População faz filas em agências dos Correios por atraso na entrega de correspondências no Rio Grande do Sul
G1
07/02/2018
07/02/2018
Moradores de diferentes regiões do Rio Grande
do Sul têm enfrentado atrasos no recebimento de correspondências e contas. Em
Santa Maria, no Centro do estado, a situação dura dois meses, mas os relatos
também se repetem em Bagé, na Campanha, e em Erechim, no Norte do estado.
O problema em Santa Maria ocorre há dois
meses, conforme o relato de moradores de diferentes bairros.
"Não vem conta, quando vem, chega com
atraso. Agora, faz mais de dois meses que eu tenho que ir no correio e buscar.
Eles alegam que não tem gente para trabalhar, que faltam carteiros, então a
gente tem que buscar a segunda via, na internet, ou na loja para poder pagar as
contas em dia", reclama o microempresário, Cezar Dorneles.
"A gente se programa para deixar os
compromissos em dia, e infelizmente por essa questão de atraso nas contas, a
gente corre o risco de muitas vezes pagar juros, e até ficar com o nome em
risco para um setor de crédito", reclama o psicólogo André Assunção.
A falta de entrega da correspondência faz com
que muita gente procure a agência. A orientação dos Correios registrem
o problema no site ou por telefone. Mas quem usa o serviço e enfrenta esse tipo
de situação também tem seus direitos.
"Se esse produto não chegou, se esse
produto foi extraviado e o consumidor se sentiu lesado por isso, pode, deve
procurar o Procon, e em alguns casos mais extraordinários, até um juizado civil
cobrando os danos que sofreu, ou em alguns casos, procurar um advogado de sua
confiança para haver a reparação desses danos", explica o advogado do
Direito do Consumidor Raonny Canabarro, completando que, "se o consumidor
não reclamar, nada vai acabar mudando".
Apesar das reclamações, os Correios de Santa
Maria dizem que a entrega está sendo feita normalmente, mas alega que no mês de
janeiro houve aumento de correspondências e que isso pode ter causado demora na
entrega. Trabalhadores temporários foram contratados e a previsão é de que a
situação seja normalizada ainda nesta semana.Em Bagé, na Região da Campanha,
filas são formadas na porta das agências dos Correios para retirar encomendas
que deveriam ser entregues em casa. Apenas 14 carteiros atuam na cidade de
aproximadamente 120 mil habitantes.
Assim como em Santa Maria, este é o segundo
mês seguido em que as reclamações se repetem. O porteiro João Garibaldi Lima
dos Santos reclama do atraso na entrega de sua conta telefônica.
"Mês passado já paguei com atraso. Não
foi entregue. Agora, vim de novo para pegar."
O estudante Matheus Trindade teve que gastar
a manhã de segunda (5) e de terça (6) na fila, mas acabou encontrando um
horário com menor movimento para conseguir atendimento mais rápido.
"Na outra vez vim pela tarde aqui, e
demorou bastante para ser entregue a encomenda. Atendimento ruim",
lamenta.
Em virtude do pouco número de funcionários
fazendo as entregas, os trabalhadores têm feito duas horas extras diariamente
para dar conta da demanda.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios
diz que das 26 áreas de entrega em Bagé, oito delas estão sem cobertura por
conta da falta de funcionários. Ainda conforme a entidade, faltam pelo menos
2,5 mil funcionários em todo o estado.
Em Erechim, no Norte do estado, quinze novos
loteamentos não são atendidos pelos Correios, e o atraso na entrega tem sido de
uma semana por conta da falta de profissionais, conforme o sindicato da
categoria.Os Correios admitem que podem ter ocorrido atrasos por conta da
entrega de correspondências como IPTU e do Detran. A empresa diz que foram
contratados temporários para atender a demanda.
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