PF aponta rombo de R$
5 bilhões no Postalis,
fundo de pensão dos
Correios
Época
02/01/2016
02/01/2016
A Polícia Federal entregou, em 15 de
dezembro, à Justiça Federal do Rio de Janeiro um relatório no qual
responsabiliza 28 pessoas por um rombo de R$ 5 bilhões no Postalis. De acordo
com reportagem da Folha de S.Paulo, publicada neste sábado (2), as
investigações encontraram indícios de gestão temerária, crimes contra o sistema
financeiro e organização criminosa. Entre os responsabilizados pelo mau uso das
contribuições dos servidores dos Correios,
estão diretores e ex-diretores do fundo, empresários e executivos do mercado
financeiro.
A PF analisou investimentos dos últimos
quatro anos, nas gestões de Alexej Predtechensky (o Russo) e do atual
presidente, Antonio Carlos Conquista, segundo a Folha. Duas das instituições
contratadas pelo Postalis para gerir as aplicações e indicar as melhores opções
também estão no foco das investigações: o banco BNY Mellon e a Risk Office.
O Postalis afirma que Conquista prestou os
esclarecimentos à PF e que o fundo já obteve algumas vitórias contra o BNY
Mellon, tendo obtido uma carta fiança de R$ 250 milhões. E que as Riks Office
não presta mais serviços ao Postalis.
Operação Positus
Em 17 de dezembro de 2015, a PF deflagrou a
Operação Positus, que investiga o desvio de R$ 180 milhões do Postalis. Segundo
a polícia, um ex-gestor do fundo e outros investigados cometeram gestão
fraudulenta de dois fundos ligados ao Postalis. A fraude consistia na compra de
títulos no mercado de capitais por uma corretora americana. Eles eram
revendidos, a preços maiores, para empresas com sede em paraísos fiscais
ligadas aos investigados. Em seguida, os títulos eram adquiridos pelos fundos
Postalis por valores ainda maiores.
Auditoria dos Correios apontou facilitação de
fraudes
Em agosto de 2015, ÉPOCA mostrou que uma
auditoria realizada no ano passado pelos Correios no Postalis apontou que a
gestão de Antonio Carlos Conquista contraria regras de mercado, omite
documentos e facilita fraudes no fundo de pensão da estatal. Segundo os
auditores, a bagunça administrativa no Postalis provocou, apenas nos últimos
dois anos, prejuízo de R$ 2,6 bilhões nas contas do fundo.
Em maio de 2014, outra reportagem de ÉPOCA as
evidências de fraudes no fundo dos Correios, com crimes em investigações no
Brasil e até nos Estados Unidos.
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