Superintendência do
Cade abre processo
contra Correios
G1
06/01/2016
06/01/2016
A investigação foi aberta após queixa do
Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp),
que alegou que os Correios
estariam cometendo duas condutas anticompetitivas, afirmou o
Cade em comunicado à imprensa.
Com a instauração do processo, a ECT será
notificada para apresentar defesa e após isso a superintendência emitirá
parecer ao tribunal do Cade opinando entre condenação ou arquivamento do
processo.
Os Correios ainda não se pronunciaram sobre o
assunto.
A primeira queixa seria que a estatal estaria
tentando ampliar seu monopólio sobre a entrega de cartas para outros produtos
por meio de ações judiciais repetidas e sem fundamento objetivo. A prática é
conhecida como "sham litigation" e a "ECT estaria excluindo do
mercado concorrentes que entregam tais produtos", afirmou o Cade citando a
queixa do sindicato.
A outra irregularidade, segundo o Setcesp,
seria que os Correios estariam cobrando preços mais caros para atender clientes
que concorrem com a empresa, ao passo que clientes não concorrentes estariam
pagando valores menores pelo mesmo produto.
"Embora não questione o direito de
monopólio legal da ECT, a superintendência-geral do Cade considerou que
determinadas condutas específicas por parte da empresa configuram indícios de
condutas anticompetitivas vedadas pela Lei de Defesa da Concorrência",
afirmou a autarquia.
A superitendência também afirma que há
indícios de que os Correios estejam impedindo concorrentes de prestarem serviço
de moto frete em transporte de itens como cartões magnéticos e talões de
cheque, além de também privar as pessoas e empresas consumidoras de obter o
serviço no mercado.
A investigação também envolve indícios de que
a ECT esteja promovendo discriminação anticompetitiva ao impedir ou dificultar
uso de sua infraestrutura de agências espalhada por todo o país por parte de
outras empresas concorrentes.
"No segmento de entregas do comércio
eletrônico e nos serviços voltados ao setor financeiro verificou-se que os
Correios se recusam a trabalhar com alguns concorrentes, liberando seus
serviços apenas às empresas que não competem com eles", afirmou o Cade.
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