Omissão do governo
levou a rombo em fundo de pensão dos correios, diz TCU
FolhaPress
13/04/2016
13/04/2016
A omissão do órgão de fiscalização e
da diretoria dos Correios levou o fundo de pensão Postalis, dos funcionários da
estatal, a um déficit superior a R$ 6 bilhões.
É o que aponta uma auditoria do TCU
(Tribunal de Contas da União) aprovada nesta quarta-feira (13) que decidiu
aprofundar a mesma análise para outros fundos de pensão de estatais que também
apresentam problemas para pagar a seus beneficiários no futuro, além de
aprofundar as investigações para apontar os responsáveis pelos rombos nessas
entidades.
A entidades de previdência
complementar administram um patrimônio de R$ 727 bilhões. Esse dinheiro vem de
depósito de pessoas que querem garantir um complemento da sua aposentadoria e,
para garantir isso, os fundos têm que fazer investimentos rentáveis ao longo do
tempo.
De acordo com relatório do ministro
Vital do Rego, não foi isso o que ocorreu no Postalis. Ao fim de 2014, o fundo
tinha um rombo potencial de quase R$ 6 bilhões, projetando o pagamento de todas
as aposentadorias.
Por causa disso, o Correios e os
seus trabalhadores estão tendo que fazer depósitos adicionais para cobrir esse
buraco, que correspondia a quase 70% do patrimônio do fundo.
Segundo o relatório, a situação só
chegou a tal ponto porque o Correios não fez a fiscalização obrigatória dos
investimentos feitos pelo Postalis ao longo do tempo, a maioria deles de baixa
rentabilidade e muitos com prejuízo ao Fundo (ou seja, o fundo recebeu menos do
que investiu).
Somente em 10 investimentos
considerados de risco entre 2007 e 2012, o fundo perdeu R$ 1,4 bilhão. Entre
eles está um investimento feito na Caixa que foi alvo de uma suposta fraude em
2011 de R$ 1 bilhão, revelado pela Folha. O Ministério Público Federal e uma
CPI no Congresso já apuram fraudes nos fundos de pensão.
PREVIC
Mas o relatório também
responsabiliza pelo rombo a Previc, órgão ligado ao Ministério do Trabalho e
Previdência, responsável por fiscalizar os fundos de pensão. De acordo com o
ministro, houve omissão do órgão na fiscalização já que, desde 2012, havia
proposta para intervir no fundo, mas a Previc só tomou decisão em 2015.
"Observo que o déficit
acumulado do fundo de pensão, ao final de 2012, era de R$ 1,1 bilhão, ao passo
que, em dezembro de 2014, já somava R$ 5,7 bilhões", aponta o relatório
que pede a identificação dos responsáveis para possíveis punições.
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