quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Estatais planejam cortar mais de 50 mil funcionários para enfrentar crise


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22/11/16

Caixa, Banco do Brasil, Petrobras, Eletrobras, Correios e a Infraero são as empresas públicas que divulgaram planos de demissões voluntárias ou de aposentadoria antecipada O emprego público é o mais seguro do mundo, pois o funcionário não pode ser demitido, a não ser por justa causa. Certo?

Nos dias atuais, isso não é necessariamente verdade. As principais estatais brasileiras estão anunciando Planos de Demissão Voluntárias (PDVs) ou de antecipação de aposentadorias que podem cortar quase 50 mil empregos de seus quadros.

Caixa, Banco do Brasil, Petrobras, Eletrobras, os Correios e a Infraero são as estatais que até agora divulgaram planos para cortar na própria carne e reduzir o custo da folha de pagamento.

Confira os planos dessas estatais:

- Caixa Econômica Federal
O presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Gilberto Occhi, declarou nesta terça-feira, 22, que está em análise um plano de demissão ou de aposentadoria incentivada que será oferecido a 10 mil funcionários.

Para Occhi, o principal desafio de 2017 é melhorar a eficiência, reduzindo despesas e aumentando a geração de receitas. No último ano, a Caixa cortou o número de funcionários de 100,3 mil para 97 mil.

- Banco do Brasil
O Banco do Brasil (BB) anunciou, no último domingo 20, um plano no qual 379 agências serão transformadas em postos de atendimento e 402 serão desativadas a partir de 2017.

Além disso, a instituição financeira divulgou também um plano de aposentadoria incentivada, com período de adesão voluntária até 9 de dezembro, destinado a 18 mil funcionários.

O plano prevê pagamento correspondente a 12 salários, além de indenização por tempo de serviço, que varia de um a três salários, dependendo do tempo de empresa.

- Petrobras
No dia 2 de novembro, a Petrobras informou que 11.704 empregados aderiram a seu Plano de Incentivo a Demissão Voluntária (PIDV), o equivalente a 97,5% das 12 mil adesões planejadas pela companhia. O custo será de cerca de R$ 4 bilhões e poderá gerar uma economia de R$ 33 bilhões até 2020.

"Cada trabalhador recebe uma incentivo para deixar a empresa, que começa em pouco mais de R$ 200 mil para os que têm menos tempo de casa", afirmou o diretor do Sindipetro RJ, José Maria.

Desde 2014, a estatal já abriu dois planos de demissão voluntária. O primeiro PDV da Petrobras teve a adesão de 6.200 empregados.

- Eletrobras
No dia 18 de novembro, a estatal do setor elétrico informou que pretende cortar em cerca de 30% seu quadro de pessoal, para 13 mil funcionários, a partir dos programas de incentivo ao desligamento e aposentadoria até 2018.

A estimativa é de que esses dois programas contem com a adesão de 5,6 mil trabalhadores, o que resultará na economia de R$ 1,5 bilhão ao ano.

O Plano de Aposentadoria Incentivada (PAI), como foi batizado pela Eletrobras, deve atingir cerca de 2.500 empregados já aposentados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e empregadosaposentáveis.

- Correios
A estatal vai iniciar até dezembro o PDV, com estimativa de economia entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão por ano. No dia 10 de novembro, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, informou que a empresa deve ter seu quarto prejuízo anual seguido em 2016, com um déficit de quase R$ 2 bilhões.

Em março, os Correios informaram que o rombo acumulado do Postalis (fundo de pensão dos funcionários dos Correios) atingiu R$ 7 bilhões em 2015 e já representa mais da metade dos recursos necessários para honrar todas as aposentadorias atuais e futuras.

- Infraero
A companhia que administra os aeroportos no País planeja dispensar pelo menos quatro mil funcionários em seu PDV. Em junho deste ano, a empresa informou que havia desligado 1.564 funcionários no Programa em curso.

O Governo Federal informou que os quatro aeroportos incluídos na próxima rodada de privatização no setor (Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis) pagarão R$ 334 milhões, valor que corresponde às despesas com o PDV.

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