Trabalhadores dos
Correios se mobilizam contra retirada de
direitos básicos
RBA
27/03/2017
27/03/2017
São Paulo – Representantes de sindicatos de
trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos (ECT) estão reunidos hoje (27) com o presidente da
instituição, Guilherme Campos, em São Paulo. Em pauta, medidas da empresa de
restrição de direitos históricos da categoria, como a possível cobrança de
mensalidade para a manutenção dos planos de saúde e a suspensão de férias para
os funcionários até abril de 2018.
“Suspender férias programadas dos
trabalhadores é um absurdo sem tamanho da ECT, porque as férias são direito
adquirido, definidos em lei, e têm de ser pagas”, afirma em nota o Sindicato
dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e Similares de
São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba (Sintect). “O sindicato
ajuizará uma ação coletiva em favor dos trabalhadores”, informa, caso o impasse
não seja resolvido na reunião de hoje. As medidas foram anunciadas pela
administração da empresa.
A ECT argumenta problemas na situação
financeira da instituição, o que é rebatido pelo sindicato. “É um absurdo isso
se dar em nome (a suspensão das férias) de uma suposta falta de dinheiro, ao
mesmo tempo que a ECT torra dinheiro mandando seus vice-presidentes em viagens
de turismo à Europa, para aprender como privatizar a empresa, fecha vários
contratos de patrocínio e paga uma fortuna para uma empresa estrangeira fazer
um plano de saúde, acabando com o dos Correios.”
Para a categoria, a medida visa a “apenas
criar pânico”, e faz parte da política de “terras arrasadas” adotada pelo
governo de Michel Temer (PMDB). “A ECT não precisava fazer isso, mesmo se tivesse
problema de caixa de verdade. As férias terão de ser pagas de qualquer jeito,
pois a lei obriga, e não envolvem tanto dinheiro assim para uma empresa do
tamanho desta”, afirma. “Essa é a receita do governo Temer”, continua o
sindicato.
“Temer quer desregulamentar o trabalho,
acabar com a legislação que protege o trabalhador, acabar com a Previdência
pública e acabar com as estatais, privatizar tudo. É um governo que está agindo
para favorecer ao máximo as empresas e empresários, principalmente estrangeiros
(…) E os 'paus mandados' de Temer na direção da ECT querem fazer direito o
trabalho sujo, acabando com direitos dos trabalhadores, reduzindo os custos com
mão de obra, deixando a empresa enxuta e rentável para privatizar”, afirma o
sindicato, ao acusar o governo de abrir espaço para multinacionais do setor
postal, como a DHL, Fedex e UPS.
A categoria encontra-se em estado de greve
desde o dia 15 contra as medidas. “A greve é contra o governo Temer e suas
propostas de reforma da Previdência e Trabalhista, que acabam com direitos dos
trabalhadores. E contra a direção dos Correios, que com sua intenção de cobrar
mensalidade no plano médico também acaba com um direito conquistado com muita
luta pela categoria”, completa a entidade.
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