisão,
regulação e fiscalização competentes e necessárias com relação e esses fundos.
Essa CPI começou praticamente do zero e consegue esse resultado que aí está.
Mas por outro lado, não é admissível nem compreensível que nenhum agente
político esteja aqui sendo indiciado”, ressaltou Jungmann, lembrando que os
desvios dos fundos teriam beneficiado políticos e abastecido campanhas do PT e
partidos aliados.
Já
Rubens Bueno ressaltou que, como um dos autores da comissão parlamentar de
inquérito, ficou satisfeito que a CPI tenha ouvido todos os segmentos
envolvidos no problema. No entanto, defendeu um indiciamento mais rigoroso.
“Não fazemos pré-julgamento de ninguém, mas não estamos aqui para acobertar
quem quer que seja”, disse o líder do PPS ao encerrar a apresentação do voto em
separado do partido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário