Bolsonaro: ‘Não tem outro
caminho a não ser
privatizar os Correios’
Veja
31 maio 2019
31 maio 2019
Em
entrevista exclusiva a VEJA, presidente afirma já ter dado o "sinal
verde" para a privatização, que vê como irreversível porque “o PT destruiu
a empresa”
Em
entrevista exclusiva a VEJA, de duas horas, o presidente Jair Bolsonaro falou
com o diretor de redação, Mauricio Lima, e o redator-chefe Policarpo Junior
sobre as reformas propostas por seu governo, a possibilidade de reeleição, os
filhos, o amigo enrolado Fabrício Queiroz, o guru Olavo de Carvalho, as
trapalhadas de ministros, Lula, o PT, sabotagens, tuitadas e o atentado que
sofreu durante a campanha, tema que, ao ser invocado, mudou completamente o
ritmo da conversa, a fisionomia e o humor do presidente.
Em
uma das respostas, declarou que já deu o “sinal verde” para a privatização dos
Correios. Bolsonaro considera que os governos do PT destruíram a empresa e não
há outra saída. Mais: afirma que outras estatais terão o mesmo caminho.
Leia
um trecho da entrevista, que estará na edição de VEJA que começa a circular
nesta sexta-feira, 31. Aqui, tenha acesso ao conteúdo completo, com toda as
respostas do presidente.
Aprovada
a reforma da Previdência, o que o senhor vislumbra na sequência? Vamos partir
para a reforma tributária e para as privatizações. Já dei sinal verde para
privatizar os Correios. A orientação é que a gente explique por que é
necessário privatizar. No caso dos Correios, o PT destruiu a empresa. A
bandalheira era tão grande que o fundo de pensão dos funcionários, que hoje
está quebrado, fez investimentos em papéis da Venezuela. Com que interesse?
Pelo amor de Deus! Então, temos de mostrar à opinião pública que não tem outro
caminho a não ser privatizar os Correios. Será assim com outras estatais. Há
muitos cabides de emprego dentro do governo.
RESPOSTA DOS CORREIOS
Esclarecimento – publicação na Revista Veja
31 de maio de 2019
Correios
Em relação ao que foi publicado pela Revista Veja na última edição, de 5/6/2019, cabem os seguintes esclarecimentos.
Os
Correios estão passando por um profundo processo de reestruturação e adotando
medidas relevantes voltadas para o fortalecimento da governança e da gestão,
sendo atualmente uma referência entre as estatais.
Inclusive,
como patrocinadores do Postalis, os Correios adotaram diversas medidas para
aprimorar o controle interno e a interlocução com o Instituto, pois a empresa
tem todo interesse em colaborar com os processos de melhorias em curso.
Os
Correios também estão implementando ações que têm resultado na melhoria tanto
do seu desempenho financeiro quanto operacional. Nos dois últimos anos, por
exemplo, a empresa teve lucro, o que está comprovado em seu balanço contábil.
Além disso, desde abril de 2018, os índices de entrega no prazo têm melhorado
significativamente, chegando a superar a qualidade praticada pelos melhores
operadores postais do mundo.
A
estatal mantém diálogo aberto com o governo federal e está à disposição para
colaborar com estudos que contribuam para sua modernização e sustentabilidade,
pois os Correios são a única empresa 100% brasileira, presente em todo o país,
um braço estratégico do Estado na prestação de serviços públicos.
Correios – o
Presidente da República
está muito mal
informado
A
revista Veja desta semana traz mais uma matéria
em que o Presidente da República, induzido por um briefing ruim, faz
comentários descabidos e sem nexo causal sobre os Correios.
Diferentemente do que lhe falam os técnicos ávidos por lhe oferecer um caso concreto de necessidade de privatização, para corroborar defesas de campanha, os Correios vão muito bem.
Apesar das trapalhadas promovidas exatamente pelo Ministério da Fazenda – hoje da Economia - que retirou dividendos em excesso dos Correios e ainda congelou indevidamente tarifas, como aponta Relatório da CGU que pode ser lido em https://auditoria.cgu.gov.br/download/10370.pdf , os Correios estão conseguindo se recuperar dos prejuízos que lhe foram imputados pelo próprio acionista. No primeiro trimestre desse ano, apesar do PIB negativo, a Empresa fechou seu balanço equilibrado, com um pequeno lucro.
A qualidade dos serviços da Empresa está em níveis de excelência que superam a maioria dos demais correios do mundo, apesar de o Brasil ter um território continental e imensas diferenças regionais. Os clientes que usam os serviços dos Correios com habitualidade já sabem disso. Atrasos na entrega são hoje eventos isolados num contexto geral de cumprimento de prazos. No serviço internacional PRIME, por exemplo, cuja remuneração dos Correios tem uma parcela atrelada à qualidade, o Brasil tem recebido valores maiores por estar cumprindo à risca e até superando os padrões estabelecidos.
O Presidente da República deveria se orgulhar dos Correios, uma empresa que sobreviveu bem a inúmeras crises, a maioria delas criada fora da organização, e que, ao longo de sua história, conquistou a confiança da população. Deveria ver que as pesquisas ainda colocam os Correios entre as três instituições em que a população mais confia, que são a família, os bombeiros e os Correios. Deveria saber que a infraestrutura dos Correios, já montada e em pleno funcionamento, é um ativo muito importante para a economia do País, que serve de base para o desenvolvimento de inúmeros setores, incluindo o de comércio eletrônico. Deveria saber que os Correios não custam um centavo ao Tesouro Nacional e, mesmo assim, geram centenas de milhares de empregos, diretos e indiretos, não só no quadro próprio mas também nas transportadoras contratadas para escoar a carga postal, nas agências franqueadas, nas centenas de fornecedores, que vão da indústria automobilística até a de papel.
Se, além dos burocratas que o cercam, o Presidente da República conversasse também com os carteiros, atendentes e executivos da Empresa, veria facilmente que tudo o que tem ouvido sobre os Correios são falácias.
Os Correios não são um problema, Presidente. Deixe o pessoal dos Correios trabalhar e o País só ganhará com isso.
Diferentemente do que lhe falam os técnicos ávidos por lhe oferecer um caso concreto de necessidade de privatização, para corroborar defesas de campanha, os Correios vão muito bem.
Apesar das trapalhadas promovidas exatamente pelo Ministério da Fazenda – hoje da Economia - que retirou dividendos em excesso dos Correios e ainda congelou indevidamente tarifas, como aponta Relatório da CGU que pode ser lido em https://auditoria.cgu.gov.br/download/10370.pdf , os Correios estão conseguindo se recuperar dos prejuízos que lhe foram imputados pelo próprio acionista. No primeiro trimestre desse ano, apesar do PIB negativo, a Empresa fechou seu balanço equilibrado, com um pequeno lucro.
A qualidade dos serviços da Empresa está em níveis de excelência que superam a maioria dos demais correios do mundo, apesar de o Brasil ter um território continental e imensas diferenças regionais. Os clientes que usam os serviços dos Correios com habitualidade já sabem disso. Atrasos na entrega são hoje eventos isolados num contexto geral de cumprimento de prazos. No serviço internacional PRIME, por exemplo, cuja remuneração dos Correios tem uma parcela atrelada à qualidade, o Brasil tem recebido valores maiores por estar cumprindo à risca e até superando os padrões estabelecidos.
O Presidente da República deveria se orgulhar dos Correios, uma empresa que sobreviveu bem a inúmeras crises, a maioria delas criada fora da organização, e que, ao longo de sua história, conquistou a confiança da população. Deveria ver que as pesquisas ainda colocam os Correios entre as três instituições em que a população mais confia, que são a família, os bombeiros e os Correios. Deveria saber que a infraestrutura dos Correios, já montada e em pleno funcionamento, é um ativo muito importante para a economia do País, que serve de base para o desenvolvimento de inúmeros setores, incluindo o de comércio eletrônico. Deveria saber que os Correios não custam um centavo ao Tesouro Nacional e, mesmo assim, geram centenas de milhares de empregos, diretos e indiretos, não só no quadro próprio mas também nas transportadoras contratadas para escoar a carga postal, nas agências franqueadas, nas centenas de fornecedores, que vão da indústria automobilística até a de papel.
Se, além dos burocratas que o cercam, o Presidente da República conversasse também com os carteiros, atendentes e executivos da Empresa, veria facilmente que tudo o que tem ouvido sobre os Correios são falácias.
Os Correios não são um problema, Presidente. Deixe o pessoal dos Correios trabalhar e o País só ganhará com isso.
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