A degradação dos
Correios
Zero Hora
23/03/2017
23/03/2017
Os brasileiros, que arcam com o custo das
correspondências, não podem continuar submetidos a um monopólio com serviços de
tão baixa qualidade. De modelo de eficiência e credibilidade, a estatal Correios transformou-se
em poucos anos numa péssima prestadora de serviços, contabilizando prejuízos
financeiros e causando transtornos à população que a sustenta. Na origem dessa
degradação, estão o aparelhamento partidário da atividade e a incapacidade de
reagir adequadamente à crise financeira que afeta o país. Diante desse quadro,
é evidente que os Correios precisam se modernizar e que não há mais sentido no
monopólio dos serviços postais que a empresa ainda detém. Como alerta um
especialista da Universidade de Brasília ouvido sobre o tema, a má gestão abre
janelas para a corrupção e afeta a qualidade dos serviços. É o que os usuários
vêm constatando de forma célere desde que a empresa se transformou em estopim
do escândalo do mensalão, situação agravada com a falência do setor público de
maneira geral. A consequência mais visível é a incapacidade da estatal de
entregar as remessas, que atrasam sistematicamente ou nem chegam ao
destinatário, impondo insegurança e prejuízos incalculáveis para a sociedade.
Os brasileiros, que arcam com o custo das correspondências, não podem continuar
submetidos a um monopólio com serviços de tão baixa qualidade. Vítima de
interesses de partidos políticos, que se apossaram de seus postos-chave, a
empresa perdeu referenciais mínimos de qualidade, colocando em risco até mesmo
o futuro de seus servidores. O fim do monopólio, permitindo que haja
concorrência, é uma das alternativas que se impõem como forma de recuperar a
credibilidade nessa área.
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