Polícia Federal prende delegado que investigava rombo no Postalis
O Antagonista
11.06.19
11.06.19
A Polícia Federal prendeu hoje de manhã o
delegado da PF Lorenzo Pompílio da Hora e o escrivão Éverton da Costa Ribeiro.
Eles são acusados de cobrar propina para proteger investigados.
A operação foi batizada de Tergiversação e
contou com o apoio do MPF. Segundo os investigadores, os dois policiais
lideravam uma organização criminosa dentro da própria Superintendência da PF.
“As investigações revelaram esquema de
cobrança de propina dos investigados e potenciais investigados nos inquéritos
policiais relacionados às Operações Titanium (fraudes envolvendo o Plano de
Saúde dos Correios) e Viupostalis/Recomeço (fraudes envolvendo o
Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios)”, informa o MPF.
Ainda segundo os procuradores, “as apurações
apontaram que Lorenzo Pompílio da Hora e Éverton da Costa Ribeiro solicitaram e
receberam vultuosos valores oriundos de vantagens indevidas para evitar a
exposição na mídia de investigados e potenciais investigados e favorecê-los nas
apurações conduzidas por eles quanto às irregularidades no Postalis e no Plano
de Saúde dos Correios”.
“Os agentes públicos contavam com a atuação
dos operadores Marcelo Guimarães e Rosalino Felizardo de Santanta Neto – os
principais intermediários da organização criminosa, que usavam seus contatos
para se aproximar de potenciais investigados e solicitar desses o pagamento de
vantagens indevidas, além de viabilizar o recebimento de valores de propina e
as operações de lavagem de dinheiro.
Os pagamentos, que variaram, segundo o
apurado até o momento, de R$ 400 mil a R$ 1,5 milhão, eram feitos na maior
parte das vezes em dinheiro, mas em alguns casos foram repassados por meio de
transferências a empresas ligadas aos operadores Marcelo e Rosalino.
Foi identificada ainda a participação do
empresário e operador João Alberto Magalhães Cordeiro Júnior e de Sancler
Miranda Costa no grupo criminoso, que contou ainda com a atuação de Pedro
Henrique Moreira Fernandes e de Luís Henrique do Nascimento Almeida, que
movimentaram recursos em espécie em favor do grupo e atuaram como “laranjas” de
alguns investigados.
Os elementos obtidos com as quebras de sigilo
bancário, fiscal, telemático e telefônico dos investigados, somados aos
elementos apresentados em razão de acordo de colaboração premiada celebrado com
alguns dos empresários abordados pelo grupo criminoso, comprovaram a efetiva
prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa
e lavagem de dinheiro. Há indícios de que o esquema criminoso envolveu outros
agentes públicos e que não se limitou às investigações apontadas.”
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